Fazendo História

Cinema e quadrinhos lado a lado

Texto indicando o filme “A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça”, exibido na TV aberta em março de 2003. Publicado dentro da coluna “Cinema na TV”, da Tribuna da Imprensa. Foto: Reprodução.

cavaleirosem“A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” (Globo, 22h15) volta a ser programado na grade de hoje, e é uma nova chance para ver a fusão de gêneros feita pelo diretor Tim Burton, especialista em juntar quadrinhos e cinema. É ele o responsável “Os Fantasmas Se Divertem” (1988), “Batman - O Filme” (1989), “Edward Mãos de Tesoura” (1990) e “Marte Ataca!” (1996).

O filme se baseia numa história de fantasia, mas tem momentos de comédia, terror, aventura, e ainda uma atmosfera romântica muito bem sacada. Para Burton, o importante é o “durante”, e não o final de uma história. Por isso ele dosa tão bem elementos díspares, que se não tornam a história uniforme, enche a tela de emoção a cada sequência, como nos quadrinhos.

“A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça” se passa no século 18, e tem Johnny Depp no papel principal, com uma caracterização muita próxima da que teve em “Edward Mãos de Tesoura”. Ele é Ichabod Crane, um detetive legista de Nova Iorque que é enviado para um pequeno vilarejo no interior do país, com a missão de descobrir quem é o responsável por uma série de assassinatos que ocorre na região, sem nenhuma explicação plausível.

Chegando lá, ele faz contato com os moradores locais, e todos contam que o assassino é um cavaleiro sem cabeça que ronda a região, e que seus ataques são inevitáveis. Determinado, ele não acredita nessa lenda, e inicia suas investigações. Mas Crane é enrolado e sem jeito (tal qual Edward), a ponto de seu trabalho gerar descrença nos habitantes do local.

Ao mesmo tempo, Crane se depara com os sistemas de poder da região, o que pode ajudar a decifrar a origem dos crimes, e ainda se sente atraído com Katrina Van Tassel (Christina Ricci), a filha de uma poderosa família.

A atmosfera do filme, em meio a neblinas, pântanos e árvores sem folhas, é absolutamente dark. As roupas de couro preto que Crane usa, a maquiagem pálida, dele e de todos, são típicos de um cenário de clipes de certos grupos de rock, e renderam o Oscar de melhor direção de arte.

No mesmo horário, “Mulher Solteira Procura” (Bandeirantes), típico thriller de suspense pode ser uma boa alternativa. O filme lembra outros do gênero, que investe no clichê “alguém bonzinho que aparece para ajudar mas na verdade é mau por causa de traumas do passado”. “Louca Obsessão”, que deu o Oscar à excelente Kathy Bates e “A Mão Que Balança o Berço” são dois bons exemplos.

Aqui, uma jovem (Bridget Fonda) mora sozinha e decide subalugar um dos quartos do apartamento onde vive para ajudar nas despesas. A escolha recai sobre a doce Hedra (Jennifer Jason Leigh), que, no decorrer do filme inveja tanto a senhoria que se transforma numa perigosa psicopata.

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