Bola é Bola Mesmo

Copa América

Um dia de Copa do Mundo só com sul americanos em campo; das 16 equipes classificadas para as oitavas, metade vem do lado de cá do Atlântico. Foto: Divulgação FIFA.

brasilcamaroesEra para ser uma Copa do Mundo, mas virou uma Copa América. Na hora do almoço, Brasil e Chile no Mineirão, e, na hora de se jogar futebol, Colômbia e Uruguai em pleno Maracanã. Eu disse Brasil, disse Mineirão. E disse Uruguai, disse Maracanã. É a Copa do Mundo no Brasil bombando como achamos que jamais aconteceria, muito por causa dos idiotas, que, sabemos todos, permanecem errados.

E se é a Copa no Brasil, é sobretudo a Copa da América do Sul, ou - por que não? – a Copa das Américas. Das 16 equipes classificadas para as oitavas, metade vem do lado de cá do Atlântico. E, dos sul americanos, só o Equador ficou pela fase de grupos. E sempre é bom lembrar que um europeu jamais venceu uma Copa em solo americano. Sim, quando nos visitam, são fregueses de caderninho.

Já disse que o Brasil é o vencedor mais que natural por conta de todos os aspectos que indicam um vencedor em uma Copa do Mundo (veja aqui), e que, em Copas do Mundo, só ganha o título quem já ganhou. Nesse caso, o Uruguai e seus revezes – que parecem dar mais força – também têm lá se favoritismo, muito embora ameaçado por ele próprio e pelos seus feitos terem sido alcançados somente quando o mundo era outro mundo.

Mas agora, o lado de cá das oitavas de final virou Copa América, e na mais recente, disputada na Argentina, em 2011, foi vencida pelo Uruguai, com Brasil, Chile e Colômbia ficando nas quartas de final, a primeira fase do mata-mata. Como pode acontecer hoje. Ou, por outra, vai acontecer: dessas quatro seleções, duas seguem e duas ficam pelo caminho. Nem que tenha que ter prorrogação e pênaltis para decidir.

O Brasil é mais time que o Chile. Qualquer time do Brasil sempre é mais time que o Chile. Mas o Chile é, de fato, o melhor Chile da história e tem no comando um treinador argentino (Jorge Sampaoli) quem se não é maluco, é discípulo de El Loco Bielsa e pode fazer de tudo para vencer. Bielsa partia para cima contra o Brasil e sempre perdia no contra-ataque.

Agora, quem quer conta atacar é Sampaoli, e sobra ao Brasil a opção de vencer no talento. Defensivo da nossa zaga e ofensivo com Neymar, o nosso craque. Tudo – é bom frisar – sob a gestão de grupo e armação tática de Felipão, Parreira asseclas, que deve ajustar a equipe com a escalação de Fernadinho no meio.

A Colômbia é mais time que o Uruguai. Nem sempre foi assim. Mas os colombianos são famosos por serem irresponsáveis dentro de campo e por, quando tudo lhes favorece, entregar o jogo de bandeja ao adversário. Foi assim nas últimas Copas em que eles participaram, em 1990 e 1994, quando, inclusive, tinham a pecha de – vejam vocês – favoritos. Era a geração de Valderrama, Rincón, Asprilla e companhia. Fracassaram fragorosamente.

Assim como o Chile, no comando da Colômbia há um argentino, José Peckerman, e uma geração de garotos que jogam bola bonito de se ver. Diferentemente do Chile, o jogo da Colômbia é solto, de toque de bola, sem a famigerada posse inútil, e, por conseguinte, aberto. Menos tático e mais técnico. Pode não ser o bastante para derrotar o Uruguai e sua mística, mas deveria ser. Ainda mais depois dos últimos acontecimentos.

Não me refiro á punição à Luisito Suárez, mas a forma como os uruguaios encaram a questão. Se fazem de vítimas da mídia, acusam jornalistas de outros países e até o Brasil (no sentido futebolístico) de estarem tratando um complô contra o Uruguai.

Ora, até parece que o simpático país é essa potência toda no futebol contemporâneo, e que é possível (necessário?) engendrar um plano para impedir o Uruguai de triunfar. Assim, fazem o vilão de herói e, caso vençam hoje, dedicaram o triunfo ao “injustiçado” Suárez, o único responsável por esse quiproquó.

Nessas circunstâncias, a febre amarela colombiana seguramente será reforçada pelos brasileiros que, até agora, vinham apoiando o Uruguai, sobretudo contra bambambãs como Inglaterra e Itália. O jogo, contudo, tem placar imprevisível, como tudo que envolve o Uruguai, considerando ainda que está será a primeira vez da equipe celeste no Maracanã em uma Copa do Mundo, depois da final de 1950. Sim, o fantasma estará lá. E não só materializado nas arquibancadas.

Até a próxima que essa folga de 24 horas não acaba nunca!

Tags desse texto:

Comentário

Seja o primeiro a comentar!

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado