Fazendo História

Alívio imediato

Com amplo apoio dos fãs, Dream Theater mostra que pouca coisa mudou após troca de bateristas. Resenha do show do Citibank Hall (RJ) – 30/9/2012, não publicada na Billboard Brasil. Foto: Luciano Oliveira.

dreamtheaterrio12Pode parecer exagero, mas havia um clima de descontração e improviso quando o vocalista James LaBrie e o guitarrista John Petrucci se ajeitavam no palco para tocar duas músicas só na voz e no vilão, bem no meio do show de quase três horas do Dream Theater. Era a banda evidenciando o alívio pela saída do baterista Mike Portnoy, tido como controlador. No lugar dele, outro Mike, o Mangini, prova que não está para brincadeira. Com um kit que mais parece um mostruário de fabricante de tambores, não só deu conta do recado tocando tudo certinho, como esbanjou precisão e criatividade. No solo de cerca de seis minutos, exercício obrigatório no rock progressivo, manteve o público atento aos seus movimentos.

As fortes luzes azuis, por vezes estouradas, sobre um telão dividido em três cubos gigantes, remetiam à capa do novo álbum, “A Dramatic Turn Of Events”, do qual sete das nove músicas foram incluídas no show, realçando a aposta na nova fase. Entre elas, a colante “Breaking All Illusions” encerra o show em grande estilo, com o público cantarolando as partes instrumentais; e “Lost Not Forgotten”, antes, colada na ótima “The Root Of All Evil”, levanta a plateia como se fosse uma clássico de longa data. Para o entusiasmado público do Dream Theater, parece que nada mudou, e isso é bom.

O restante do repertório se esforça para cobrir outros oito álbuns, mas a ordem das músicas dá uma caída, sobretudo no dispensável trecho acústico. Destacam-se as desencravadas “6:00” e “Surrounded”, mas é em músicas mas recentes, quando o quinteto despertou para composições mais acessíveis, como “The Dark Eternal Night”, que o show atinge os melhores momentos. Mesmo com longas folgas cedidas pelos trechos instrumentais, LaBrie tem a ajuda de um líquido mágico sorvido em goladas frequentes para manter a afinação. Com o set list salteado entre os shows da turnê, quem se deu mal foi o público carioca, que ficou, outra vez, sem “Pull Me Under”, hit maior do grupo. O prêmio de consolação, então, foi “Metropolis Pt. 1: The Miracle And The Sleeper”. Nada mal.

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