Bola é Bola Mesmo

Por pouco

Europa triunfa sobre a África no dia em que a poderosa Alemanha tremeu feito vara verde. Fotos: Divulgação FIFA.

neuerargeliaNos acréscimos da prorrogação, o goleiro M’Bholi desfere um chutão que vai parar na área adversária. O atacante, exausto, desvia a bola para as redes estabelecendo o improvável empate que estende o drama da partida, pela terceira vez nessa Copa, para a disputa de pênaltis.

Poderia ter sido assim o desfecho de Alemanha versus Argélia ontem, no Beira-Rio, mas não foi. A bola chutada em desespero pelo goleirão foi parar nas mãos de seu colega de posição Neuer, e a Alemanha se classificou vencendo por dois a um, com todos os gols sendo marcados na prorrogação. Mesmo sem a agonia dos pênaltis, os alemães sofreram tanto quanto o Brasil na classificação ante ao Chile (saiba mais).

Não era para ser assim. Em tese, a Alemanha tem um time que joga junto desde 2006, uma bela geração de jogadores técnicos que muitas vezes nem parecem alemães. Tem o mesmo treinador desde antes da última Copa e chegou ao Brasil madurinha para disputar o título como uma das favoritas, com um único senão: jamais venceu nada, essa geração.

Tem outro detalhe. Do nada, às vésperas de a Copa começar, o técnico Joachim Löw desandou a mexer na equipe, fazendo alterações de última hora e não pode contar cem por cento com Schweinsteiger, um dos destaques da equipe, que sofre com problemas físicos; ontem jogou muito e saiu exausto do gramado. Assim, não encanta a Alemanha, cuja campanha é rigorosamente idêntica a do Brasil: duas vitórias e dois empates. Realmente não tá fácil pra ninguém.

Ontem, por exemplo, o já citado goleiro Neuer teve que sair do gol inúmeras vezes para dividir a bola com os pés ou a cabeça com os ágeis atacantes argelinos. Não creio que seja esse tipo de jogada uma estratégia. Tivesse o time de verde um excepcional lançador, um atacante de velocidade e um centroavante goleador e o resultado poderia ter sido outro.

pogbanigeria

Mas aí já é pedir demais para a Argélia. Com jogadores tecnicamente limitados, apresentou uma equipe bem armada que sabia exatamente como manter uma retranca só foi superada na prorrogação, na tentativa de contra golpear com sucesso. E com raça, muita raça. Mas, assim, a bola ficava inutilmente com a Alemanha, que não conseguia vencer a cidadela de M’Bholi. Nem por isso o jogo foi chato. Muito ao contrário.

Vamos ver o que Joaquim Löw vai aprontar contra a França, que, por sua vez, se livrou de outra equipe africana, também sem brilho. Imaginem que o gol que abriu caminho para Benzema e cia saiu justamente em uma falha do goleiro Enyeama, até então um dos paredões desse mundial; desse e de outros também. E isso só aos 34 do segundo tempo. Bem, ao menos não houve tempo de a Nigéria reagir.

Nem teria. É fraco esse time nigeriano, mesmo com um caminhão de dinheiro nos bolsos. A sensação que se tinha era de que a França venceria em um momento ou outro, era só apertar mais um pouco. O técnico Didier Deschamps – que adora mudar a escalação de acordo com o adversário – mandou a campo basicamente a mesma equipe que goleou a Suíça (veja aqui), mas não funcionou como daquela vez.

Foi só depois da saída de Giroud e da entrada de Griezmann que a coisa fluiu com mais efetividade, muito embora – repita-se – o gol de Pogba só saiu graças à generosa amortecida de Enyeama. E ao estrelado Griezmannn coube a coautoria do segundo gol francês, que, na verdade, foi contra, do zagueiro Yobo, já no apagar das luzes. Duas falhas, dois gols para os franceses.

Assim, apesar da demora em abrir o placar, mesmo sem jogar como antes, e sem o técnico saber qual a melhor formação, a França não passou o sufoco experimentado por Brasil, Holanda, Costa Rica e Alemanha, todos colegas de quartas de final. Melhor que os franceses, nesse quesito, só a Colômbia de James Rodriguez, que passeou contra o ultrapassado Uruguai. Te cuida, Felipão.

Até a próxima que hoje é dia de passeio de zebra pelo Brasil!

Resultados de 30/6/2014
França 2 x 0 Nigéria
Alemanha 0 x 0 Argélia (2 x 1 na prorrogação)

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