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Alçado à condição de atração principal, Hatebreed confirma fase mais voltada do metal em noite que teve o Napalm Death como banda de abertura. Fotos: Daniel Croce.
De cara o show começa com “Straight to Your Face”, direto na sua cara, em bom português, num cartão de visitas segundo o qual o bicho vai pegar de verdade. O grupo é descendente direto do crossover nova-iorquino hardcore metal, mas, ultimamente, vive uma fase focada no thrash de raiz ultrarrápido de Slayer em sua fase mais radical e adjacências. Não por acaso a banda manda a cover para “Ghosts Of War”, dedicada ao guitarrista Jeff Hanneman, morto no ano passado, junto com um desejo de descanse em paz por parte de Jamey Jasta, que ergue os braços aos céus (inferno?). É nessa música que o guitarrista Wayne Lozinak reforça a tese metálica solando feito adolescente que acabou de comprar a primeira guitarra.
Não é por acaso que Lozinak aparece trajando uma surrada camiseta do obscuro Cro-Mags, ícone do hardcore underground, do qual o grupo tocar outro cover, para “It’s The Limit”, numa versão bem mais acelerada que a original. As duas fazem parte do álbum tributo “Lions” (2009), e quem esperava que eles fossem tocar “Refuse/Resist”, do Sepultura, como no ano passado, no Monsters Of Rock (com Andreas Kisser, relembre), se surpreendeu. Mas o Hatebreed não é banda cover e o público tem o massacre sonoro que deseja com “As Diehard As They Come”, logo na parte inicial, com todo mundo cantando junto; “Honor Never Dies”, que, aí, sim, tem forte incentivo de JJ pelo acompanhamento do público; e ainda a discreta “Indivisible”, que cresce um bocado ao vivo.Em “Doomsayer”, do bom álbum “Rise Of The Brutality”, Jasta força a memória e lembra que foi na turnê desse disco que o Hatebreed esteve no Rio pela última vez, há nove anos (isso tudo?), nesse mesmo Circo Voador, junto com o Agnostic Front. Político, ele, que é apresentador da MTV americana (ainda é?), agradece aos parceiros de palco do Napalm Death, subjugados como banda de abertura (veja como foi). No final, “I Will Be Heard” cumpre a profecia e o quinteto recebe uma generosa cantoria à capela, antes de a banda tirar uma foto com a lona cheinha, cheinha. Na abertura, antes do Napalm Death, o Fórceps representou bem a cena carioca com um bom vocalista cheio de variações guturais. O grupo sofreu com o pouco público que ainda chegava e com o som mal ajambrado, mas deu para mostrar boas mudanças de andamento e arranjos inventivos que podem melhorar se forem mais desenvolvidos.
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