Bola é Bola Mesmo

Recomeço

Tratada como desclassificada, seleção brasileira segue rumo do título da Copa do Mundo no Brasil. Foto: Divulgação FIFA.

brasilchileComeçar de novo e contar com a torcida brasileira. Como nos versos da música de Ivan Lins, que consagrou a personagem Malu, interpretada por Regina Duarte nos anos 80, é o que precisa fazer a seleção brasileira. Porque a campanha irregular traçada até agora nessa “bueníssima” Copa do Mundo no Brasil não dá sinais de avanço ao escrete brasileiro.

Ao menos é o que dizem os especialistas. Nessa semana, inclusive, o tom da cobertura jornalística, foi, em geral, de decepção, como se o Brasil já estivesse desclassificado. Ou, por outra como se precisasse de uma improvável combinatória de resultados para seguir rumo ao título. Deu-se pouco valor à batalha vencida contra o Chile, como se não tivessem valor os vencedores, mas, sim, os derrotados. Assim é o Brasil.

Lembro-me da Copa de 1994. No jogo das oitavas de final não teve prorrogação nem pênaltis, mas foi um sofrimento daqueles. O Brasil enfrentou a seleção americana, em pleno 4 de julho, dia da Independência deles – a Copa foi disputada nos Estados Unidos -, jogou o segundo tempo inteiro com um jogador a menos, após a expulsão de Leonardo e suou sangue, num calor de mil graus, para fazer um a zero, com o gol “eu te amo”, de Bebeto.

Era o mote perfeito para uma arrancada rumo ao tetra, mas no Brasil a sofrida vitória contra os donos da casa foi dada como rala, um fracasso, uma demonstração de que não jogava nada a seleção e de que a eliminação era só uma questão de tempo. Aquela seleção, montada por Carlos Alberto Parreira, é até hoje considerada a mais perseguida e atacada por toda a imprensa brasileira. E foi a campeã do mundo. Assim é o brasileiro.

Longe de querer fazer a defesa da campanha irregular da nossa seleção, é preciso reconhecer que não jogou mal o time comandado por Neymar e Thiago Silva. Não o tempo todo. Fomos bem contra a Croácia, admirada pela nossa crônica, mas que hoje vê a Copa pela TV; nem um segundo lugarzinho no grupo conseguiu. Contra o México, não fosse a tarde extraordinária do goleiro Ochoa, e o Brasil sairia do Castelão com, no mínimo, dois a zero. Foi, sim, um bom jogo da seleção.

Não vamos contar a goleada contra Camarões, porque o time africano era um dos piores da fase de grupos. Mas, se perdêssemos, estaria em risco a classificação para as oitavas. Contra o Chile o Brasil também foi melhor, teve mais chances de gol e merecia a vitória, mesmo sem jogar tão bem. Sofreu duas estocadas quase fatais e foi dominado por um bom período da partida – eis aí um grande defeito, pouco explorado -, mas, mesmo assim, se superou com grande emoção e de modo a contagiar a sua torcida. Não a crônica esportiva.

A seleção colombiana, poucos desta mesma crônica viram jogar. Alçada à cabeça de chave pela FIFA, caiu num grupo fácil sem grandes seleções e deitou e rolou. Não teve sequer, por parte da imprensa brasileira, a cobertura com o chamado setorista, uma equipe cobrindo o dia-a-dia da seleção. Ao menos na fase de grupos. Ao cair na chave do Brasil nas oitavas, aí a coisa mudou.

Mesmo assim, sabem nossos comentaristas que a Colômbia joga muito, tem um futebol vistoso e ameaça seguramente a classificação brasileira. Tem o plus de ser treinada, assim como o Chile, por um argentino, um “must” entre nossos cronistas esportivos. É como se os nossos treinadores nada valessem ante aos deles. Como se dependesse da nacionalidade a capacidade de um profissional. Grande bobagem.

Não quero usar o tom de vitória antecipada em contraponto ao de derrota da nossa crônica. Mas o jogo é jogado, o Brasil está se preparando, tem time, tem camisa, tem tradição e vai pra cima da Colômbia. Eu disse Colômbia. Não é (ainda) Argentina, Alemanha ou França. Eu disse Colômbia. Pra cima deles, Brasil!

Até a próxima, que hoje é o dia da alegria e do sufoco!

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