Promessa religiosa
Guitarrista do Bad Religion garante que grupo vai tocar música pedida pelo público da última vez em que esteve no Rio; turnê brasileira traz ex-integrante do The Cult em formação de quinteto. Fotos: Divulgação.
Na bagagem um novo álbum, “True North”, que atingiu a melhor colocação do Bad Religion na parada americana em todos os tempos. “A resposta a essas músicas tocadas ao vivo tem sido fantástica”, comemora Baker. “Certamente vamos tocar umas músicas desse disco, mas tocaremos uma grande variedade de músicas de todas as nossas eras também”, continua, dando pistas de como o repertório dessa nova turnê latino americana está sendo montado. Além do Rio, que recebe o primeiro show do giro, no dia 5 de fevereiro, o grupo toca em Santos (7/2), São Paulo (8/2) e Curitiba (9/2), antes de partir para Chile e Argentina.
Ao ser comunicado que o show dessa vez acontece numa espécie de CBGB brasileiro, onde as principia bandas do rock nacional foram reveladas nos anos 80, o esperto Brian Baker, no maior estilo “conectado”, foi atrás da resposta. “Não estava por dentro da história do Circo Voador, mas após uma ‘googada’ estou especialmente ansioso para tocar lá”, cravou. A expectativa é de que o local, um clássico para bandas internacionais de médio porte, esteja completamente lotado. Com o Bad Religion completando 35 anos de estrada este ano, o guitarrista conhece bem essa galera. “São os mesmos caras de sempre e os filhos deles! E os amigos dos filhos deles também!”, comemora. “Somos constantemente impressionados com o apoio dos nossos fãs”.
Além do álbum “True North”, no final de 2013 veio o inusitado: o lançamento de um EP virtual de Natal. Com clássicos natalinos em versão hardcore melódico, “Christmas Songs” fez muita gente torcer o nariz nesses tempos politicamente corretos, afinal, como pode uma banda chamada “religião ruim” cantar músicas de Natal? “Todos nós gostávamos de músicas de Natal quando éramos crianças, e achamos que seria um presente divertido para os fãs”, explica Brian Baker, lembrando que o EP foi disponibilizado gratuitamente na web. Quanto às reclamações? “São pessoas sem nenhum senso de humor”, dispara nosso herói.Uma novidade nessa turnê é a entrada do guitarrista Mike Dimkich (ex-The Cult) substituto de Greg Hetson, que pulou fora antes mesmo das gravações do EP de Natal. Outra, é que o grupo mantém a formação com dois guitarristas nessa turnê, com Brian Baker e Dimikich, embora Brett Gurewitz ainda seja considerado integrante do Bad Religion. Explica-se que o entra e sai de integrantes fez o grupo, que originalmente tocava com dois guitarristas, passasse a atuar com três - Baker, Gurewitz e Hetson - a partir de meados de 2001.
“O Bad Religion com três guitarras é divertido, mas às vezes se torna um caos. E ainda em alguns lugares não há espaço para eu ficar!”, comenta o assunto com bom humor nosso pequeno grande homem. “Conheço o Mike (Dimikich) desde 1989 e quando precisamos de ajuda ele foi o primeiro cara que eu chamei. É um grande guitarrista”, explica Brian Baker sobre a opção do novo colega das seis cordas, ao passo que manda o repórter perguntar - claro - ao próprio Greg Hetson o motivo da saída. Completam o time Greg Graffin (vocal), Jay Bentley (baixo) e Brooks Wackerman (bateria). Muito provavelmente é com essa formação formação de sexteto que o grupo vai entrar em estúdio em meados desse ano para gravar o próximo disco, o 17o de uma carreira de 35 anos.
Certamente não vai ser Brian Baker, que tocou em bandas seminais do punk rock americano como Minor Threat e Samhain, a abandonar o barco a essa altura do campeonato. Às vésperas de entrar para o Bad Religion, há 20 anos, ele foi chamado para tocar com o REM e declinou. “Era para dar uma força como guitarrista extra em uma turnê, foi muito legal da parte deles me convidar. Eu não pude topar porque o Bad Religion me chamou”, relembra Brian Baker, hoje com 47 anos, confirmando a história. Agora é só decorar - de novo - a letra de “Punk Rock Song”, ensaiar a rodas de pogo e esperar pelo início de mais uma turnê brasileira dessa verdadeira lenda do hardcore mundial.
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Boa entrevista, esclarecedora e sem delongas. Você mesmo que fez, Bragatto? Só não gostei do Dimikich, parece um superstar tocando em uma banda punk, seria como colocar o Keith Richards no Black Flag ou no Dead Kennedys (nada contra os superstars, só não combinam com o gênero). Agora é aguardar Punk Rock Song e partir pro meu 4º show deles no Brasil!
Obrigado, Leonardo. Eu é que faço tudo aqui.