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Conheça o novo álbum do Dream Theater, faixa por faixa

Novo baterista não inventa e grupo inicia fase pós-Mike Portnoy mantendo o padrão de qualidade e bom gosto que lhe é peculiar. Foto: Reprodução/site oficial.

dreamtheaterdramaticNOTA IMPORTANTE: essa matéria foi publicada originalmente no dia 27/7/2011, mas foi retirada do ar à pedido da Warner Music. Hoje (9/9) o álbum já vazou e todas as músicas do disco podem ser escutadas; saiba como aqui.

Com 25 anos de estrada, o Dream Theater está dando o passo mais importante de sua carreira, ao lançar o 11º álbum, depois da traumática saída de Mike Portnoy, membro fundador e influente em toda a carreira da banda. Daí a expectativa do “A Dramatic Turn Of Events”, cujo título já traduz o momento do grupo. O disco não é só a estreia de Mike Mangini, o baterista selecionado dentre outros seis, que, como ele, passaram por um verdadeiro reality show para ocupar o posto, mas marca uma nova forma que os integrantes remanescentes têm que achar para fazer a coisa continuar sem Portnoy. Daí a expectativa enorme dos dedicados fãs, quanto ao lançamento do álbum, marcado para o dia 13 de setembro.

O Rock em Geral teve acesso antecipado ao conteúdo do CD e preparou um comentário inicial, de primeira ouvida, que segue logo abaixo. Diferentemente de outros trabalhos do Dream Theater, sempre carregados de referências a outros grupos, do metal e do progressivo, “A Dramatic Turn Of Events” aponta para a própria banda, talvez em busca de uma identidade para a nova formação. Ao mesmo tempo, não inventa muito. Qualquer um que já teve contato com o Dream Theater reconhece de cara qualquer trecho dos polpudos 75 minutos contidos no CD. O quinteto evitou claramente se expor a riscos, o que parece ser uma decisão mais segura e garantida para quem viu a vaca quase ir para o brejo. De qualquer forma, ainda é cedo para comparações e projeções sobre o que vai acontecer com este disco. Veja abaixo como é cada faixa de “A Dramatic Turn Of Events”:

1- On the Backs of Angels
Com a audição liberada há cerca de um mês, a faixa de abertura do novo álbum é a única que está sendo tocada pelo grupo na primeira turnê com a nova formação. A música é a cara do Dream Theater, preservando o bom instrumental, movido por um belo riff do guitarrista John Petrucci. A introdução lentinha se encorpa no riff, que “segue” a música nas partes iniciais e após refrão. Um solinho de rara beleza antecede o refrão que destaca a dramaticidade vocal de James LaBrie. Simples e de fácil identificação, começa o CD sem riscos.

2- Build Me Up, Break Me Down
Começa com uma base pré-gravada e com o vocal sufocado, “em off”, com eco e outros efeitos. Tem claro sotaque pop, com uma linha de baixo pesada e suingada de John Myung, remetendo ao funk de raiz. Um teclado pasteurizado no fundo, do tipo “preenchedor de espaços”, reforça o caráter pop da faixa que deságua num refrão feito para colar nos ouvidos. A música, apesar da boa base, não é das melhores composições. O batera Mike Mangini ensaia algumas viradas aqui e ali, mas faz o básico.

3- Lost Not Forgotten
Mantém uma característica do álbum, que é a ênfase nos teclados em algumas partes. Começa com teclado imitando piano, acústico e descamba para uma tecladeira retro à progressivo dos anos 70. A base e o vocal são tensos. LaBrie força a voz sem fazer o “vocal rasgado”. O refrão é fácil, a bateria simples, e Labrie só solta a voz na segunda parte. A música é uma das quatro com mais de dez minutos de duração, com forte sotaque progressivo, sem, no entanto, mudanças de andamento muito inventivas. Impressionante como os dez minutos passam rápido, sinal de que a música cativa o ouvinte.

4- This is the Life
Faixa lentinha, uma quase balada com início climático e ênfase nos teclados e vocal. É o tipo de música que parece que vai começar logo e não começa nunca. James LaBrie dobra os vocais em alguns versos, mas o que quase salva a faixa é o belo solo de Petrucci na parte final, em parceria com o baixo, que fornece uma linha pesada. O solo acaba sendo o “momento lindo” do disco.

5- Bridges In The Sky
Um efeito que imita grito cavernoso é repetido três vezes e reaparece no final, como um didjeridu distorcido por efeitos de gravação. É a música que apresenta melhor dinâmica, com uma guitarra nervosa que corre atrás de uma bela condução do batera, com pegada precisa. Mike Mangini incrementa as mudanças de andamento (aqui muito bem sacadas), mas o que realça são as evoluções pesadas de baixo e guitarra base. O solo de John Petrucci é curiosamente econômico, mas muito bom, cheio de wah-wah. Um surpreendente duelo teclado/guitarra marca a parte final, com Myung segurando bem a onda. “Bridges In The Sky” é uma das melhores músicas do álbum.

6- Outcry
O início é grandiloqüente, com sotaque sinfônico pré-gravado. Base de baixo e guitarra muito boas, com o teclado se salientando muito, com em todo o CD. No solo, que é puro Yes antigo, dá pra imaginar Jordan Rudess vestido de Rick Wakeman no palco. Com guitarras discretas e LaBrie cantando de forma suave, quase sussurrando, a música não decola. Não é, positivamente, uma boa composição.

7- Far From Heaven
Num disco com mais de 75 minutos de duração, “Far From Heaven” soa quase como uma vinheta. Praticamente um dueto entre vocal e teclado, não precisava ter entrado no track list.

8- Breaking All Illusions
Começa muito bem, com excelente melodia e evolução instrumental. Um teclado pop (no sentido de cativar o ouvinte) conduz a uma evolução de guitarra, melódica, de rara beleza. Boas mudanças de andamento realçam grandes partes instrumentais: uma “cama” de teclados gigante; baixo e bateria com entrosamento e grande precisão técnica; e guitarras enfim livres por toda a faixa. O frescor inicial se perde um pouco, mas volta na ponte para o refrão. Mike Mangini incrementa pequenos solos, se alternando com teclados altamente progressivos. O solo principal, de Petrucci, é dramático, no início com os outros instrumentos com volume mais baixo, a guitarra dobrada, duelando com si própria, até tudo crescer assustadoramente, com a marca registrada do Dream Theater. Excelente música, com boa dinâmica.

9- Beneath The Surface
Lenta, com início só com vocal e efeitos de teclado, soa como um arremate no álbum, e, ao mesmo tempo, um olhar otimista para o futuro – considerando a turbulência recente na banda. A música tem ênfase nos teclados, e James LaBrie solta a voz como não havia feito ainda nesse disco, o que leva à reflexão se deveria forçar mais nas outras faixas também.

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Comentários enviados

Apenas 1 comentários nesse texto.
  1. ANDRE em setembro 9, 2011 às 14:18
    #1

    estou viciado em Breaking All Illusions!!!

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