O ótimo “Dust Bowl” marca a estréia no Brasil do guitarrista americano Joe Bonamassa, dez anos depois de ele surgir como a grande promessa da guitarra blues rock, hoje convertida em sólida realidade. Bonamassa mostra que é exímio guitarrista e bom compositor em músicas bem sacadas como a faixa-título e a sensível “The Last Matador Of Bayonne”. O guitarrista ainda tem a manha de pinçar músicas do passado que enriquecem o amplo panorama de referências que faz questão de mostrar. É assim que ele empresta o som cristalino de sua guitarra a “The Meaning Of The Blues”, desencravada das entranhas jazzísticas para ganhar uma dramática e atual releitura que beira o genial. “Heartbreaker”, do repertório do Free, é revitalizada e tem a participação de Glenn Hughes.

A “voz do rock”, que brilhou no Deep Purple, é quem comanda o Black Country Communion, supergrupo que tem Bonamassa, Jason Bonham (sucessor natural das baquetas do Led Zeppelin) e o tecladista Derek Sherinian, revelado no Dream Theater. Em “2”, lançado nove meses após o primeiro disco, a impressão que se tem é que os dois discos, condensados, resultariam numa estreia ainda mais forte. Mesmo assim, músicas como “The Outsider”, uma tentativa de recriar “Burn”, do Purple, e a estonteante “I Can See Your Spirit”, dão o recado do hard rock moderno do grupo, num disco ligeiramente superior ao primeiro. Os dois lançamentos reforçam o cenário revitalizante do “classic rock”, tendência que cada vez mais ganha terreno na música no século 21.

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