Bruce Dickinson disse que, ao voltar para o Iron Maiden, teria a chance de chegar ao topo com a mesma banda pela segunda vez. A julgar pela quantidade de lágrimas que transbordavam dos seus olhos quando ele cantava os primeiros versos de “The Wicker Man”, o Iron conseguiu a façanha. E o que seria o topo senão voltar a tocar para um Rock In Rio lotado, tal qual fez em 1985, na primeira edição do festival?

O Iron Maiden voltou com sua melhor formação (e de quebra com Janick Gears) e fez um show sem abusar de tocar só as músicas antigas, sabendo que, mesmo dentro do heavy metal, embora os críticos não admitam, é preciso renovação. Para um estranho que adentrasse a Cidade do Rock, mal daria pra diferenciar os clássicos das músicas novas. As seis novas apresentadas, como de costume, foram cantadas em uníssono, fruto do disco do ouro atingido pela banda no Brasil. Dessas, “The Mercenary” e “Brave New World” foram as de maior ovação. Mas nos clássicos a entrega do público fez a poeira subir em momentos de oura emoção e (para os mais novos) da descoberta de como o vocalista certo na banda certa transforma o espetáculo. Era inacreditável ver como Bruce subia e descia dos balaústres do palco durante todo o set, com um fôlego inesgotável, sem errar ou desafinar em uma nota sequer. E como os três guitarristas e o chefão Steve Harris suavam a camisa em solos, andamentos e caras e bocas, um dia depois do episódio da dublagem de Britney, devidamente espinafrada pelo próprio Bruce.

Além das duas Eddies (lá fora foram três, mais a cruz de “Sign Of The Cross”), “Run to the Hills”, ensaiada exclusivamente para o público brasileiro, o Iron teve tempo de, tal qual fãs de seus fãs, tirar uma foto para a posteridade com um oceano de braços erguidos ao fundo. Um momento fantástico da música pesada em todo o mundo, que coroou uma exibição espetacular e digna das melhores avaliações dentro do Rock In Rio.

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