Em grande fase
Megadeth ignora escalação equivocada e mescla sucessos com músicas novas, num dos shows mais pesados do SWU. Fotos divulgação: Marcos Hermes (1, 2 e 4) e Pedro Carrilho (3).
Ainda se recuperando de uma operação na coluna, o cinquentão Mustaine está em excelente fase. Reintegrou o baixista David Ellefson, com quem, inclusive tinha pendengas na justiça, e encerrou a antiga mágoa com os integrantes do Metallica, coisa que o incomodava bastante, ao participar da turnê Big Four, com os quatro grandes do thrash mundial, que incluem ainda Slayer e Anthrax. É o que dá certa tranquilidade para o Megadeth seguir em frente, lançando álbuns cada vez melhores sem deixar de lado fases que fizeram história.
Elas aparecem já na terceira música do set, a fantástica “Hangar 18”, um coletivo de solos e evoluções instrumentais de tirar o fôlego, que o público conhece, reverencia e cantarola nota por nota. Mustaine duela ferozmente com Chris Broderick, que está na banda há uns três anos, mas se adaptou rapidamente, a ponto de parecer um coadjuvante veterano. O público não se contém e dispara o coro de “Me-ga-death”, antes mesmo se “Symphony Of Destruction”, tradicionalmente onde de isso acontece, à custa da cadência e do peso do riff dessa música. Broderick é também quem cuida do solo principal dela, como se ainda estivesse provando para Mustaine e para os fãs que pode ocupar o lugar que já foi de Marty Friedman. As duas músicas são dois dos melhores momentos da noite.Em “Sweating Bullets” o público dá show é com os braços erguidos, numa belíssima coreografia, e até a baba “A Toute Le Monde” – “vocês reconhecem?”, brinca Mustaine – cai bem num repertório necessariamente conciso, por força das circunstâncias. Em “Peace Sells”, a última do bis, a novidade é o mascote Vic Rattlehead, que aparece no palco em “carne e osso”, vestido à rigor. Salvo engano, foi a primeira aparição da sinistra figura em terras brasileiras. Não chega a ser um boneco de quatro metros como o Eddie, do Iron Maiden, mas tudo bem. No bis (a banda podia ter pulado a saída do palco e incluído mais uma música) a exibição de um símbolo vivo do thrash metal: “Holy Wars… The Punishment Due” é tocada com todo o peso, velocidade e perícia que o gênero consagrou. Um belo arremate para uma noite urgente em todos os sentidos.
Set list completo:1- Trust
2- Wake Up Dead
3- Hangar 18
4- A Tout Le Monde
5- Whose Life (Is It Anyways?)
6- Head Crusher
7- Public Enemy No. 1
8- Sweating Bullets
9- Symphony of Destruction
10- Peace Sells
Bis
11- Holy Wars… The Punishment Due
Tags desse texto: Megadeth, SWU Music & Arts Festival
Repertório realmente pequeno, porém foi só porrada!