Olho vivo
Em grande arena e com mais tempo de show, Whitesnake se recupera e faz excelente apresentação no Monsters Of Rock. Fotos Divulgação XYZ: Stephen Solon.
Pouco importa. O fato é que se o show do Whitesnake depende da voz de Coverdale, não há o que se reclamar na noite de domingo no Monsters. O vocalista mandou bem até o final do set, ampliado para cerca de 90 minutos, com a presença de palco que lhe é característica. Lembre-se que estamos diante do mais hábil manipulador de pedestal de microfone de que se tem notícia. Não que fosse a voz que o consagrou no passado, mas uma boa adaptação dela, com mudanças de timbre e entonação para cantar grades sucessos da banda. É uma pena que Coverdale não consiga cantar todos os versos do hit arrasa quarteirão “Fool For Your Lovin’”, por exemplo, mas a boa notícia é que a versão com os backing vocals dos demais integrantes é ótima. Ademais, não há preço que pague ver ali, bem na sua frente, o sujeito que compôs todas aquelas músicas cantando todas aquelas músicas.
Porque não é só de voz que se faz a carreira de uma banda consagrada como o Whitesnake. É preciso boas músicas, e esse estofo há de sobra. Por isso o público - que quase divide as atenções com o do Aerosmith (veja como foi) – delira na emocional “Here I Go Again” e com o blockbuster “Love Ain’t No Stranger”, só para citar duas. Com mais tempo deu para incluir “Bad Boys”, outra pauleira, e até um trecho à capela de “Soldier Of Fortune”, parceria com Ritchie Blackmore, já no apagar das luzes, na qual Coverdale se emociona de verdade. A dobradinha oitentista “Slide It In/Slow an’ Easy”, novidade nessa turnê, também agradou geral. E os telões laterais do palco, que no Rio mostravam a imagem congelada do disco mais recente do grupo, no Monsters funcionaram pra valer; em grandes lugares, faz diferença no contexto de interatividade com o público.A banda que acompanha Coverdale é das melhores, e Doug Aldritch e Reb Beach têm mais tempo para alongar o verdadeiro duelo de guitarras em que se transforma o solo enxuto de outras ocasiões. “Steel Your Heart Away”, uma das duas do álbum “Forevermore”, de 2011, também é ampliada com a inclusão do peculiar solo de Tommy Aldridge, aquele mesmo em que já tocou com Deus e o mundo e dispensa as baquetas para espancar tambores e pratos com as mãos. A outra das novas é o single “Love Will Set You Free”, e aqui nota-se que não há cara feia do público quando o repertório não é só de clássicos. Falando neles, bem que David Coverdale podia estudar trazer de volta à cena a ótima “Crying In The Rain”. Ou Guilty Of Love”. Ou “Child of Baylon”. Ou “Walking In The Shadow Of The Blues”. É, tá bom assim.
Set list completo:1- Give Me All Your Love
2- Ready an’ Willing
3- Love Ain’t No Stranger
4- Is This Love
5- Slide It In / Slow an’ Easy
6- Love Will Set You Free
7- Solos de Guitarra
8- Steal Your Heart Away/Solo Bateria
9- Fool For Your Lovin’
10- Bad Boys
11- Here I Go Again
12- Still of the Night
13- Soldier Of Fortune
14- Burn/Stormbringer
Marcos, voce viu esses shows in loco???
Se sim, o que achou do Ratt? Pela TV pareceu que o Stephen Pearcy destoou. Acho que ele não consegue mais cantar como nos bons tempos (que não foram tantos assim)…
Claro que vi ao vivo! Ainda vou escrever sobe o Ratt.