Pesado e contagiante
Vespas Mandarinas lança álbum no Rio e mostra força e renovação no rock nacional. Foto: Vitor Diniz
O primeiro show do Vespas Mandarinas no Rio também serviu para o grupo lançar o primeiro álbum, “Animal Nacional”, depois de dois EPs que circularam bastante na web. Em cerca de uma hora quase todas (ou todas?) as músicas do disco foram tocadas e o show ainda teve um bis sensacional com a participação/comando de Gabriel Thomaz, do Autoramas. Uma pena que só uma meia dúzia de gatos pingados tenham comparecido no Espaço Cultural Sérgio Porto – o horário coincidiu com uma manifestação, nova coqueluche da juventude classemediana -, mas os que foram sabiam quase todas as letras cor e salteado.
Não é só porque o grupo já mudou de baterista e baixista mais de uma vez, mas o forte do Vespas é o diálogo entre as guitarras (e vozes) de Chuck Hipolitho (na foto acima) e Tadeu Meneghini. Sejam nas harmonias, evoluções ou solos, muitos melódicos dos tempos das twins guitars, a duplinha manda muito bem ao vivo, realçando músicas que, no álbum, nem parecem ter tanta força assim – mérito do repertório. É o caso da ótima “Cobra de Vidro”, que ganhou um clipe dirigido pelo mestre do “terrir” Ivan Cardoso, presente e aplaudidíssimo no show; a Lobônica “O Inimigo”; e “O Vício e o Verso”, de refrão colante e arremate instrumental de arrebatar até o mais improvável dos fãs de rock.
Mas é a porradaria da Nirvânica “Um Homem Sem Qualidades” que melhor contagia o público, de modo que até uma insuspeita roda de pogo se instala na plateia, cujo espaço também fora reduzido por uma montagem equivocada do desenho do palco; a rigor, nem havia um, como nos tempos do saudoso Humaitá Pra Peixe. A levada funk de raiz de “Santa Sampa” também funcionou bem, assim como o inesperado refrão da intrincada “Rir No Final”, que acabou afirmando a presunção do próprio título. Com as duas guitarras afiadas, o show é pesado e contagiante o tempo todo. Se você é daqueles que acha que não tem mais banda e rock boa por aí, não pode deixar de ir ao próximo encontro com o Vespas Mandarinas.
No bis, o que era para ser uma singela participação de Gabriel Thomaz se converteu numa festa daquelas. O capo do Autoramas já tem a autoridade do sujeito “de outra geração que influencia a atual” e comandou a linha de frente com três guitarras e três sucessos de diferentes fases de sua carreira: “1, 2, 3, 4”, do Little Quail And The Mad Birds; “Fale Mal de Mim”, hit maior do Autoramas; e “I Saw You Saying”, sucesso com os Raimundos. De quebra, Gabriel puxou “Breed” de improviso, e os rapazes do Vespas tiveram que se virar na hora. Depois do show Chuck confessou que suou frio para tocar a música. Mas, no embalo do rock, o público, que não estava nem aí para isso, é que se esbaldou.
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Posso dar uma dica, você me permite? Quando você for linkar no seu texto, procure deixar sempre em negrito, fica mais bonito e mais fácil de identificar.
Ué, já não fica vermelho?
Ué, as Vespas já trocaram de baixista e baterista mais de uma vez? Quem tocou na banda além do Mike e Mauro?
Mas Vespas Mandarinas é muito bom!