Sonho realizado
Na amostra da nova turnê, Coldplay toca seis músicas novas em belo espetáculo visual no Rock In Rio. Fotos: Luciano Oliveira (1, 3 e 4) e Rodrigo Esper/Divulgação (2)
“Facinho”, o vocalista Chris Martin está em estado de graça, ao realizar o sonho de tocar no Rock In Rio, inspirado em Michael Stipe, do R.E.M. – ele mesmo disse isso. Se esforça para falar num um português meio lido, meio no improviso; “picha” um coração que substitui a letra “o” na palavra “Rio”, no cenário (já na terceira da noite, “In My Place”); e aparece no bis com uma camiseta com o nome da cidade em letras garrafais. No final de “Lost!”, sentado, ao piano, faz uma citação à “Mais Que Nada” (aquela do “samba que é misto de maracatu”), de Jorge Benjor, cantando um dos versos. Música que, redescoberta por DJs em todo o mundo, é praticamente um Hino Nacional pop dos nossos tempos. Então, ganhou ou não ganhou o público?
Nem precisava. Até “Paradise”, o single mais recente, lançado há menos de um mês, é cantado pelo público. A música é uma das melhores entre as novas, e mostra que, se em festivais de grande porte como o Rock In Rio, a plateia nem sempre é composta só de fãs, este não é absolutamente o caso do Coldplay. Ao misturar as músicas novas com os highlights da turnê anterior, o repertório, às vezes, também se revela irregular. “Major Minus”, uma delas, é bem fraquinha, e a acústica “Us Against the World”, apresentada por Martin como “uma forma de entendimento entre povos que na falam a mesma língua, através da música”, é de um flagrante anticlímax. Além da brasilidade, Chris Martin presta homenagem à cantora Amy Winehouse, notória usuária de drogas, que morreu há pouco tempo, cantando trechos do hit “Rehab”. Fica a dúvida: teria o vocalista manchado o propalado bom-mocismo com, no mínimo, um baseado?Mas o grande senão do show é que o Coldplay, já cascudo, e com integrantes de aspecto jovial, toca por apenas uma hora e vinte minutos, praticamente ignorando um ótimo álbum como “X&Y” – dele, só “Fix You”, no bis, entrou no repertório. Mesmo o anterior, “Viva La Vida or Death And All His Friends”, é subaproveitado. A interação público/banda é de uma empatia comovente e atinge níveis altíssimos em “In My Place”; na amarelíssima “Yellow”, a tal do confete de borboletas; e, sobretudo, em “Viva la Vida”, cujo refrão cantarolado vai continuar ecoando na Cidade do Rock e nas cabeças de umas 100 mil pessoas por muitos e muitos anos.
Set list completo:
1- Mylo Xyloto
2- Hurts Like Heaven
3- Yellow
4- In My Place
5- Major Minus
6- Paradise
7- Lost!
8- Violet Hill
9- God Put A Smile Upon Your Face
10- The Scientist
11- Us Against the World
12- Politik
13- Viva La Vida
14- Charlie Brown
15- Life Is For Living
Bis
16- Clocks
17- Fix You
18- Every Teardrop is a Waterfall
Tags desse texto: Coldplay, Rock In Rio
O show foi maravilhoso! Críticos podem criticar o quanto quiserem… Coldplay sempre será Coldplay! Viva a diversidade, principalmente a músical! Que chata seria a vida se todos fossem iguais, gostassem e fizessem as mesmas coisas… seríamos robôs e não humanos. Vida longa a humanidade!
Música pra mulher.