Biografias do barulho
O líder do Foo Fighters, Dave Grohl, puxa nova safra de lançamentos sobre personalidades do mundo do rock. Publicado na Revista da Gol 123, de junho de 2012. Fotos: Reprodução.
Tido como o grande nome do rock contemporâneo, o líder do Foo Fighters e ex-baterista do Nirvana é tema do livro “This is a Call: a vida e a música de Dave Grohl”. Embora o autor, o jornalista Paul Brannigan, se diga bem próximo ao roqueiro, trata-se de uma biografia não autorizada.
Na obra, há generosas passagens sobre o Nirvana, contextualizadas em meio ao impacto do álbum “Nevermind” (1991), que mudou a trajetória da banda e a história da música pop. Brannigan também explora a dificuldade que Grohl enfrentou para ser líder de seu próprio grupo e sair da sombra de Kurt Cobain - algo que o caristático vocalista e guitarrista conquistou com louvor, tanto que é tratado como “o cara mais bacana do rock”.
Além se suas próprias conquistas, Grohl sempre realizou projetos com grandes ícones da música, como John Paul Jones (ex-Led Zeppelin), com quem montou a banfa Them Crooked Vultures. O passado recente do Foo Fighters também está registrado na obra, que inclui o lançamento do novo álbum da banda, “Wasting Light”, de 2011.
Frases de Grohl
Anos 80
Um grande momento rock’n’roll foi assistir ao filme do AC/DC, “Let There Be Rock”. Talvez tenha sido a primeira vez em que me senti um punk da porra, querendo destruir o cinema…
1994
Quando Kurt Cobain morreu, a maneira como eu pensava e ouvia música mudou para sempre.
1995
Não é segredo para ninguém que escrevi (a música) “I’ll Stick Around” para falar (mal) de Courtney Love.
2009
Não quero pensar que ele (Kurt Cobain) foi um gênio suicida. Ele era um cara bacana pra caramba. Mas eu compreendo. É assim que as lendas são criadas.
Os caras
Livro tenta expicar as brigas internas e o fascínio pelo Metallica
Assinada por Mick Wall, um dos grandes biógrafos do rock, “Metallica – A Biografia” tenta explicar como uma banda nascida no precário submundo do heavy metal dos anos 80 se tornou um estrondoso fenômeno pop, recordista de vendas em todo o mundo.
O livro mostra a trágica morte do primeiro original, Cliff Burton (1962-1986); como a banda contornou a rejeição dos fãs após ter processado o site de downloads ilegais Napster; e o conturbado relacionamento entre as duas cabeças do grupo, o guitarrista e vocalista James Hetfield e o baterista dinamarquês Lars Ulrich.
Reflexo do metal
A influência da banda no rock nacional
“Comecei ouvindo o disco “…And Justice for All” (1988). A temática, a sonoridade enxuta, precisa e agressiva causaram forte impacto em mim. Não acredito que tenham influência nos Titãs, mas de certa forma o espírito é o mesmo”.
Sérgio Britto, tecladista e vocalista do Titãs
“A primeira vez que escutei Metallica foi no trânsito, em Los Angeles. Pensei: esses caras tocam rápido demais! O som era veloz, sujo e alto!”.
Supla, do Brothers Of Brazil
“O Metallica é a prova viva que alguns moleques desgrenhados fazendo uma barulheira monstruosa podem se transformar numa empresa que vale muitos milhões a mais do que os escritórios de direito ou consultórios médicos com os quais sonham a maioria dos pais”.
Jimmy London, vocalista do Matanza
Apenas um rapaz brasileiro
Max Cavalera ganha biografia com prefácio de Dave Grohl
Foi preciso que o crítico britânico Joel McIver fizesse mais de mil entrevistas para traçar a trajetória de Max Cavalera, ex-líder do Sepultura e atual do Soulfly. O livro “A Boy From Brazil”, a ser lançado no exterior até o final do ano, deve repassar a carreira deste que é considerado um dos maiores artistas de heavy metal do mundo. O prefácio ficará a cargo que ninguém menos que Dave Grohl, com quem Cavalera trabalhou no projeto Probot. Um episódio curioso que estará no livro aconteceu no final dos anos 80, quando Max embarcou para os Estados Unidos disfarçado de executivo da Pan AM para conseguir entregar um LP do Sepultura para os excutivos da gravadora Roadrunner. O resto é história.
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