No Mundo do Rock

Repaginado

Cachorro Grande amplia leque de referências e lança disco de rock com sotaque eletrônico produzido por Edu K, do De Falla. Fotos: Cisco Vasques/Divulgação.

Visual sem terninhos: Marcelo Gross, Pedro Pelotas, Rodolfo Krieger, Gabriel Azambuja e Beto Bruno

Visual sem terninhos: Marcelo Gross, Pedro Pelotas, Rodolfo Krieger, Gabriel Azambuja e Beto Bruno

Chega de falar de bandas como The Who, Beatles e Rolling Stones para explicar o rock doido do Cachorro Grande. Agora é hora de Chemical Brothers, Kasabian, Flaming Lips e da cena dançante dos anos 1990 de Primal Scream e Happy Mondays. Saem os terninhos e entra o figurino alucinado dessa foto aí em cima. Sim, o grupo gaúcho, na ativa há 15 anos, se cansou de si próprio e decidiu mudar completamente o som que fizeram em seis álbuns de relativo sucesso no rock nacional. Para fazer o serviço sujo, recrutaram ninguém menos que Edu K, o porra louca revelado no De Falla na década de 1980 e que, como artista solo, já atirou para todos os lados.

Assim nasce “Costa do Marfim”, o sétimo álbum da banda, que será lançado na próxima segunda, dia 15. Gravado ali na Rua Augusta, em São Paulo, e não no país africano que dá nome ao trabalho, como se espalhou por aí, o disco reúne 11 músicas inéditas e diferentes do que o CG fazia até então. Mas nem tanto. O álbum continua sendo um trabalho de rock, mas emoldurado por um figurino eletrônico que – graças aos deuses – não subtraem da banda a identidade/atitude rock consolidada em todos esses anos. A prova final do repertório, contudo, será dada na turnê subsequente, quando o grupo vai tocar a íntegra do novo repertório nos shows, antes de mandar os maiores sucessos da carreira.

Assuntos que tratamos em uma conversa por telefone com o vocalista Beto Bruno, na tentativa de entender o que se passou com o quinteto completado, já há algum tempo, por Marcelo Gross (guitarra), Rodolfo Krieger (baixo), Gabriel Azambuja (bateria) e Pedro Pelotas (teclados). Beto fala do cansaço de fazer mais ou menos o mesmo show de sempre; da vontade que sempre teve de trabalhar com Edu K, seu ídolo desde a Porto Alegre dos anos 80; e de como as coisas ficaram mais fáceis ao gravar “Costa do Marfim” em relação aos outros trabalhos. De quebra, trocamos e-mails com Edu K, que resultou em um papo rápido postado nesse link. Abaixo, tente entender o que se passa com o Cachorro Grande nesse álbum divisor de águas:

Rock em Geral: Que negócio é esse de Cachorro Grande vai à África?

Beto Bruno: O que eu tu achou?

REG: Tô assimilando ainda…

Beto Bruno: Tá muito diferente, né?

REG: Tá diferente pra cacete, mas tá igual…

Beto Bruno: Tem os lances da Cachorro ali, pode ter certeza. Se tem novidade aí, é novidade para nós. Depois do “Sandinista” (disco lançado em 1980), do Clash, não existe mais novidade. Eu acho que a principal diferença foi o jeito de ser gravado. Por exemplo, a tática antes era a seguinte. Somos tão fominha com essas coisas, tão apaixonados por tudo isso que fazíamos as demos já como se fossem o produto final. Quando entrávamos no estúdio, independente de quem fosse o produtor, já produzíamos as demos, só que com uma qualidade de captação bem melhor que tem em um estúdio profissional. Dessa vez nós chegamos no estúdio e começamos a criar.

REG: Mas as músicas já estavam prontas antes de entrar em estúdio?

Beto Bruno: Já tínhamos um embrião delas, e as letras meio que foram escritas durante a gravação. E tínhamos várias bases, mas não sabíamos quais delas poderiam se transformar em músicas. Então pela primeira vez deixamos as coisas rolarem dentro do estúdio, sem chegar com nada pronto. Foi mais difícil, foi uma confusão, mas no final é um disco mais solto, é um disco - como é que eu vou te dizer - mais doido. Acho que não nos prendemos a nada, nem a nós mesmo, deixamos acontecer coisas. E o grande cara que nos fez trabalhar dessa maneira foi o Edu K, produtor que eu já queria ter trabalhando conosco há muito tempo.

REG: Vocês chamaram o Edu para fazer o disco já pensando em fazer essas mudanças?

Beto Bruno: Uma das grades mudanças era chamá-lo. E outra: fazem uns três discos que eu quero trabalhar com ele e nunca rolou. Ou ele tinha coisa com o De Falla ou estava botando som na Europa, e nunca tínhamos conseguido. E eu sabia que no dia em que fizéssemos um som com ele, qualquer coisa nós fizéssemos iria sair diferente e mais moderno, e tínhamos na cabeça que queríamos soar diferente.

REG: Então vocês queriam fazer alguma coisa diferente mesmo…

Beto Bruno: Totalmente. Eu acho que foi ali quando nós gravamos o DVD, no Circo (“Cachorro Grande ao Vivo no Circo Voador”, 2013). A turnê desse DVD foi tipo uma coletânea. Aí falamos: “a gente tá parecendo uma banda baile, tocando os sucessinho”. E decidimos fazer disco diferente para sair na estrada com uma coisa diferente, fazer uma ruptura, passar para uma segunda fase. Vamos pensar diferente agora, vamos para o estúdio e pirar um pouco mais, esquecer aquela métrica de música de três minutos e meio, esquecer que tem que ter um single ou dois. Isso foi o lance mais libertador. Tinha um pouco de loucura que aconteceu no estúdio, de momento, mas também com a cabeça na onda de que tínhamos que dar uma guinada no nosso som. Precisamos nos reciclar, até para nos manter na estrada, curtindo os lances.

REG: De onde sai essa coisa de Costa do Marfim, de África…

Beto Bruno: Os caras são loucos… É o primeiro título de disco que eu não dou. O Edu vinha na brincadeira de que “aqui é Costa do Marfim”, porque tinha uma percussão lá, e daí começaram a falar que o nome do disco era “Costa do Marfim”. Nesse meio tempo um abobado postou que a Cachorro estava gravando na Costa do Marfim e nós seguimos o baile, deixamos quem estava achando achar. E ficou nessa, e nós gravando no estúdio do Duda (baterista da Pitty) aqui na Augusta, onde a Pitty gravou o disco deles, um mês antes do nosso. Deixamos isso só de sacanagem.

REG: O que tem a ver a capa com o conceito do disco?

Beto Bruno: É do mesmo cara que fez a capa do “Baixo Augusta” (disco de 2011), que tem aquele ratão. Eu achei sensacional e queria fazer a capa com ele de novo. Eu fui para a casa dele conversar sobre as possibilidades da capa e vi essa foto no meio dos trabalhos dele, que é de um amigo de infância meu que é gaúcho também, o Planta. Eu olhei a foto e achei muito icônica. Eu falei: “acabou o assunto, tu me vende essa foto”. E ele adorou, porque não daria trabalho. Quer dizer, um nome que não tem nada a ver e uma capa que não tem nada a ver. Nem tem esse tipo de cara lá. Se o nome é uma gozação, a capa vai ser uma gozação também. O som pelo menos é sério. É a primeira vez que nós saímos do estúdio – porque normalmente quando tu grava e fica mais uns 20 dias mixando, tu sai do estúdio de saco cheio e ainda tem que cair na estrada – com o disco debaixo do braço e com o maior orgulho do mundo. Nós seguimos ouvindo o disco até agora, continuo apaixonado pelo disco, ao contrário de qualquer outro. Saímos com a alma lavada. Não sei se os fãs mais do início vão entender, mas nós amamos.

A capa do novo álbum do CG, 'Costa do Marfim'

A capa do novo álbum do CG, 'Costa do Marfim'

REG: Você acha que estava na hora de as pessoas citarem outras referências que não fossem Who, Stones, Beatles…

Beto Bruno: Nós gostamos de coisas novas também e vínhamos tentando fazer alguma coisa nos últimos discos, mas não tínhamos essa propriedade toda. Esses últimos três discos do Chemical Brothers eu não consigo parar de ouvir. Os cinco discos do Kasabian que saíram em seguida, um melhor que o outro, são referências que também bebem na fonte do “Sandinista”, bebem na fonte da trilogia do Bowie em Berlim, o “Low”, o “Heroes” e “Lodger” (os dois primeiros lançados em 1977 e o terceiro em 1979), então também são bandas que reciclam o que nós estamos ouvindo. Conseguimos fazer agora com propriedade, fomos mais a fundo, nos aproximando mais do que nós queríamos.

REG: Essas viagens recentes do Flaming Lips também contribuíram nesse processo?

Beto Bruno: Desculpa a minha ignorância, mas eu desconheço. Eu vou ouvir com mais carinho. Naquele Claro Que é Rock que tinha nós, Stooges e Nine Inch Nails, não tinha Flaming Lips?

REG: Tinha também, foi em 2005, mas ali ainda era aquela onda indie fofo com o palco cheio de bichinhos…

Beto Bruno: Por isso que eu não levei muito a serio. Te juro que eu fui naquele show, tanto no de São Paulo quanto no do Rio, assisti e – tanta gente fala bem – não vi nada demais. Mas eu devia ter continuado a ouvir, porque é legal quando uma banda despiroca, dá uma sensação de liberdade, de não ter que ficar preso a rótulo, a três minutos e meio, a um estilo, ao que as pessoas esperam que tu faça. Tipo o Ramones, se eles colocam um piano ou um violão num disco, os caras iam se matar.

REG: E o disco solo do Marcelo Gross, “Use o Assento Para Flutuar”, lançado no ano passado (saiba mais), contribuiu para o Cachorro mudar o som?

Beto Bruno: Nós é que atrapalhamos o disco dele porque ele não conseguiu fazer a turnê como ele queria. O disco é legal porque ele remete à banda lá no inicio, e as músicas eu já conhecia todas, na verdade parece um antologia da Cachorro. É que o louco é o seguinte, eu sento com o violão para fazer umas musiquinhas e de vez em quando pinta umas músicas. E ele fica o dia inteiro ali. Quando fechamos as músicas, para fazer um disco, o Rodolfo (Krieger, baixista) aparece com três, eu apareço com cinco, seis, e ele vem com 300 músicas. No primeiro baseado do dia ele termina música. Então ele tinha que ter lançado esse disco e periga já fazer outro. Mas agora vamos cair na nossa turnê e ele vai fazendo as duas coisas juntas.

REG: Essa música “Use o Assento Para Flutuar” é o nome do disco dele…

Beto Bruno: Foi sacanagem minha. Essa música é minha e do boizinho (apelido do baterista Gabriel Azambuja) para sacanear ele, não era para ficar na edição final. Só que ele disse para não mudar nada, que era pra fazer propaganda do disco dele (risos).

REG: E essa música de 10 minutos, “Nós Vamos Fazer Você Se Ligar”, que é a segunda faixa, mas é como se fosse a primeira, porque a primeira, a faixa-título, é como se fosse uma vinheta? Como é abrir um disco com uma música desse tamanho?

Beto Bruno: Acho muito doido, adorei ter feito isso. É a nossa paixão pelo krautrock que um dia tínhamos que nos expressar assim. Eu já tinha rabiscado essa letrinha em algum lugar e o Gross conseguiu botar dentro de uma base dele, que era uma coisinha de violão de dois, três minutinhos. E dentro do estúdio resolvemos expandir e fazer as três partes compridas. E também porque eu sempre quis ter uma música enorme para abrir um disco, tipo “Atom Heart Mother” (disco do Pink Floyd de 1970).

REG: Mas tinha que ser para abrir o disco, não podia ser lá no meio…

Beto Bruno: Ela não cabe em outro lugar, aí é que tá. Eu tenho medo é de que as pessoas mais caretas, ao escutar essa, desistam do disco. Mas se passar dessa, tá vacinado e vai até o fim.

REG: Você usou efeitos na voz ao menos em duas músicas, em “Torpor Partes 2 & 5”…

Beto Bruno: Bastante, mais do que nunca.

REG: A sua voz ficou igual a do ator Paulo Cesar Pereio…

Beto Bruno: Nós estávamos pensando em chamar o Pereio! Mas nós pensamos: “porra, mais um dentro do estúdio?”. Inclusive ele anda aqui pela Augusta bem perto do estúdio. Mas decidimos eu fazer tipo um Pereio e depois chamarmos o Pereio, que ele faz melhor, mas acabou ficando eu ali. Foi muita loucura, aquela ali tem muito o dedo do Edu K, ele até assina ela comigo. Ele participou do projeto criativo dela, tem umas coisinhas que só sai da cabeça daquele louco.

REG: Outra que tem uns efeitos é “Eu Não Vou Mudar”…

Beto Bruno: Ali é mais dobra, mas sem o mesmo volume, porque senão fica meio Ozzy. Ele que bota umas cinco vozes nos discos, todas com o mesmo volume, e ele ainda bota eco nas dobras, por isso que fica aquela choradeira toda. Eu usei menos volume em algumas e cada uma com um truquezinho diferente. Em “Use o Assento Para Flutuar” eu usei um microfone ligado em um cubo de guitarra, não é um efeito de mesa, então fica mais gutural. Cada uma tem uma manhazinha.

REG: Esse processo de composição final no estúdio foi demorado?

Beto Bruno: Demorou exatos 30 dias. No último, o “Baixo Augusta”, nós ficamos 60 dias dentro do estúdio da Trama, e nesse ficamos 30 dias com muito mais dificuldades. Mas as coisas fluíram muito mais rapidamente, saíamos do estúdio todo dia rindo, todo dia achávamos que tínhamos feito um troço muito legal. O clima era bom, porque é o estúdio em que nós ensaiamos, e quando não é ensaio, estamos ali, bebendo junto. É a mesma coisa que ter gravado em casa, isso foi a maior diferença, apesar de termos “ido para a Costa do Marfim” (risos).

REG: Vocês podiam ter mantido essa história…

Beto Bruno: Eu estava segurando, mas esses dias eu abri. O pessoal já estava começando a perguntar qual a cidade, o estúdio e estavam me apertando já…

REG: Essa é a primeira vez que um produtor interferiu tanto no som de vocês?

Beto Bruno: Pode ser que sim. O Rafinha (Rafael Ramos, que produziu vários discos do CG) foi um cara legal, mas ele era tão fã das demos que pegava nossas demos e melhorava o som. É um dos melhores captadores de som, foi do caralho, aprendemos juntos. Mas o Edu, quando eu ouvi falar pela primeira vez, acho que foi em 88, 89, era o segundo disco do De Falla. Um ou dois anos depois pintou aquela onda do funk o metal, Red Hot (Chili Peppers), Living Colour, Faith no More, e eu não me assustei porque eu tinha ouvido aquilo no disco do De Falla, eles já tinham aquela coisa de Los Angeles, feito nos anos 80, gravando nos porões podres de Porto Alegre. Então pra mim o Edu sempre foi uma espéciezinha de gênio. Quando eu me mudei para Porto Alegre e tive a possibilidade de ver o Edu na rua eu ficava louco. Um dia eu vi o Edu num bar e fiquei apavorado. Era uma paixão pelo De Falla, pelas coisas que ele fez, uma coisa incrível. Ele sempre esteve alguns passos na frente, de nós também.

REG: E agora, como fazer um show com essas músicas novas junto com as antigas?

Beto Bruno: Não da para misturar, né? Vamos fazer tipo quando o Who lançou o “Tommy” (disco de 1969), vamos tocar o disco na íntegra. Termina o disco e aí a fazemos aquela velha festinha da Cachorro que todo mundo conhece.

REG: Tem que ter coragem…

Beto Bruno: Mas é isso que nós queremos fazer, é um disco difícil, e inclusive tem o efeito reverso, estamos fazendo o contrário de todas as bandas. As pessoas ensaiam e entram no estúdio para gravar. Agora, como nós não ensaiamos antes, entramos no estúdio semana passada para começar a ensaiar o disco para ir para a turnê. Tipo: gravaram? Agora se foderam, tem que tocar isso aí! Vai ter bastante trilha, pré-gravado, overdub e vamos separar o show do resto, para não misturar porque não combina.

REG: Quem se deu mal foi o Pedro Pelotas, que é pianista…

Beto Bruno: O Gross se fodeu também. Tem três pianos, então o que for mais eletrônico vai ficar na trilha, e os outros vão ficar no palco, com o Gordo (apelido de Pelotas) com uma mão no Roland e com a outra no Hammond, é o Rick Wakeman dos pampas agora. E o Gross tem bastante coisa difícil também, tem a música que o Rodolfo canta (“Crispian Mills”), que tem umas cítaras, não dava para imaginar ele tocando baixo e cantando aquela melodia ao mesmo tempo, mas no ensaio saiu legal. E estamos quebrando a cabeça para levar esses shows para a estrada.

REG: Pode dar certo, o Titãs tá fazendo quase isso e o público tá ficando…

Beto Bruno: Eu acho isso do caralho, uma banda se reciclando. No meio da gravação do DVD sentimos que estávamos fazendo hitzinho para agradar as pessoas e nós não estávamos curtindo. Não tem que ficar cantando “Sinceramente” todo final de semana, “Você Não Sabe o Que Perdeu”, e isso ainda ser o principal do show. Aí numa turnê ou outra tu coloca umas duas músicas no meio show para continuar vendendo teu show e todo mundo fica feliz. Mas musicalmente isso tranca a banda, então chama de Cachorro Grande Cover, tem várias aí com outro nome. E isso tá nos dando uma empolgação que não tínhamos há muito tempo.

REG: Tem que fazer o disco circular também, para as pessoas já chegarem no show conhecendo uma ou outra música…

Beto Bruno: Estamos fazendo um esquema legal, é a primeira vez que estamos lançando por nós, não vai ter o perigo de eu chegar na Galeria do Rock e os caras reclamarem que a gravadora não mandou o disco. Dessa vez vamos levar direto, vender o disco no site e disponibilizar as músicas também, para o cara já saber um pouquinho das músicas.

Grupo ensaia o novo repertório para tocar a íntegra do novo disco na turnê subsequente ao lançamento

Grupo ensaia o novo repertório para tocar a íntegra do novo disco na turnê subsequente ao lançamento

Tags desse texto:

Comentários enviados

Existem 2 comentários nesse texto.
  1. Lucas Borghetti em setembro 11, 2014 às 19:51
    #1

    É incrível como até pouco tempo haviam sites afirmando que gravaram na Costa do Marfim. Eu saquei a brincadeira quando vi os caras bebendo Skol durante as gravações, no canal do Pedro Motta no Youtube.

  2. Celso Madruga em outubro 8, 2014 às 0:49
    #2

    Horrível!
    Mudou, mas não mudou nada.

    Sou mais Alma da Noite.

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado