O Homem Baile

Senhora coragem

Ousado, Evanescence apresenta seis músicas novas no show do Rock In Rio e público de divide entre aplausos e pedidos pela banda seguinte. Fotos: Luciano Oliveira.

Amy Lee sofre com o calor no início do show, mas logo encontra a emoção vocal que lhe é peculiar

Amy Lee sofre com o calor no início do show, mas logo encontra a emoção vocal que lhe é peculiar

A entrada da vocalista Amy Lee no Palco Mundo, no Rock In Rio, no último domingo (2/10), ao som da introdução do novo single, “What You Want”, foi até discreta, se compararmos com a pompa da última vez em que o Evanescence esteve no Rio, em 2007 (veja como foi). Explica-se que a banda, uma das que mais vende discos no mundo, estava no fim da turnê do segundo álbum, “The Open Door”, e iniciava um processo de transformações que incluiu um grande recesso e mudanças na formação. Agora, de volta com um novo disco, “Evanescence”, a ser lançado dia 11, o quinteto está com tudo para reconquistar espaço, sem pompa nem circunstância.

A vocalista tocou teclado em algumas músicas...

A vocalista tocou teclado em algumas músicas...

Ousada, Amy Lee, que sofre com o calor da primavera carioca e termina “What You Want” esbaforida, inclui sete músicas, em princípio, no repertório do show, sendo três delas executadas ao vivo pela primeira vez. Uma acabou suprimida do show, que durou pouco menos que os 60 minutos a que o grupo tinha direito. Entre as novas, “Made Of Stone” é que melhor se sai ao vivo, em que pese o fato de ter sido a quinta a ser tocada, quando som já estava bem ajustado. Amy assume os teclados que dão um clima soturno à canção, antes de ela desaguar num refrão daqueles. A banda parece bem entrosada, para quem está prestes a sair em turnê pela primeira vez. O baterista Will Hunt, rodado no Black Label Society, fornece um peso cavalar ao grupo.

“My Heart Is Broken” é outra das novas que se sai bem ao vivo, graça a um riff distorcido que conduz a canção com muito peso, realçando o contraste com a voz feminina. Ela explica, de certa forma, o sucesso de bandas de metal que vêm atuando com mulheres vocalistas desde o final da década de 90, sobretudo no prolífico mercado europeu. Durante o show, Amy conversa o tempo todo, ente uma música e outra, com gente de sua equipe, como se alguma coisa não estivesse legal. Talvez por isso, “Never Go Back”, outra das novas, tenha sido suprimida da noite. “Sick”, do refrão “sick of it all”, o melhor do novo disco, levanta o público com Amy esbanjando fôlego e modulação vocal. “The Change”, também do novo CD, traz um refrão cantarolado, interpretado com emoção por Amy Lee, que mantém o pique do show. A dobradinha acaba sendo o melhor momento do Evanescence no festival.

... e mostrou bom domínio do palco durante o show

... e mostrou bom domínio do palco durante o show

Mas não foi assim o tempo todo. A baladaça “My Immortal” (“tenho certeza que vocês conhecem essa”, diz Amy), o início acústico, ao piano, longo, esfria a apresentação, mas acaba fazendo a platéia gritar o nome da vocalista em coro, no final. “Your Star” é outra que arrefece a plateia, e gritos de “System! System!”, dos fãs do System Of A Down, que tocaria em seguida, começam a ser ouvidos. Isso antes do encerramento, quando o blockbuster “Bring Me To Life” levanta a massa sem distinção. Um bom recomeço para uma banda que, do despedaço, se reinventa. Ao que parece, sem medo de ousar.

Set list completo:

1- What You Want
2- Going Under
3- The Other Side
4- Weight of the World
5- Made of Stone
6- My Immortal
7- My Heart Is Broken
8- Your Star
9- Sick
10- The Change
11- Call Me When You’re Sober
12- Imaginary
13- Bring Me To Life

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Comentários enviados

Existem 6 comentários nesse texto.
  1. Douglas Araújo em outubro 4, 2011 às 13:46
    #1

    Sem palavras, voltando para turnês e já começa assim? Tá show demais…

    A Amy continua perfeita, com uma voz perfeita, cantando músicas perfeitas, tudo perfeito.

    Mas a equipe do Rock in Rio ferrou a vida da Amy… No começo da música What you want, nota-se que o som está horrível, muitos erros da parte técnica do Rock in Rio.
    Mas fora isso, foi lindo.

    E só pelo fato dela ter tocado numa noite que não era a banda mais aguardada, já prova que a Amy Lee tem muita coragem…

  2. Patrick Mendes em outubro 4, 2011 às 21:17
    #2

    Achei super constrangedor o início com a desafinação (risos), aff! Mas fiquei anestesiado com a voz dela, que estava nos melhores dias, muito potente. E, olha, parabéns pelo texto, é o primeiro de todos que li até agora que não fez questão alguma de falar mal da banda, porque todos têm feito isso, para serem chamados de cool, creio eu!

  3. Camila Ignacio em outubro 5, 2011 às 10:57
    #3

    Amy Lee é fodona! Ela chuta bundas! Ela arrasa!

  4. Raiana Ferreira em outubro 8, 2011 às 15:22
    #4

    Camila, você disse tudo!!!

  5. Raiana Ferreira em outubro 8, 2011 às 15:24
    #5

    Esse CD novo deles realmente está perfeito!

  6. leandro em novembro 7, 2011 às 8:34
    #6

    Ahaha, ela fica três anos sem se apresentar em publico (ao vivo) e entao reestréia no palco mundo do Rock In Rio (palco principal do maior festival de musica do planeta). Eu, sinceramente, acho que isso dispensa comentários posteriores que nao sejam de louvor e engradecimento a uma glória que ela fez por merecer…

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