No Mundo do Rock

Lollapalooza: Agridoce arremata turnê e volta a ser ‘projeto’

Apresentação, na tarde de abertura do festival, deve ser a última como prioridade; cantora já compõe para disco de rock. Foto: Caroline Bittencourt /Divulgação.

agridoceEra para ser um projeto paralelo intimista, mas quando Pitty e Martin levantarem as cabeças verão um mundo de gente do palcão do Lollapalooza para cantar junto durante quase uma hora de show. O Agridoce - quem diria - atingiu para as massas. Em tese o show era para ser o último da bem sucedida turnê do duo, que tem ainda o guitarrista Martin. Mas Pitty não vê problema: caso a demanda por apresentações continue, fazem um show ou outro - aí, sim - como projeto paralelo.

Porque para a alegria e felicidade geral dos fãs, Pitty já está compondo para um álbum com a banda de rock. “Tô com uma saudade da porra de subir num palco e gritar altão, tô na pilha de fazer um disco, tô escrevendo à beça e estão pintando músicas”, diz a pequerrucha, com a empolgação de uma iniciante. Para o show do Agridoce, no palco Cidade Jardim, na sexta, dia 29, Pitty e Martin vão fazer uma “peneirada maior” para resumir o projeto nos 50 minutos que o festival lhes reserva (veja como foi no Rio). Veja isso tudo e mais um balanção do Agridoce, que a Pitty mandou para nós, via e-mail:

Rock em Geral: Como você recebeu a notícia de que iria tocar no Lollapalooza com o Agridoce? Afinal o duo é mais intimista, e o Lolla tem capacidade pra 70 mil pessoas…

Pitty: Achei ótimo por ser um festival que eu adoro, e claro que pensei nessa questão som intimista X arena. Mas já tivemos algumas experiências ótimas ao longo dessa turnê com shows em praça pública, Viradas e festivais, e isso mostrou para a gente que Agridoce pode funcionar assim também. Nos primeiros ficamos super cabreiros porque a ideia que concebemos era diferente, mas decidimos fazer o teste e rolou super bem. Acaba que vira outro show, diferente do ambiente controlado do teatro.

REG: Por ser um palco grande, o show deve ter modificações em relação aos da turnê, com mais convidados e/ou efeitos visuais?

Pitty: Sonoramente não seria necessário porque usamos MPC e cabe uma orquestra ali dentro (risos). Visualmente seria interessante ter mais gente e até pensamos nisso, mas ainda estamos no processo de montar esse show e não sei o que vamos decidir até lá. De qualquer forma, é possível transformar um palco grande no tamanho que você quiser com recursos de montagem, luz, etc. Mas as projeções que ajudam a contar a história estarão presentes, estamos ajeitando novo conteúdo essa semana.

REG: Quanto ao repertório, vocês pretendem fazer modificações, colocando ou tirando músicas da lista?

Pitty: Sempre fazemos, e nesse caso, por ser 50 minutos de show, a peneirada vai ser maior. Deixá-lo mais preciso, mais direto ao assunto, que em festival sempre funciona melhor também.

REG: Este será realmente o último show dessa fase do Agridoce? O que acha que vai acontecer com a retomada da (banda) Pitty, que você anunciou para este ano?

Pitty: Olha, eu vou vivendo as coisas à medida em que elas acontecem. Tenho minhas ideias e planos, mas os vou adaptando ao acaso do universo. Não é papo hippie não, é uma coisa de jogar junto com a natureza de todas as coisas e de admitir que não se sabe tudo. De modo que, o PLANO é dar um tempo nessa tour do Agridoce e começar a compor material para o meu disco. E aí o Agridoce tá tendo uma demanda absurda, toda hora pinta um show, ingressos esgotados. Então entramos numas de que a turnê oficialmente se encerra, mas se pintar algum show muito legal mais para a frente que não atrapalhe os planos de gravação do disco, ele pode rolar. Agridoce vai ficar, de fato, paralelo. E com minha banda, não sei “o que vai acontecer” em termos externos. Mas internamente o que eu sei é que tô com uma saudade da porra de subir num palco e gritar altão, e que tô na pilha de fazer um disco, e que tô escrevendo à beça e estão pintando músicas. Primeiro eu vou fazer isso, depois eu vejo o que faço com isso.

REG: Como você avalia todo o projeto Agridoce, desde o inicio, postando músicas no MySpace, até tocar em um festivalzão?

Pitty: Doideira, né? Amei ter passado por isso tudo. Me modificou, me bagunçou, me fez aprender, me desafiou, me tirou do meu lugar comum e confortável. Mexeu, movimentou, entortou tudo o que eu e os outros sabíamos sobre mim, e sabe de uma? Esse caos, essa desconstrução, é perigosa e necessária. Eu preciso dela o tempo todo para me sentir viva e criativa. Nunca imaginávamos no começo que fôssemos gravar um disco. Gravamos. Nunca imaginávamos que iríamos de fato “pra estrada”, e estamos a quase um ano e meio em turnê. Foi, de fato, um aprendizado enorme. Eu nunca tinha tocado piano ao vivo. Fui no instinto total. Eu nunca tinha escrito desse jeito. No Agridoce, eu fiz muitas coisas que nunca tinha feito antes e dei vazão a uma parte de mim que eu nem conhecia direito. Foi uma descoberta, e sou muito grata por tudo isso e também a Martin, que desde o começo incentivou e me ajudou a ultrapassar limites musicais.

REG: Na matemática artística e de mercado, você acha que ganhou mais ou perdeu dando um tempo na banda para seguir com o duo?

Pitty: Sei lá! Minha matemática interna me mostra um baita dum lucro pessoal como artista, e é nele que eu me baseio.

LOLLAPALOOZA

O Lollapalooza acontece nos dias 29, 30 e 31 de abril, no Jockey Club, em São Paulo. Ao todo, são cinco palcos: Cidade Jardim (o principal), Butantã (secundário), Kidzapalooza (com programação infantil), Alternativo (nacional) e Perry (eletrônico e afins). As atrações principais desse ano são Pearl Jam, The Killers e The Black Keys. Clique aqui para ver a programação completa do festival, com o horário de cada um dos shows.

Além do evento principal, uma mini edição do Lollapalooza acontece no final de março/início de abril, no Circo Voador, no Rio. Vão tocar as bandas Hot Chip, dia 28; Two Door Cinema Club, dia 29; Passion Pit, dia 30; e Alabama Shakes, dia 1o de abril. Os ingressos estão à venda no www.ingresso.com, e saem por R$ 140.

São Paulo terá também os chamados “side shows”, com quatro bandas, no Grand Metrópole. São elas Passion Pit, dia 28; Hot Chip, dia 20; Of Monsters And Men, dia 30; e Alabama Shakes, dia 31. Os ingressos custam R$ 150 e também estão à venda. Clique aqui para mais detalhes.

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Comentários enviados

Existem 3 comentários nesse texto.
  1. Ballejos em março 20, 2013 às 14:33
    #1

    ainda bem

  2. Andressa em março 20, 2013 às 16:00
    #2

    Que bom que a Pitty vai voltar com o rock; o cenário do rock ficou bem vazio agora com a morte do Chorão, e bandas de rock nacional que realmente prestam estão acabando. E rock com vocal feminino então nem se fala…

  3. Bruno em março 22, 2013 às 9:13
    #3

    “De repente era o depois. Tudo de novo, normal” \o/

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