O Homem Baile

Truculento

Politicamente incorreto, Fred Durst conduz o Limp Bizkit a espetáculo de altos e baixos na primeira apresentação no Brasil, ontem, no Rio. Fotos: Luciano Oliveira.

Instável: Fred Durst alternou momentos e bom e mau humor no primeiro show do Limp Bizkit no Brasil

Instável: Fred Durst alternou momentos e bom e mau humor no primeiro show do Limp Bizkit no Brasil

Teve gente que reclamou, mas as cerca de duas mil pessoas que foram ontem à Fundição Progresso, no Rio, para ver – enfim - a estreia do Limp Bizkit no Brasil, se esbaldaram pra valer. O problema é que uma das que não gostou da noite foi justamente o vocalista e figura principal do grupo, Fred Durst. Se não foi tudo misancene, o mau humorado Durst ficou bravo com a platéia em vários momentos, e chegou a parar duas músicas no meio (“Pollution” e “It’ll Be Ok”) para exigir mais vibração. A noite não ficaria nada ok não fosse o público brasileiro – e o carioca em especial – do tipo que se diverte com tudo, mesmo tendo à frente um canastrão como Fred Durst e vendo frustrado o pedido para que “Pollution”, uma das mais queridas, fosse tocada direito.

Figuraça: o guitarrista-monstro Wes Borland

Figuraça: o guitarrista-monstro Wes Borland

O leiaute do local, por determinação da banda, tem configuração especial, com um largo espaço entre a grade e o palco, e um vão montado bem no meio do público. Ali, uma rampa coloca Fred Durst – às vezes o guitarrista-monstro Wes Borland – bem no meio da galera. Foi assim em “Livin’ It Up”, uma das que o público mais agitou, com direito a uma improvisação do baterista John Otto no final. Em “Take a Look Around”, já no bis, o bicho pegou pra valer, com rodas de pogo brotando até a pista premium – lotada – e body surfin’ rolando solto no maio da multidão. Talvez a essa altura Durst já tivesse reavaliado conceitos. Ele deveria saber que quem exige é quem paga o show, e que se o público não vibra o bastante, o problema está em cima do palco.

Só que a palavra chave para entender o Limp Bizkit é “fuck”, e é com ela que Fred Durst seduz o público, se fazendo de “gente boa” à sua maneira. Ele pede que todos mostrem o dedo o tempo todo, faz o gesto universal do órgão sexual feminino e simula sodomia com as mãos antes de tocar “Faith”, cover do inefável George Michael, expondo um revelador paradoxo do machão escondido no armário. O esperto DJ Lethal solta uma batida funk local no meio da música que contribui para a conotação sexual. Já o outro cover da noite, no início do bis, serviu para acalmar os ânimos. A lentinha “Behind Blue Eyes”, do The Who, foi cantada quase à capela e promoveu distribuição de cerveja gelada para o público. Evidentemente que o truculento Durst lançou as latas com força desproporcional e ainda descarregou todo o gelo e o isopor em cima da massa.

Fred Durst sobe na rampa para comandar a galera

Fred Durst sobe na rampa para comandar a galera

O público, de certa forma, é a cara do Mestre de Cerimônias. Mezzo metal do tipo adiadas, mezzo playboy do hip hop, define bem a mistura de som pesado com rap do qual o grupo é um dos ícones em todos os tempos. É verdade que os últimos álbuns nasceram de partos dificílimos, muito por causa de problemas com a formação. Só “Gold Cobra” teve repertório anunciado e modificado uma dezena de vezes, e talvez por isso tenha sido pouco explorado, cedendo somente duas músicas ao show de ontem, a faixa título e “Why Try”, ambas recebidas com frieza pela trupe. Em quase duas horas de atividade, hits da TV como “My Generation” e “My Way”, entre outros já citados lá em cima, é que vão ficar na lembrança dos fãs. No fundo, no fundo, era só isso mesmo que eles queriam.

O Limp Bizkit toca na próxima terça, dia 26, na Via Funchal, em São Paulo – saiba mais aqui.

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Comentários enviados

Existem 13 comentários nesse texto.
  1. Cássio Gerhardt em julho 24, 2011 às 14:02
    #1

    Não sei o que você pensa quando diz que queríamos apenas ver o que se passava na MTV. Eu vi uma galera empolgada pra cacete e agitando pra caralho. Eu tava na premium e lá o lance ficou louco o show todo. Eu fiquei pedidndo “Pollution” e zoei pra cacete. É que o Fred é brincalhão mesmo. Duvido que ele não tenha gostado. Eu levei mais no tom de brincadeira. Enfim, discordo desse seu ponto de vista veementemente.

  2. Leonardo em julho 24, 2011 às 17:15
    #2

    Concordo com o Cássio.

  3. richard em julho 24, 2011 às 17:24
    #3

    Escreveu tanta merda! Tenta de novo filhão!

  4. PANAMA em julho 24, 2011 às 22:56
    #4

    Teve Break Stuff? Re-arranged? Queria muito ter ido…

  5. vh em julho 24, 2011 às 23:02
    #5

    Se você pegar o set list vai ver que “Pollution” nem estava escrita, foi meio que improvisada, por isso foi parada no meio… escreveu merda demais…

  6. Marco em julho 25, 2011 às 2:47
    #6

    Eu recebi o gelo na cabeça, e se recebi foi porque eu e os que estavam a minha volta pedimos. Eles cantaram “Pollution” porque pedimos. Xingaram tanto porque xingamos! Pare de falar merda se você não entende o que foi a relação público/artista neste show!

  7. Jonass em julho 25, 2011 às 9:01
    #7

    Publico de show brasileiro aguenta qualquer merda de gringo. Acha que o cara/banda estão fazendo um favor de vir tocar aqui.

  8. John Barbosa em julho 25, 2011 às 10:22
    #8

    Esse negócio de o Fred Durst provocar a plateia é normal, é mais uma brincadeira para incendiar o publico. Limp Bizkit é foda, não vejo a hora de ver eles aqui em São Paulo.

  9. Flávia em julho 25, 2011 às 21:26
    #9

    Os gringos tratam os brasileiros assim porque nós somos animais, quero ver se ele faz isso lá fora… pagar R$ 300 pra ficar levando gelo na cabeça… não era minha idéia de um show do Limp Bizkit! Acho legal brincar com a galera, mas com respeito… será que se fosse ao contrario, a plateia jogando gelo neles, eles iam achar legal? Acho que não. Revejam seus conceitos! Parabéns pela matéria, na minha opinião muito bem escrita e por alguém que com certeza gosta de apreciar um bom show!

  10. Gustavo.G em julho 29, 2011 às 10:57
    #10

    Duas mil pessoas. Apenas duas mil pessoas. Isso é muito curioso. Essas bandas vem pra cá e tocam pra duas, três, cinco mil pessoas. Os cacos do Guns N’ Roses ainda enchem um ginásio (oito, dez, quinze mil pessoas).

  11. Pedro em julho 31, 2011 às 0:14
    #11

    Você estava onde quando escreveu essa resenha? Melhor escrever tudo de novo, porque está tudo cheio de erro.
    De onde voce tirou ideia que Fred estava nervoso? Voce não percebeu que tudo aquilo faz parte do show? “Pollution” nao estava no set list, o púublico que pediu, por isso ele tocou pela metade. Se você e alguns outros não entenderam a atitude dele, provavelmente vocês nem deveriam estar nesse show. Ir a um show já pensando falar mal dele, melhor nem ir. Baixe os vídeos do show e você terá uma outra vida.

  12. Bruno Matos em julho 31, 2011 às 15:44
    #12

    Publico de show brasileiro aguenta qualquer merda de gringo. Acha que o cara/banda estão fazendo um favor de vir tocar aqui. [2]

  13. Leonardo em setembro 18, 2011 às 12:43
    #13

    Que isso! Why Try foi uma das mais animadas!

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