Com emoção
Abertura do Rock In Rio presta homenagem a Paralamas e Titãs, protagonistas das edições de 1985 e 1991, respectivamente; Freddie Mercury é lembrado com imagens da primeira edição. Fotos: Luciano Oliveira.
Mas o show só começou depois de uma série e de reverências que o Rock In Rio fez para si próprio, mostrando o filme comercial da volta do festival para a cidade (e local) de origem, que valoriza a chamada “alma do carioca”. O público vibrou com as imagens de escolas de samba, das bandeiras das torcidas organizadas no Maracanã lotado e do Cristo Redentor. Uma celebração com gosto de alívio geral da população com a volta do festival que jamais poderia ter ficado tanto tempo (10 anos) longe de casa. Antes de a dupla Paralamas/Titãs entrar no palco, O guitarrista Tony Belotto acompanhou Milton Nascimento no prometido duelo de mau gosto com Freddie Mercury, no telão; e até que a cantoria do público com o vocalista do Queen, também em 1985, causou comoção. Sem falar no espetáculo de fogos de artifício, antecipado do final da noite para o início. Estava dada a largada para o Rock In Rio 2011.
O repertório é dividido meio a meio nas 14 músicas, mas parace que é um show dos Paralamas, pela maneira que as músicas são arranjadas. Sucessos titânicos como “Homem primata” e “Sonífera Ilha” são devidamente paralamizados, com a ajuda dos vocais de Herbert Vianna. A Oquestra Sinfônica Brasileira também dá um up grade em certas músicas, caso do fraseado eletrônico de “Comida” e das evoluções de baixo de “Meu Erro”, dois dos grandes momentos da apresentação. Em “Alagados”, que faz a conexão com a música de gosto questionável que viria a seguir, Herbert pede para o público “dizer no pé”, o que, de certa forma, acontece; diversificada e cantando músicas que fazem parte do imaginário popular do brasileiro comum, a plateia se diverte a valer. E olha que o refrão de “Sociedade Alternativa”, de Raul Seixas, também é puxado por Herbert.O show ganha viés político quando, antes de “Comida”, Paulo Miklos faz alusão á letra da música. “A gente não quer só democracia, a gente quer o fim da corrupção nesse País!”. As músicas, também, acabam tendo certa conexão: “Selvagem” chama “Polícia”; “Alagados” é a deixa para “Lourinha Bombril”, na qual uma supreendentemente animada Maria Gadu quase interpreta a personagem-título. A vibe do festival é tão pra cima que o público (cerca de 70 mil na hora do show), atônito, vibra e se diverte o tempo todo, até em babas como “Epitáfio” e “Marwin”, escolhas titânicas de grande apelo e pouca representatividade das boas fases da carreira do grupo. Começou nostálgico este segundo Rock in Rio do século 21.
Setlist completo
1- Óculos
2- Sonífera Ilha
3- Ska
4- Marwin
5- O Beco
6- Comida
7- Alagados
8- Lourinha Bombril
9- Epitáfio
10- Homem Primata
11- Selvagem
12- Polícia
13- Meu Erro
14- Flores
Saiba mais:
Tags desse texto: Paralamas do Sucesso, Rock In Rio, Titãs
No caso, o segundo do século, já que o rock in rio 3 já foi no século XXI, em 2001.
Corrigido, valeu!