Fazendo História

Atentado ao presidente

Texto sobe o filme “O dia do Chacal”, publicado na Tribuna da Imprensa, em 2003. Foto: Reprodução.

chacalNa década de 70 ainda estávamos na guerra fria e choviam filmes de suspense com ênfase na política externa norte-americana, sempre colocando os russos como vilões e em posições inferiorizadas. Rodado no mesmo período, “O dia do Chacal” (Globo, Intercine, 01h50), também discorre sobre a política externa, só que da França, em relação ao processo de descolonização da Argélia.

Descontentes com esse processo, um grupo de terroristas franceses funda uma organização clandestina com objetivo de chamar a atenção para o que está acontecendo na Argélia. A medida mais extrema que o grupo toma é contratar um assassino profissional, que, oculto, deve entrar na França a matar o famoso presidente Charles De Gaulle (Adrien Cayla-Legrand). Conhecido apenas como Chacal (Edward Fox), ele começa a planejar como executará a missão.

Mas a polícia francesa obtém informações sobre o atentado e começa a investigar os possíveis trajetos e paradeiros escolhidos pelo Chacal. O investigador Lebel (Michael Lonsdale) começa a montar um quebra-cabeça para descobrir a verdadeira identidade do assassino, já que ele é um exímio criador de disfarces, sob os quais dificilmente é reconhecido.

A história do Chacal é na verdade uma criação do escritor Frederick Forsyth, cujo livro se tornou um grande sucesso de vendas, mesmo antes de ir para as telas. A história também foi adaptada recentemente para o roteiro de outro filme, “O Chacal”, de Michael Caton-Jones, com Bruce Willis, Richard Gere e Sidney Poitier no elenco. Só que, entre muitas modificações no roteiro original, o alvo passou a ser a primeira dama americana. Por isso o autor do roteiro original decidiu não liberar o título, que teve de ser reduzido para “O Chacal”

A outra atração do Intercine é “Na época do Ragtime”, que mostra a transformação da cultura americana no início do século passado. Um assassinato e a expectativa pelo julgamento compõem uma trama que vale mais pelo processo histórico-cultural do que pelo seu desenrolar.

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