Fazendo História

Menos para o Rio

Bon Jovi rasga repertório e decide o que tocar na hora, mas acaba encurtando o show. Cobertura da apresentação da Praça da Apoteose, no Rio, em outubro de 2010, publicada na Billboard número 14, de novembro de 2010. Foto: Reprodução/internet.

bonjoviOs fãs mais ligados na atual turnê do Bon Jovi começaram a estanhar quando o grupo desandou a pular músicas do repertório. A certeza de que a noite seria diferente - para o bem ou para o mal - veio quando Jon Bon Jovi pegou a folha de papel presa no palco e rasgou – literalmente – o roteiro. A primeira mostra já tinha sido dada duas músicas antes, quando o guitarrista de apoio puxou “Roadhouse Blues”, dos Doors, no improviso de “Bad Medicine”, em vez de levar “Oh, Pretty Woman”, de Roy Orbinson – e o público adorou. Um reles detalhe que passaria batido se, dali em diante, os músicos aparentemente decidissem por baladas e mais baladas, e – o pior – encurtasse o show em cerca de 40 minutos e seis músicas!

Quem não sabia disso não esquentou a cabeça: balançou os braços jogados para cima na chata “Happy Now”; curtiu o sotaque country e a batida de violão manjada de “Some Day I’ll Be Saturday Night”; e até chorou em “Who Says You Can’t Go Home”, que funcionou muito bem ao vivo. Até Ritchie Sambora tirou onda de cantor enquanto Jon foi beber uma água, em “Homebound Train”. A tarefa dele, no entanto, era salvar as músicas mais babas com irrepreensíveis solos. Foi o que aconteceu em “Always” e “Thorn In My Side”, quando ele e John duelaram na beirada do palco, num dos melhores momentos da noite, sobretudo para os fãs das antigas, afeitos ao hard rock dos anos 80. Mas esses vibraram pra valer com a versão mais pesada para “Runaway”, o primeiro hit; na colante “Born to be my Baby”; e no blockbuster “You Give Love a Bad Name”.

O fato é que hoje, em termos de projeção e sucesso, o Bon Jovi não deve nada a ícones como U2 e Coldplay. Suas várias fases são condensadas num super palco com telões de alta definição e efeitos que agradam ao público de todas as origens. Jon Bon Jovi pode não ser ícone político (ainda que o telão tenha mostrado Obama e Chico Mendes em “We Weren’t Born To Follow”) nem banca o bom moço, mas o tipo sedutor canastrão continua em alta, e ele tem uma coleção de boas músicas. Foi essa a síntese do bis, com a baladinha country “Wanted Dead or Alive”; “Livin’ On a Prayer”, que exibiu imagens de fãs cantando; e “These Days”, pautada pela espera de uma segunda volta que não aconteceu. Maldita lista rasgada!

Tags desse texto: ,

Comentários enviados

Existem 2 comentários nesse texto.
  1. Rowse em dezembro 15, 2010 às 8:27
    #1

    Mas que lixo de matéria! Até quando esses veículos vão continuar a jogar esse tipo de matéria? Ainda bem que não leio essa Billboard. Sempre tem que ter um filhote de André Forastieri até os dias de hoje, impressionante.

  2. Rowse em dezembro 15, 2010 às 9:17
    #2

    Nem Jesus agradou a todos. Quero apenas me retratar pois o jornalista que escreveu esta matéria é de respeito e muito competente. Mas infelizmente eu realmente não gostei do que foi escrito. Seria hipocrisia retirar o que eu disse sendo esta a minha opinião. No entanto, jamais posso comparar Marcos Bragatto ao Forastieri (apesar de esta matéria ter me remetido aos tempos em que ler as matérias deste senhor na revista Bizz causava-me espamos de raiva!), pois seria uma injustiça. Continue com este trabalho maravilhoso e acostume-se com as opiniões discordantes, pois elas sempre existirão em algum momento! Keep on rockin’!! =)

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado