Som na Caixa

Kiss

Monster
(Universal)
Publicado na Billboard 35, de outubro de 2012.

kissmonsterNo segundo disco desde que decidiu não viver só dos clássicos, o Kiss investe pesado no que faz de melhor: músicas diretas, no esquema riff-introdução-ponte-refrão. A retomada se deu quando o guitarrista Paul Stanley pulou a cerca e lançou o álbum solo “Live to Win”, em 2006. Foi o ponto de partida para “Sonic Boom” (2009), o primeiro de inéditas em 11 anos, que já seguia a fórmula aprimorada neste “Monster”. Com a atual formação completando 10 anos, a evolução é evidente, resultando num álbum repleto de músicas daquelas que grudam feito chiclete.

E olha que o ótimo single “Hell or Hallelujah”, antecipado em julho, nem é o melhor exemplo. Antes, é fácil apontar “Shout Mercy”, cantada por Stanley, com um acabamento hard rock impecável, como uma das melhores do álbum. Ela é prima de “Last Chance”, outra dançante e com um final de arrepiar. “Back to the Stone Age” - que só podia ter os vocais do paleozoico baixista Gene Simmons – tem um refrão daqueles de cantar pulando nos shows e grande performance do guitarrista Tommy Thayer.

A que mais aponta para o sucesso comercial é a cadenciada “Outta This World”, rockão que logo chega num refrão pegajoso, assinado e cantado por Thayer. Embora não tenha nenhuma das baladas típicas do Kiss, o álbum traz a quase southern rock “All For The Love Of Rock & Roll”, na voz do baterista Eric Singer, que repete Peter Criss em “Beth”. A sonoridade retrô buscada pela banda, ao se livrar de equipamentos avançados no estúdio acaba saindo moderna, embora com o tal sotaque anos 70. É a prova de que classic rock não é necessariamente algo antigo, ultrapassado. No caso de “Monster”, tem o frescor e o ímpeto inerentes ao rock. Nada mal para quem não sai de cena há 40 anos.

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