Descartável
Com pop grudento e de qualidade questionável, Maroon 5 leva histeria para público pouco interessado em boa música. Fotos: Luciano Oliveira.
O espaço é ainda preenchido por citações a Michael Jackson e a Justin Timberlake, e dois covers. O riff de “Seven Nation Army” já não pertence à Jack White ou ao rock, é o grito universal de todas as torcidas em estádios de futebol e de todas as plateias mundo afora. Por isso a escolha da música, cantada pelo guitarrista James Valentine e com Levine nas baquetas, soa oportunista, embora, por incrível que pareça, a simples adição de um contrabaixo faz a versão soar “mais real’ que a do White Stripes. Até Jack White, que em carreira solo tem banda completa, já descobriu a fórmula da pólvora. Em menor escala, no bis, “Don’t You Want Me”, do Human League, música do tipo “todo mundo conhece, mas ninguém sabe de onde”, tem o mesmo significado aproveitador.
Detalhes que pouco interessam para a plateia, embevecida por hits do naipe de “If I Never See Your Face Again”, um pop funkeado cuja gravação tem a voz da cantora Rhianna; “Won’t Go Home Without You”, uma das melhores da noite, que passeia pelo funk, reggae e até – viva! - rock, num final ultra pesado; “Hands All Over”, com belo solo de James Valentine; e, por último, no arremate óbvio, mas acertado, com o blockbuster assoviável “Moves Like Jagger”. Indiferentes ao tipo de música que tocam, ou àquilo em que ela se transformou, os integrantes do grupo - reconheça-se - fazem a lição de casa com eficácia. Bons músicos, sobretudo James Valentine e Matt Flynn, um animal das baquetas, executam cada número com destreza para que Adam Levine exerça sua vocação para performer, um dos maiores do pop contemporâneo.O grupo também não dá mole, e sem falação emenda várias músicas antes de Levine agradecer pelo Rock In Rio, onde se apresentou há quase um ano, para cerca de 100 mil pessoas. “Foi um dos nossos melhores shows em todos os tempos, com muita energia”, disse o vocalista. De certa forma, o Maroon 5 é a versão globalizada do Jota Quest. As referências são boas, há a música negra da Motown, o soul, o reggae, o pop com guitarras. Mas as músicas não são lá grande coisa, e, as que se salvam, de tão grudentas, trazem a sensação de asco só de ouvir as vozes de Rogério Flausino ou o falsete permanente de Adam Levine. Coisas do mundo pop e do inexplicável sucesso desenfreado.
Keane e Maroon 5 volta a tocar hoje (25/8), em São Paulo; saiba mais aqui.
Set list completo1- Payphone
2- Makes Me Wonder
3- Lucky Strike
4- Sunday Morning
5- If I Never See Your Face Again
6- Wipe Your Eyes
7- Harder to Breathe
8- Won’t Go Home Without You
9- Wake Up Call
10- One More Night
11- Hands All Over
12- Misery
13- This Love
14- Seven Nation Army
15- She Will Be Loved
Bis
16- Stereo Hearts Play
17. Daylight
18. Don’t You Want Me
19. Moves Like Jagger
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Quanto ódio no coração!
Pode ser só impressão minha, mas achei sua crítica um tanto quanto ressentida. Parece que você foi fã, mas por algum motivo agora tem ódio da banda. Não teve coerência, só ponto negativo. O show foi assim mesmo?
Realmente não concordo com o que você disse . Acho que a banda apela mesmo muito para canções de amor , assim como citado no texto . Mas acho que todos os integrantes da banda são , sim , bons músicos e que eles merecem o devido reconhecimento
Onde tem o botão do like para o texto?
Gato, você merece um beijo na boca por isso: “De certa forma, o Maroon 5 é a versão globalizada do Jota Quest.”
Normalmente a maior parte do público da música pop não está interessada em boa música mesmo (vide os tchu-tcha da vida).
Sou fã de Maroon, gosto de pop, mas não sou acéfala e muito menos fico de gritinho histérico pela proximidade do vocalista! rs… O show foi bom, não excelente. Eles são inquestionáveis músicos de ótima qualidade, merecem o reconhecimento, a fama.
“(…)com belo solo de James Levine;” Por favor, quem seria James Levine?
Um crítco falar de música é algo normal e corriquero, mas vir questionar a inteligência do público já é um pouco demais. E um suposto jornalista que troca os sobrenomes de membros da banda e erra os nomes da músicas que esta comentando, esse sim pode ser chamado de “acéfalo”.
O grupo é formado por grandes músicos e compositores, as letras e melodias são o diferencial que dá ao pop deles essa energia contagiante.
Não seja recalcado só por que as meninas gritam pelo Adam Levine, ele tem uma bela voz, num corpo perfeito, rostinho bonito e carisma inegavel, e isso tudo não apaga o talento dele, mas seu comentário torna sua crítica questionável.
Agora, já que você acha que a música deles não é boa o suficiente, se joga cara, vai no show do Tiririca ou do Falcão procurar pessoas tão prolixas quanto você.
Corrigido o nome do guitarrista. Obrigado.
Nossa, que desnecessário! O show foi maravilhoso. Os “gritos estéricos” no qual você se referiu se chama afeto, fomos muito calorosos com a banda. E isso existe em qualquer show. Todos têm a mesma reação quando se é fã de verdade. Se liga!
Acho que tá faltando o minimo de respeito com os fãs e com a banda. Se você nao gosta, isso é um particular seu!
Que bom que você corrigiu o nome do guitarrista, seria interessante que você corrigisse o nome das músicas que é “Hands ALL Over” e não “Hands Al Over”, e também” Moves Like Jagger” e não “Moves Like Mick Jagger”.
Aliás descartável é a sua critica, que será esquecida dentro de dois meses, se tanto. Já o Maroon 5, que completou 10 anos agora, ainda terá pela frente muito mais anos de talento e sucesso, conviva com isso.
Tudo corrigido, obrigado!