De leve
Matchbox Twenty faz show regular que entretém o público do Bon Jovi no Rock In Rio. Fotos: Léo Corrêa.
A banda gira mesmo em torno do vocalista, cuja voz marcante – lá fora – fez o Matchbox se misturar ao pós grunge que dominou o mercado americano por muitos anos. O show só começa mesmo na segunda música, o hit auto-reconhecível “Disease”, em que o grupo mostra a força de morar de aluguel nas FMs de todo o mundo. Mas o primeiro sucesso do tal álbum estouradaço é “3 A.M.”, cuja versão ao vivo não chega realmente a empolgar como acontece com outros do baú dos caras. Se saem melhor “Real World”, ainda na primeira parte do show, e “Push, que encerra a apresentação em clima de animação e, ao mesmo tempo, ansiedade pelas outras duas bandas da noite de sexta.
Seria um exagero dizer que o grupo só tocas baladas, mas o andamento mais lento sempre foi uma constante no trabalho do Matchbox Twenty. Uma das exceções no show é “How Far We’ve Come”, um rockinho de raiz dos bons que bem poderia inspirar as novas composições. Além de Rob Thomas, quem brilha em certos momentos é o topetudo e esguio guitarrista Kyle Cook. Ele é o centro das atenções nos solos de “So Sad So Lonley”, uma das poucas realmente dançantes no repertório, com um final à “guitar hero” dos mais legais; e “Long Day”, talvez a primeira que tenha levantado a plateia pra valer, com a ajuda de um “êô” puxado por Thomas.
Entre as duas do álbum “North” (em São Paulo foi quase o disco todo, veja aqui), de longe “She’s So Mean” é a mais acertadinha. Sonzinho lento e envolvente que embalou o público logo no início. “Tocar aqui é uma coisa que sempre quisemos fazer em nossas vidas inteiras”, disse Thomas antes de começar a música. Impressionante como teve banda dizendo isso sobre o Rio e o Rock In Rio este ano. Prova do bom momento que passa a Cidade Maravilhosa. A outra do disco novo é “English Town”, tocada já na parte final do show. Uma canção densa e bem arranjada, com um cantalorar óbvio e que abriu caminho para a reta final de hits que incluíram “Back 2 Good” e a já citada “Push”, em total ritmo de festa.E pensar que o Matchbox ainda poderia ter mandado “Smooth”, o hitaço do guitarrista Carlos Santana que tem emprestada a voz de Rob Thomas. No quesito cover, a banda preferiu tocar a não menos conhecida “Jump Jack Flash”, dos Rolling Stones, quase no final da apresentação. Com o punhado de hits dos caras, nem precisava. Mas o show como um todo foi muito de mansinho, ainda mais para um festival de proporções mastodônticas como o Rock In Rio. Ou o quarteto está fora de forma ou precisa repensar o que fazer para continuar sendo chamado de “banda de rock de arena”. Mesmo assim, teve serventia como bom entretenimento de abertura.
Se list completo:
1- Bent
2- Disease
3- She’s So Mean
4- How Far We’ve Come
5- 3 A.M.
6- Real World
7- Long Day
8- Unwell
9- So Sad So Lonely
10- English Town
11- Back 2 Good
12- Jumpin’ Jack Flash
13- Push
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