Fazendo História

O estilo de Soderbergh

Texto sobre o filme “Obsessão ″, publicado na Tribuna da Imprensa em janeiro de 2003. Foto: Reprodução.

soderberghEmbora não tenha uma carreira muito prolífica, Steven Soderbergh é hoje o queridinho da crítica e dos cinéfilos em geral. Dois de seus filmes mais recentes, “Erin Brockovich, uma mulher de talento” e “Traffic”, ambos de 2000, foram indicados ao Oscar de melhor filme, sendo que este último ganhou a estatueta. Seu primeiro longa, “Sexo, mentiras e videotape” (1989) é até hoje cultuado, e, de certa forma, antecipou a mania dos reality shows.

Mas o Soderbergh que a TV aberta exibe hoje é “Obsessão” (Intercine, Globo, 01h35), na verdade uma refilmagem de “Baixeza”, filme noir dirigido por Robert Siodmak em 1949. O diretor utiliza, já em 1995, os mesmos recursos descosntrutivos adotados no recente “Full frontal”, mostrando a história em três épocas diferentes, envolvendo basicamente os mesmos personagens.

Michael Chambers (Peter Gallagher) é viciado em jogos que decide voltar para sua cidade natal, no Texas, para o casamento de sua mãe (Anjanette Corner). No passado, ele teve que deixar a cidade às presas por causa de uma dívida do jogo, e abandonou sua namorada Rachel (Alison Elliot). Na sua ausência, Rachel se casou com Tommy (William Fichtner), um malvado gângster, dono de um clube local.

Logo Chambers e Rachel vão tentar reviver o passado, e ao serem flagrados por Tommy, eles decidem se livrar de uma vez por todas dele. O plano inclui a ajuda do padrasto de Chambers e da proprietária de um banco magoada que o vilão já tratava mal há algum tempo.

Os três períodos do filme se distinguem como se fossem realmente três capítulos, sendo que entre eles há informações importantes para a compreensão de toda a história. E cada uma das partes tem um tratamento visual diferenciado, o que contribui também para marcar essas épocas, e já é um recurso bem utilizado pelo diretor, como em “Full frontal”, por exemplo.

“Obsessão” é uma boa oportunidade para se conhecer melhor todas as fases do cinema de Soderbergh, que, acreditem, começou sua carreira dirigindo um musical ao vivo, em vídeo, para o grupo de rock progressivo Yes.

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