Espera recompensada
System Of A Down amplia o tempo do show no Rock In Rio e revê carreira em apresentação aguardada há dez anos. Fotos divulgação: Raul Aragão (1 e 3), Mauricio Santana (2) e Rodrigo Esper (4).
Voltando de um recesso de cerca de quatro anos, é normal que os integrantes acumulem uns quilinhos a mais, caso do bochechudo guitarrista Daron Malakian. O que não impede que o grupo toque como nos velhos tempos, ou mesmo melhor – a turnê de retorno começou em maio – em músicas que invariavelmente têm mudanças de andamento e praticamente – pecado maior – sem solos nem destaques individuais. A primeira vez em que Malakian solou deve ter sido a única, em “Lonely Day”, cerca de quarenta minutos depois de o show ter começado. E a resposta do público é imediata, abrindo rodas gigantes, não iguais aquelas na vertical, lá na entrada, mas esparramadas na frente do palco, num acesso e fúria só visto, nesse festival, no show do Slipknot. E isso com muito menos apelo visual; só um bem bolado jogo de luz servia de fagulha para o ímpeto que as músicas do SOAD naturalmente possuem.
O símbolo delas é “Chop Suey!”, tocada quase na metade do show, não só por ter se transformado num grande hit mundial, mas porque, de certa forma, sintetiza em tantas mudanças de direção, toda a mistureba indigesta numa única canção. E aí é que está o mistério: se é indigesta a música do grupo, o que faz tanta gente assim (não somente as 100 mil cabeças desse show) se interessar por ela? Dúvidas que o rock não explica, só tendo a sensação da música para saber. Antes de “Psycho”, Serj brinca: “Rio, do you like to disco?” e Daron Malkian prossegue: “Vocês gostam de samba?”, mas a coisa não descamba para a homenagem pueril que até Stevie Wonder adotou neste Rock In Rio. “Estamos felizes de estar aqui, é nossa primeira vez, estamos nos divertindo!”, diz Serj, antes de “Hypnotize”.Embora os descendentes de armênios tenham um afiado discurso político, ele quase não aflora durante o show, exceto num discurso sarcástico sobre a preservação da natureza, antes de “Holy Mountains” – será que Serj achou que estava no SWU? Destaques da noite, além de “Chop Suey”, são “Science”, que tira sarro/presta homenagem ao metal clássico do Iron Maiden; a altamente death metal “Innervision”; “Aerials”, cujo riff distorcido leva o público a um inevitável bater de cabeça; e o final arrasador com “Suite-Pee”/“War?”/“Toxicity”/“Sugar”. Que nunca mais um fã do System Of A Down reclame de um chilique de Axl Rose.
Set list completo:
1- Prison Song
2- B.Y.O.B.
3- Revenga
4- Needles
5- Deer Dance
6- Radio/Video
7- Hypnotize
8- Question!
9- Suggestions
10- Psycho
11- Chop Suey!
12- Lonely Day
13- Bounce
14- Lost In Hollywood
15- Kill Rock N’ Roll
16- Forest
17- Science
18- Mind
19- Innervision
20- Holy Mountains
21- Aerials
22- Vicinity Of Obscenity
23- Tentative
24- Cigaro
25- Suite-Pee
26- War?
27- Toxicity
28- Sugar
Tags desse texto: Rock In Rio, System Of a Down
O melhor show de minha vida.
Eu tive a sorte de presenciar o show deles no Rock in Rio, e posso dizer que foi fenomenal. A voz do Serj vem mudando com os anos, porém ainda canta tudo com muita eficiência. Abraço.
Não estive nesse dia do festival, fui no Dia Metal. Mas, uma semana depois do RIR, lá estava eu na Chácara do Jockey aqui em Sampa pra ver o System of a Fucking Down. Nada a declarar. Todo mundo já pode ouvir/ver.
Minha situação é a mesma do Daniel, fui no RIR no dia do Metal e no show do SOAD em Sampa e tive os melhores shows da minha vida: Metallica e SOAD, a play list dos shows foram ótimas. System é uma banda de estilo único, nunca mais ouvirei System do mesmo jeito.
Saí de Recife para ver o show do SOAD no RiR e foi a melhor coisa que eu já fiz. O show foi insano!
Não tem o que falar, foi do caralho. Só me arrependi muito de não ter descolado um ingresso para o dia do Metal, mas em 2013 não vou dar esse vacilo. Se tiver show de bandas que eu curto todos os dias, vou todos os dias.