O nome do grupo gaúcho, criado “a esmo” sugere solidão, mas, no Palco Interlagos, no domingão do Lollapalooza, o Apanhador Só estará muito bem acompanhado. É que Alexandre Kumpinski (vocal), Felipe Zancanaro (guitarra), Fernão Agra (baixo) e André Zinelli (bateria) vão receber a colaboração de outros dois músicos e de artistas que vão mandar, ao vivo, projeções feitas especificamente para esse show, um para cada música a ser tocada.

O quarteto lançou em 2013 o álbum “Antes Que Tu Conte Outra”, que deu uma guinada na carreira do Apanhador e - talvez por isso mesmo - foi citado em várias listas de melhores do ano. Musicalmente identificado com a vanguarda paulistana do início dos anos 1980, o disco assume posturas em sintonia com os movimentos de rua que se instalaram no País a partir do ano passado. Quem comprou uma das cotas antecipadas para viabilizar o trabalho não tem do que reclamar.

Embora o grupo vá se apresentar na abertura do Palco Interlagos, bem na hora do almoço, o vocalista Alexandre Kumpinski confia no público que já conhece o Apanhador Só e espera arrebanhar novos fãs. E também não se pode reclamar de abrir um palco no qual o encerramento é feito pelo New Order. Uma das bandas, aliás, que está na lista pessoal de atrações preferidas da banda. Veja abaixo como rolou a conversa, via e-mail:

Rock em Geral: Qual é a expectativa de tocar em um festival grande como o Lollapalooza?

Alexandre Kumpinski: A expectativa é ótima. Bastante gente do público que já nos acompanha disse que vai estar lá nos assistindo, e isso é muito bom, porque nos ampara de diversas formas. E ainda há a perspectiva de que pessoas que não conhecem nosso trabalho direito venham a nos assistir nesse show, o que também é ótimo, porque elas podem gostar e passar a acompanhar a banda em futuras movimentações.

REG: Vocês lançaram um dos álbuns independentes mais elogiados de 2013, “Antes Que Tu Conte Outra”. Acredita que isso é que levou a banda a ser convidada para o Lolla?

Alexandre: Sim, e também o fato de que nos últimos quatro anos temos circulado bastante pelo Brasil fazendo shows.

REG: A ideia é fazer o show do Lolla em cima desse material novo, que é bem diferente dos trabalhos anteriores, ou investir também nas músicas dos outros discos?

Alexandre: O show vai se basear no material novo, mas vai contemplar também um pouco dos lançados anteriores, que vêm sendo bem pedidos pelo público.

REG: Ainda sobre o repertório do show, vocês planejam alguma atração especial? Algum convidado? Vão tocar algum cover?

Alexandre: O grande diferencial vão ser as projeções que a Paula Pinheiro, a Carol Zimmer e o Antonio de Paula Ternura estão produzindo pra esse show, fazendo vídeos pensados faixa-a-faixa. A gente gosta muito do trabalho deles, o resultado deve ficar ótimo. Também contaremos com a ajuda do Diego Poloni e do Lorenzo Flach, dois amigos músicos, que nos ajudarão a executar os arranjos das músicas em várias faixas.

REG: Vocês vão abrir o festival no domingo, no Palco Interlagos, que não é um dos principais. Que tipo de público espera ter lá nessas circunstâncias? Acha que a banda merecia um horário e palco melhores?

Alexandre: Para nós a questão não é se perguntar se poderia ter um palco ou um horário melhor, mas se preocupar em fazer, no palco ou no horário disponíveis, o melhor. Ainda mais se considerarmos que New Order subirá no mesmo palco que a gente e que ao meio-dia já rola de a galera sintetizar uma boa duma vitamina D enquanto assiste ao show…

REG: Vocês pretendem curtir as outras atrações do festival? Quais shows geram mais expectativas entre vocês?

Alexandre: Pretendemos. Cada um tem as suas preferências, naturalmente, e são muitos shows, mas Lucas Santtana, Café Tacvba, Nação Zumbi, New Order, Illya Kuriaki & the Valderramas, Portugal the Man, Arcade Fire, Pixies e Vampire Weekend estão entre elas certamente.

REG: Esse disco foi bancado pelo sistema de cotas antecipadas, o crowdfunding. Gostou desse processo ou a dúvida em saber se ia dar pra fazer causou certa angústia em vocês? Quantas pessoas participaram?

Alexandre: Foram mais de 700 apoiadores oficiais, mas considerando que muitas recompensas foram compradas coletivamente (a dos shows caseiros principalmente), na verdade foram mais de 1300 apoiadores. O sistema de crowdfunding é ótimo, não temos do que reclamar. Pelo contrário, só temos o que comemorar que ele exista e que esteja sendo cada vez mais usado. É uma ferramenta que nos abre novos horizontes de liberdade dentro da independência, assim como abre uma perspectiva muito nova (e inovadora) de como o público pode ser sujeito influenciador dos nortes do que é produzido culturalmente no país. Todo mundo sai ganhando, menos a nem tão boa e velha indústria (o que é positivo, claro).

REG: A propósito, como surgiu o nome Apanhador Só?

Alexandre: A esmo, na saída da escola, em um momento em que se precisava inscrever a banda ainda sem nome às pressas num festival que ia rolar no auditório do colégio dali a alguns dias.

LOLLAPALOOZA

O Lollapalooza acontece nos dias dias 5 e 6 de abril, sábado e domingo, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. As atrações principais desse ano são Muse, Nine Inch Nails, Arcade Fire e Soundgarden. Para ver a programação completa, vá até aqui.

Ainda há ingressos, que, no primeiro lote, saem por R$ 290 (inteira) ou R$ 145 (meia-entrada). No segundo lote o preço sobe para R$ 350 (inteira) ou R$ 175 (meia-entrada). O Lollapass, para os dois dias do festival, continua sendo vendido, em lote limitado, por R$ 540 (inteira) ou R$ 270 (meia-entrada). O valor pode ser parcelado, no cartão de crédito, em até três vezes. Clique aqui para saber tudo sobre o festival.

Atrações do festival, Muse, Cage the Elephant, Jake Bugg e Disclosure vão fazer shows paralelos em São Paulo; clique aqui para ver todos os detalhes. No Rio, Arcade Fire e Imagine Dragons também têm shows individuais agendados. Clique aqui e aqui para ver todos os detalhes.

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