Retomada
Contrato com gravadora alemã e turnê gigante por Estados Unidos/Europa recolocam o Sepultura mais próximo do primeiro mundo e longe da reunião da formação clássica acalentada por boa parte dos fãs. Fotos: Estevam Romera/Divulgação.
Esse ano não tem pra ninguém. O Sepultura está concluindo um novo álbum, o primeiro a ser lançado dentro do contrato com a gravadora alemã Nuclear Blast, a número um entre as independentes segmentadas no heavy metal. A partir de abril o grupo embarca numa turnê com mais de 40 datas nos Estados Unidos e Canadá, passando por cidades onde nunca esteve, e segue depois para os festivais europeus, incluindo a estreia no Wacken Open Air, na Alemanha, hoje o maior evento de heavy metal do mundo.
É certo que o Sepultura nunca jogou a tolha, mas não é um exagero reconhecer que o momento é de retomada na fase pós Max Cavalera, que já dura 14 anos. Enquanto Max desanda a clamar por uma sonhada turnê de reunião, incluindo farpas aqui e acolá em diversos veículos da imprensa em todo o mundo, a formação atual, liderada por Andreas Kisser dá de ombros. Porque, a bem da verdade, a banda está “fazendo outras coisas”, embora o guitarrista admita que “abriu uma porta que estava fechada”. Completam o time Derrick Green (vocais), Paulo Jr. (baixo) e Jean Dolabela (bateria).
Andreas descolou um tempinho entre uma gravação de guitarra e outra para falar do novo álbum, cujas gravações se encerram na segunda (28/2). O título não pôde ser revelado, mas, segundo Andreas, o disco é uma espécie de autobiografia do Sepultura e busca um formato “old school”. São 11 músicas inéditas e dois covers que talvez só entrem como bônus em versões especiais. O lançamento do CD deve acontecer antes de a turnê americana começar, mas os brasileiros só vão ver as músicas novas, ao vivo, no Rock In Rio, onde o Sepultura, dessa vez, toca junto com o grupo de percussão francês Tambours du Bronx (dia 25/9). Veja tudo isso e muito mais nessa entrevista exclusiva com Andreas Kisser:
Rock em Geral: Vocês estão terminando a gravação do novo disco, qual é a avaliação do trabalho?
Andreas Kisser: Eu tô super feliz com o resultado, estamos trabalhando desde 20 de janeiro, fizemos umas demos de pré produção no ano passado. A participação do Roy Z. (produtor) está sendo fundamental, ele tá conseguindo traduzir a sonoridade que a banda estava querendo, aquela coisa de trazer o som do palco para o estúdio, deixar o mais ao vivo possível. Estamos super felizes com o resultado, tá ficado muito foda.
REG: O Roy Z. não tinha experiência com bandas mais pesadas, mais thrash. Houve algum problema, em princípio?
Andreas: Não, nada a ver, ele tem a sensibilidade de perceber aquilo que a banda precisa. Ele tem muito know-how dos sons em geral, de utilizar microfones, de fazer testes, de pedais. Ele tá no mundo do metal, apesar de não ter trabalhado com nada tão extremo, mas tá funcionando bem pra caralho.
REG: Como rolou de chamá-lo para produzir o disco?
Andreas: Nós conhecemos o Roy há um tempo, eu conheço o trabalho dele com o Bruce Dickinson, com o Rob Halford, com o Judas e outras bandas, principalmente tocando. Nós já tínhamos conversado, ele sempre curtiu a banda e agora rolou essa oportunidade, porque ele vem bastante ao Brasil, tem mulher aqui, e arranha o português bem. Tudo facilitou para ele vir trabalhar conosco. O estúdio da Trama tem uma condição muito boa, ele curtiu pra caralho a mesa, toda a situação. A gente tava a procura de um cara com um know-how de fora. Nos últimos discos trabalhamos com o Stanley Soares, que é o nosso técnico de PA, que viaja com a banda, fez um puta trabalho no “Dante” (“Dante XXI”, de 2006) e no “A-Lex” (de 2009). Mas resolvemos mudar, trazer um cara de fora, com outro ponto de vista, outras idéias, e o Roy foi o cara perfeito para o que tínhamos para fazer.
REG: O disco já tem título, tá com as faixas definidas?
Andreas: O disco tem nome, mas não estamos anunciando ainda. Estamos segurando, mas tá tudo definido. Alguns nomes de algumas músicas ainda têm que acertar, mas tá 80, 90% definido.
REG: São quantas faixas?
Andreas: Gravamos 13 faixas, incluindo dois covers, um do Ministry e outro do Prodigy. Do Ministry é “Just One Fix” e do Prodigy é “Firestarter”. As músicas ficaram boas pra caralho, fizemos para ficar de bônus, fazer lançamento de “box set”, se o Japão precisar de coisas extras, mas tá rolando a pressão da gente mesmo para colocar tudo no disco. Talvez vamos guardar essas faixas para um lançamento oficial. Fora elas, são onze faixas, que foi nosso objetivo fazer um disco tipo o “Arise”, que tem nove faixas, o “Master Of Puppets” (do Metallica), que tem oito, nove (tem oito).
REG: Tipo LP…
Andreas: É, old school mesmo, não tinha espaço para fazer nessa época e se focava dentro daquele espaço, com criatividade. No “Roots” chegamos a fazer 16 faixas, era aquela coisa do CD, “ah, agora cabe”. Nós fechamos nesse limite, eram 10, mas aí acabamos fazendo mais uma e foi 11, mais esses dois covers. Ao mixar tudo vamos ter uma ideia melhor de todas as músicas, como elas vão se assentando, e vamos escolher a ordem, se vamos cortar alguma ou não.
REG: Então não é um disco temático, que obedece a uma ordem previamente estabelecida entre as músicas…
Andreas: Não é como foi o “Dante” e o “A-Lex”, mas é um disco inspirado em nós mesmos, como se fosse um livro, uma biografia do Sepultura. Nossas próprias experiências, as mudanças, as viagens, as turnês que fizemos com tantas bandas, essa carreira que a gente tem. Então pode se considerar temático, mas uma coisa não tão fechada dentro de uma história, mas a nossa própria história.
REG: As letras devem ser todas bem pessoais…
Andreas: Acho que as letras são mais pessoais, íntimas, porque não tem uma história permeando a mensagem que queremos passar. É uma coisa mais das nossas experiências. Por exemplo, tem uma música que se chama “Born Strong”, em que falamos da nossa família, de pai, mãe, mulher, filho, da paciência, da força e do equilíbrio de estar na estrada e voltar para a casa. Aquela coisa de ter a educação do berço, coisas nossas que foram fundamentais para que a banda fosse possível. Também falamos da experiência de palco, das nossas relações com gravadoras, empresários. São as nossas experiências como banda, como músicos e como pessoas. Ficou uma coisa mais pessoal, mais íntima.
REG: E em termos de som, tá mais old school também ou tem coisas novas?
Andreas: Acho que tá os dois, tem esse espírito de old school, de ter tocado o “Arise” inteiro no Manifesto (show realizado no bar/casa de shows paulistano, em que a banda tocou a íntegra do álbum “Arise”, em dezembro de 2010). No começo da turnê do “A-Lex” nós colocamos as opções no site, para a galera escolher uma fase da banda para nós tocarmos. Nos preparamos bastante para isso e tocamos muita coisa velha. E ao mesmo tempo é uma coisa nova, é o Sepultura novo com as influências que escutamos desde sempre, com as coisas mais recentes, e com essa pegada de hoje. Não importa se estamos tocando música de 15, 30 anos atrás, estamos tocando hoje. Então eu acho que tem esse clima de coisa nova, mas dá para sentir a influência da história da banda nas músicas.
REG: Você pode citar mais alguns títulos, falar de uma música ou outra?
Andreas: Deixa eu ver… tem a “Born Strong”, que fala da família… Por exemplo, essa que eu falei de estarmos no palco. Fazendo uma analogia, é como se estivéssemos na frente de batalha mesmo, porque todo dia é uma batalha, sair e encarar o mundo. Então tem uma música que se chama “No One Will Stand”. É tipo isso, depois de um show do Sepultura, cabeças rolam… Damos o máximo, é aquela coisa de passar o sentimento de estar no palco, a coisa mais espetacular na vida de um músico. Passar um pouco desse sentimento de tocar na Índia, em Cingapura, nas Filipinas, encarando como uma batalha, no bom sentido.
REG: Você disse que de participações só tem o Tambours du Bronx. Eles gravaram a parte deles em enviaram para vocês?
Andreas: Eu mandei a música que escolhemos para fazermos juntos, ela já fazia parte do repertório do Sepultura. Escolhemos aquela que poderia combinar mais com o estilão dos caras.
REG: Qual o nome dessa música?
Andreas: Ela tá sem nome ainda, estamos fazendo ela agora nesses últimos estágios, e a idéia é misturar inglês, português e francês na letra, uma coisa que nunca fizemos antes. Eu mandei a música, eles fizeram um rascunho, mandaram para cá, nós curtimos pra caralho e mandamos de volta. Eles fizeram na França e mandaram de volta, tá ficando muito bom.
REG: E o show do Rock in Rio com eles, como vai ser?
Andreas: Vamos ensaiar muito, vai ser o primeiro show que vamos fazer juntos. A ideia era fazer os festivais na Europa já nesse ano, mas deixamos para fazer a estreia no Rock in Rio e fazer a Europa com eles em 2012, principalmente na França.
REG: Eles vão tocar no show todo ou em uma música ou outra?
Andreas: É uma parceria, vai ser um show atípico, porque vai ser uma mistura de duas bandas. Vamos fazer temas antigos do Sepultura e juntar algumas coisas deles. Estamos definindo algumas músicas. Eu sei que vamos fazer o “Roots” com eles e umas outras, mas vamos chegar um pouco mais cedo no Rio para definir, vamos ter que ensaiar bastante.
REG: Você ficou chateado por não ter sido chamado para tocar no palco principal do Rock In Rio?
Andreas: Não, pelo contrário, esse Palco Sunset vai ser muito mais legal que o principal.
REG: É que é mais cedo…
Andreas: Mas isso na Europa é a coisa mais tradicional do mundo. Público vai ter, esse é o estilo do festival. E o Rock in Rio tá fazendo isso justamente com o Sunset para dar esse valor, não ficar aquela coisa de palco b, palco c. É um palco importante, fantástico, que vai ter grandes nomes, acho que é até mais fodido que o palco principal. Tem Milton Nascimento com Esperanza Spalding… Vai ser o diferencial desse festival ou até em festival do mundo inteiro. E eu tô muito feliz de fazer parte disso, por ter essa chance de fazer um show diferente, especial e exclusivo, praticamente. E os outros shows têm o Korzus com os caras do Destruction, com o Gary Holt (guitarrista do Exodus). É legal esse desafio, e é mais um pioneirismo do Sepultura, participar de uma coisa nova como essa.
REG: Você participa de shows de muitos artistas que não têm nada a ver com o heavy metal, o que gera reclamações por parte dos fãs. Isso te incomoda? Você é cobrado pelos fãs?
Andreas: Ah, não importa o que você fizer vai ter sempre gente reclamando. Então vou fazer o que eu curto, e é um privilegio. Primeiro que eu tenho capacidade para fazer, não é só querer. Quem não quer tocar com o Jorge Benjor? Fora o currículo é uma puta honra, e mais do que isso é levar o heavy metal para isso. O heavy metal se coloca numa posição fechada, achando que é melhor do que tudo, uma posição meio arrogante. “Ah, não, não toco com isso porque não gosto, porque o heavy metal é mais foda”. Nada a ver. O heavy metal pode permear tudo quanto é coisa. Aliás, o heavy metal só sobrevive por causa das misturas, é um dos estilos mais camaleões.
REG: Vocês transmitiram diariamente, na internet, a gravação do disco. Foi bom? Atrapalhou ou ajudou?
Andreas: É a primeira vez que abrimos um canal assim, sem censura ou edição, com som e a imagem. Foi legal, para a galera que não tem a mínima noção de como se faz um disco. A maioria das pessoas estava esperando um videoclipe das músicas. É engraçado ver a galera sem paciência ou achando que aquilo tudo era uma palhaçada. Mas muita gente também aprendeu que o processo é lento, cheio de detalhes. No estúdio tudo aparece, defeitos, barulhinhos. Troca microfone, testa isso, testa aquilo, é demorado, mas foi uma experiência muito legal, tanto para nós quanto para quem estava assistindo.
REG: Vocês não ficaram intimidados?
Andreas: No começo, sim, mas depois você acaba acostumando. Na hora em que a câmera tá ligada você pensa mais naquilo que vai falar, porque no estúdio você conversa de tudo, fala mal de todo mundo, fala de futebol. A gente se autocensura, mas nada que mude o ritmo de gravação. Foi legal porque deu para mostrar todas as fases, a gravação da bateria, guitarra, baixo, vocal, agora os solos. Foi muito interessante, acho que o Sepultura foi a segunda banda a fazer isso, o Blur fez isso há um tempo. O Sepultura nunca teve medo de se expor, não tem nada para esconder. Os segredos a gente guardou. É a ponta do iceberg: quem pensa que tá vendo tudo não tá vendo nada.
REG: Vocês estão com uma agenda de 40 datas nos Estados Unidos e em vários festivais na Europa. Faz tempo que não havia uma turnê do Sepultura grande assim no exterior…
Andreas: Não, no ano passado nós ficamos quatro meses direto, mais pela Europa. Faz tempo que não vamos para os Estados Unidos, essa é a primeira tour em quatro anos, eu acho. E é uma turnê com uma nova gravadora, estamos com a Nuclear Blast e também tem a promoção desse disco novo. Voltamos para o Canadá, tem umas datas lá nessa turnê, então tá legal, vai ser um começo, e depois vamos para a Europa de novo, para os festivais. Vamos tocar no Wacken pela primeira vez, estamos chegando numa boa hora lá.
REG: Gravadora nova, disco novo e essa turnê… É como se fosse uma retomada de carreira, né?
Andreas: Para quem está de fora eu acho que sim, mas nós nunca paramos. É lógico que saímos do eixo principal de Estados Unidos e Europa, mas o mundo é muito maior que isso. As pessoas ficam muito fechadas nesse circuito e acham que o mundo é isso. Mas a gente foi para Índia, Filipinas, Ilhas Reunião, Cuba, Emirados Árabes, Turquia. E o público ama, o público é fantástico, muito melhor do que lugares na Europa em que o público é totalmente mimado com as coisas, acha que já sabe tudo de tudo. Isso mantém a banda viva e com ideias novas, conhecendo culturas diferentes. Todo ano o Sepultura visita um país que nunca foi antes, isso é muito importante. Mesmo agora, estamos indo para shows no Canadá em lugares em nunca fomos, na carreira inteira. O ritmo é o mesmo, ritmo pesado, muita viagem, muito show. Mas é bom voltar para esse circuito, com a estrutura da Nuclear Blast, com o disco novo e com uma formação super estabilizada e afinada no palco. O momento é muito positivo.
REG: O que houve de conversas entre você e o Max para fazer uma turnê de reunião que tanto o Max fica falando que vocês não quiseram? O Max tá louco?
Andreas: Ah, eu não sei, parece que sim, né? Ele tá batendo na mesma tecla, mas não houve nada de específico. Foi legal que abriu uma porta que estava fechada. O Sepultura tocou com o Soulfly, acho que há dois anos, na Alemanha (Devilside Festival, em junho de 2009, na Alemanha), e acabei encontrando a Glória (Cavalera, esposa de Max e um dois pivôs da separação, em 1996), a empresária…
REG: Vocês conversaram normalmente…
Andreas: Eu conversei com a Glória um pouquinho e depois começamos a abrir um contato e tudo…
REG: Você e a Glória…
Andreas: E o Max também, até, mas muito pouco. Conversei com ele no telefone, sobre futebol, mais nada, uns dois minutos. Mas essas viagens dele eu nem sei como falar porque eu tô aqui fazendo outras coisas e é meio triste ver a situação em que o cara tá… enfim, não tem nada rolando, estamos fazendo o nosso projeto. Essa coisa de reunião desde que ele saiu da banda rola, principalmente por parte dele, mas cada um com sua doideira.
REG: Mas chegou a ter uma conversa de reunião ou não teve nada?
Andreas: Não.
REG: Você e o Paulo estiveram lá no SWU e assistiram ao Cavalera Conspiracy. O que você achou?
Andreas: Achei legal, vi o Iggor tocando com vontade, coisa que eu não via há muito tempo. Mas foi legal, eu já tinha assistido ao Soulfly umas duas vezes, nos Estados Unidos. É legal, eu curto, não tem nada a ver essa coisa de “ah, não vou lá ver”. É palhaçada isso, música é música, os caras tão fazendo o som deles.
REG: Com o Iggor não tem nenhum problema, não, né?
Andreas: Acho que não tem nenhum problema com ninguém, eles escolheram sair da banda e escolheram o caminho que tinham que seguir. O Iggor parece bem mais tranquilo e feliz fazendo o Mix Hell (projeto de música eletrônica de Iggor Cavalera), tá curtindo outra fase. Inclusive eu vi o Iggor no Rock in Rio Madri no ano passado com o Mix Hell, é classe A, super positivo.
REG: E o Musica Diablo (banda paralela do vocalista Derrik Green), você curte?
Andreas: Acho legal, thrashão. É legal ele ter uma banda, o lance é organizar datas, esses negócios. Mas é válido todo mundo com alguma coisa. Eu tenho o trabalho solo, o Jean tem as coisas deles, o Paulo tem um lance em BH. A prioridade todo mundo sabe qual é, que é o que fez possível todos esses projetos. É até saudável musicalmente, tentar coisas que não entram no Sepultura em outros lados. O cara volta com ideias novas para o Sepultura.
REG: Está gostando de ter uma coluna no Yahoo?
Andreas: Eu curto, é um canal legal de opinião em que você chega a várias pessoas e dá para falar de música de tudo o que é jeito, não fico preso no heavy metal. Mas tem também essa experiência de viajar o mundo, tocar com outros músicos e gravar com outras pessoas. É um canal legal para tirar um pouco essa coisa do preconceito, do radicalismo. É legal trocar uma ideia com a galera e ver a posição de cada um.
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“Contrato com gravadora alemã e turnê gigante por Estados Unidos/Europa”
Agora só faltam as músicas boas…
…a diferença entre o atual Sepultura e uma banda cover, é que a banda cover se assume como uma banda cover.
Chorem viúvas!
Sepultura é Sepultura! O resto é só conspiração!
Sepunation!
Quem acha que o Sepultura não faz nada que presta desde que o Max saiu, da uma olhada nos videos da gravação do novo album. Tá melhor que qualquer coisa que o Max gravou desde 1996…
Sepultura é foda meu velho, com ou sem Max. Eu só quero que eles também façam uma turne no Brasil, porque também quero ver um show da turnê do novo álbum aqui em Recife.
Acho engraçado que o pessoal fica defendendo um lado ou outro dessa história toda e ninguém pára para ter uma visão séria e ampla de tudo isso.
O Soulfly é uma banda meia-boca do que o próprio Sepultura fez na época do Chaos A.D., uma tentativa de dar sequência. O Cavalera Conspiracy ainda é uma tentativa de fazer algo diferente, mas que não mostrou tudo isso.
O Sepultura é uma cópia mal-feita daquela banda que começou nos anos 80… eles têm sorte que o sucesso do passado acabou refletindo nos fãs de hoje, porque são pessoas que acompanham a banda de 96/97 em diante, quando a banda estava seguindo por outros caminhos. Aquela banda que começou fazendo death metal em Bestial Devastation e Morbid Visions, e um thrash metal de verdade com Schizophreia e Beneath The Remains, se desmanchou a partir de Arise.
Vejo muita coisa que foi apontada na época da “briguinha de menina” que queria aparecer mais que o outro e que hoje vemos algo pior do que antes.
Andreas dizia que tocar com Guns N’Roses era queimar o filme do Igor, mas tocar com dupla sertaneja não é pior? Reclamavam que o Max aparecia demais no passado e hoje não é só o Andreas a cara da banda? Isso me faz rir demais dessa briguinhas infantis de poder e ego!
O Sepultura fechou a porta de muita banda do Brasil, falando mal ou dizendo que não tinha mais nada por aqui e o povo fica puxando o saco deles até hoje… Tudo bem, eles têm seus méritos, mas não vejo tudo isso não.
Se a banda continuasse fazendo thrash metal de verdade estava ótimo, mas fazendo o que faz nem sei dizer o que é…
Sabe qual foi a única coisa de maior qualidade que saiu de tudo isso até o momento? Algo chamado Musica Diablo, que mostra como é fazer thrash metal de verdade, não é nada novo ou um primor, mas é a melhor coisa relacionada ao Sepultura nos dias de hoje. Acho que o Andreas devia ver o que eles estão fazendo ali, ver como o Derrick tá cantando na banda e re-aprender a tocar guitarra para metal, anda passando tempo demais com as pessoas de fora do meio e esquecendo que, para tocar metal tem que ter sangue nos olhos!
Nem a banda do Andreas nem as bandas do Max fizeram algo como o Sepultura. Provavelmente nenhum deles conseguirá. Do pós Sepultura, meus discos preferidos são dos dois primeiros do Soulfly.
“é meio triste ver a situação em que o cara tá” ???!!! - não vejo nada de tão triste na situação de Max não …
Sendo objetivos, depois de “Arise”, o “Dante” é o melhor CD que o Sepultura já fez… Sepultura rules!!
Vida longa ao Sepultura !
Sepultura acabou quando o Jairo saiu da banda. Depois disso ficou cada disco pior.