Mais um passo
Avenged Sevenfold vence desconfiança, mostra músicas novas e sai por cima diante de público gigante no Rock In Rio. Fotos: Diego Padilha/Divulgação Rock In Rio.
Para começar, o grupo veio ao festival como palco completo, incluindo o cenário com portões flamejantes que percorre os festivais no Hemisfério Norte. É a turnê de lançamento do álbum “Hail to King”, que saiu há pouco tempo, e tem quatro músicas cedidas ao repertório. A primeira delas, “Shepherd of Fire” é a que abre a noite e mostra a forte influência de metal tradicional na fase atual da banda. A dupla de guitarristas de nomes esquisitos Zacky Vengeance e Synyster Gates logo mostra que não está a fim de dar mole para os desconfiados de plantão e um breve duelo de solos no centro do palco serve como senha para o que eles iriam impor dali para frente. Como Zacky é canhoto, quando toca lado a lado com Synyster a coreografia em “V” é um plus na apresentação do Avenged.
Mas a melhor música do disco novo, e uma das melhores da banda em todos os tempos, é mesmo a faixa-título. Ao vivo, o riff matador conduz o show ao seu primeiro grande momento: é peso, técnica e uma potências vocal de M. Shadows que não deixa espaço para ficar parado. Vaia? Nem pensar. A bateçaõ de cabeça corre solta, ainda mais quando os solos ganham uma ênfase melódica que o fã de Iron Maiden, maioria absoluta na Cidade do Rock nessa noite, não consegue renegar. Mais cedo, antes de “Beast And The Harlot”, Shadows faz um agrado ao festival: “Desde que começamos isso, há 14 anos, sempre pensamos em tocar no Rock In Rio. Eu tinha até um disco pirata, ‘Rock In Rio Live’”, revelou o vocalista, como, aliás, fizeram outros artistas ao logo dos sete dias de festival.Em “This Means War”, outra das novas, o grupo atinge um de seus melhores momentos no palcão do Rock In Rio. Não só pelos fogos que explodem no entorno do palco ou do fogaréu que vem enfumaçado de dentro dele, mas é quando a cama melódica criada por Zacky e Synyster recebe um tom épico à Judas Priest que funciona muito bem. M. Shadows gasta o vocal reproduzindo com alcance maior o timbre usado na gravação, sobretudo no verso/título/refrão. A canção resume bem o grupo. Um ótimo vocalista e uma dupla de guitarrista talentosa que, se ainda não achou a formula mágica da boa composição, realça arranjos e solos com o conhecimento de quem é do ramo. Se ainda não aconteceu de o grupo fazer o grande disco de sua carreira, pode esperar que está madurinho, madurinho.
Entre as antigas, seguramente “Nightmare”, alongada pelo peso quando tocada ao vivo, é uma das melhores. O jeito de cantar meio rapeado de Shadows nas estrofes dá um contraste interessante como refrão de longo alcance, e a música ganha peso extraordinário dessa vez, culminado com solos que Dave Murray e Adrian Smith não reprovariam. Outra é “Bat Country”, uma bela porrada, cuja mudança de andamento antes do refrão faz a plateia vibrar. A música também ganha solos mais ousados e dobrados ao vivo, tudo bem diferente da versão gravada no álbum “City Of Evil”, do longínquo ano – para uma banda mutante - de 2005. Pois foi assim. Deram um espaço maior que o merecido para o Avenged Sevenfold - o grupo deveria tocar antes do Slayer, não depois - e eles aproveitaram para dar um passo mais. Agora aguenta.Set list completo:
1- Shepherd of Fire
2- Critical Acclaim
3- Beast and the Harlot
4- Hail to the King
5- Buried Alive
6- Fiction
7- Nightmare
8- This Means War
9- Afterlife
10- Requiem
11- Bat Country
12- Unholy Confessions
Tags desse texto: Avenged Sevenfold, Rock In Rio
Não estava lá, mas vi pela internet e achei o show bem interessante. Nunca fui hater da banda, inclusive fui no show do Citibank hall, então achei bacana não terem sido extremamente hostilizados. Eles têm futuro.
PS: Ele não falou nada de CD pirata, disse apenas que comprou o CD ao vivo que o Iron lançou do Rock in Rio. Da onde você tirou isso de CD pirata?
É cd pirata porque o Iron Maiden nunca lançou oficialmente o show o Rock In Rio de 1985 (Shadows disse que comprou quando era bem jovem)