Foi lançada no Brasil a biografia do Black Sabbath assinada pelo jornalista e escritor Mick Wall. O britânico, além do trabalho nas redações, tem no currículo livros como “Led Zeppelin: Quando os Gigantes Caminhavam sobre a Terra”, “Metallica - A Biografia” e “AC/DC - A Biografia”, todos já editados no País. O livro saiu no Reino Unido sob o título “Black Sabbath: Symptom of the Universe”, e a edição brasileira foi intitulada como “Black Sabbath - A Biografia”, via Globo Livros.

O texto tem a riqueza de detalhes característica das obras de Wall e vai além da formação clássica, que conta com Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, contabilizando outros 21 músicos que ajudaram a construir a história do Sabbath, em 45 anos de existência. Filhos de famílias proletárias de Aston, subúrbio de Birmingham, nos arredores de uma Londres arrasada desde o pós guerra, os rapazes procuravam sobreviver como empregados da indústria pesada que tentava prosseguir forte.

É clássica a passagem em que Tony Iommi, às vésperas de largar o emprego de operador de prensa para ser músico profissional, sofreu um acidente no qual perdeu a ponta de dois dedos, quase abortando a trajetória musical antes mesmo de ela começar. O fato foi determinante para a invenção do heavy metal, atribuída ao Black Sabbath por nove entre 10 especialistas.

A biografia conta a história de um sonho que virou realidade e logo se transformou em pesadelo para todos a partir do momento em que o sucesso produziu efeitos manjados no mundo do rock: egos inflados e nenhum freio para as loucuras com álcool, drogas, sexo e excentricidades diversas. É quando começa a fase em que Ozzy tem carreira solo de sucesso e Iommi faz o que pode para manter a banda viva, tocando de integrante como quem muda de roupa.

Mas nada nunca foi fácil para o Sabbath. Nascido no hiato entre o verão hippie do amor e a explosão do glam rock, o grupo era o patinho feio da turma, e chegou a ser banda mais insultada do planeta, pela imprensa, por outras bandas, por quase todo mundo. Poucos compreendiam, no início, a mistura de riffs pesados, baixo explosivo, bateria detonadora e vocais lancinantes.

“Black Sabbath - A Biografia” mostra a expulsão sumária de Ozzy, por ser mais maluco que os outros loucos; a perda dos direitos sobre as próprias canções para empresários; a época de sucesso com Ronnie James Dio nos vocais, o único substituto a altura de Ozzy; a troca de integrantes; e volta triunfal de Ozzy, após a morte de Dio, que vinha tocando com Tony Iommi e Geezer Bulter sob o nome Heaven & Hell.

Em sua maioria, as citações do livro foram extraídas de entrevistas formais e contatos diretos com os personagens/integrantes da banda. Mick Wall se relacionou com o Black Sabbath, com Ozzy Osbourne e com Dio ao longo de mais 35 anos, como jornalista, assessor de imprensa e afins, numa relação que sobrevive até hoje alimentada - como ele próprio admite - pela mais profunda admiração.

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