O Homem Baile

Surpresa da pesada

Com performance matadora, Avenged Sevenfold bota pressão ao vivo e quase rouba a cena no SWU; prejudicado pela produção, Crashdiet faz apresentação relâmpago. Fotos: Luciano Oliveira.

O vocal poderoso de M. Shadows conduziu o Avenged Sevenfold a uma ótima apresentação no SWU

O vocal poderoso de M. Shadows conduziu o Avenged Sevenfold a uma ótima apresentação no SWU

Não é muito fácil não ser a atração principal em um festival que tem escalados, no mesmo dia, blockbusters como o Linkin Park, veteranos consagrados como o Cavalera Conspiracy e grupos de vanguarda como o Queens Of The Stone Age – isso só para ficar no ramo da música pesada. Mas o improvável Avenged Sevenfold correu por fora, mostrou que tem público no Brasil e fez uma das apresentações mais surpreendentes no SWU, no último dia do festival – e nem vamos falar do virtuoso batera Mike Portnoy, que há pouco tempo trocou as baquetas do Dream Theater pelas do AS em definitivo. Com apenas uma horinha de show o quinteto californiano mostrou quatro músicas do último álbum, “Nightmare”, e sucessos da carreira que já passa dos dez anos.

Zacky Vengeance & Synyster Gates: duplinha de guitarristas da pesada

Zacky Vengeance & Synyster Gates: duplinha de guitarristas da pesada

“Nightmare” foi a porrada que abriu o set e contou com a introdução sinistra do CD, mas o que chama a atenção é o timbre/potência vocal de M. Shadows e riffs matadores. “Nigthmare”, no entanto, não é nem de longe a melhor do novo disco, e no show passou bem batida, apesar dos duelos de guitarras darem uma prévia do que ainda iria rolar. O visual do grupo também é de estranhar aos menos iniciados: o único cabeludo é justamente Portnoy, que só entrou no grupo porque o batera James “The Rev” morreu no ano passado – na música “Afterlife” a imagem dele abraçado ao grupo é mostrada no telão. Explica-se que o Avenged Sevenfold é das bandas que nasceu da mistura de punk e hardcore alternativo com metal, e já foi até associado ao emo; hoje, não mais. Daí o visual incomum no meio.

Mike Portnoy: primeiro show no Brasil fora do DT

Mike Portnoy: primeiro show no Brasil fora do DT

Até o mais desinformado dos críticos jogaria o grupo no rol do heavy metal ao ouvir o solo arrepiante de “Buried Alive”, outra das novas, ou a introdução espetacular de “Afterlife”, direto do Palco Ar do SWU. Esta última, com um refrão pegajoso de fazer inveja à banda pop, ainda por cima é difícil de sair da cabeça da gente. Os guitarristas Zack Vengeance e Synyster Gates (sim, eles usam apelidos) se revezam em solos técnicos e envolventes, além de soltarem riffs pesados em quase todas as músicas. Em “Unholy Confessions”, as guitarras dão uma cadência hiper pesada de fazer lembrar os bons tempos do Pantera. Não por acaso uma enorme roda sustentável é aberta pelo público; não é exagero dizer que boa parte dos fãs do Linkin Park recém convertidos estavam ali se divertindo a valer.

M. Shadows aponta para a plateia

M. Shadows aponta para a plateia

M. Shadows não é de falar muito, mas a receptividade do público brasileiro o atinge. “Logo voltaremos ao Brasil em uma turnê própria”, promete, antes de iniciar “God Hates Us”, corroborando a impressão geral de que o show parece ser ainda menor do que o tempo mostrado no cronômetro. A porrada que encerra o show é “Almost Easy”, do álbum anterior, que levou o nome da banda. No refrão, todo o público repete o verso “I’m not insane, I’m not insane”, mas é tarde demais: àquela altura, toda a horda de camisas pretas já tinha sucumbido à loucura do Avenged Sevenfold há muito tempo. Que venha a prometida turnê solo.

Crashdiet

Deve ser difícil para uma banda de hard rock se emperiquitar toda para tocar só umas sete músicas num grande festival, e sob um sol de rachar. E - pior ainda - ter duas delas limadas do repertório em cima da hora. Foi o que aconteceu com o Crashdiet, uma das atrações que teve de encurtar o tempo de apresentação para que a produção incluísse, no line up de segunda, Ilo Ferreira, que, “por problemas técnicos”, não tocou no domingo, como inicialmente estava previsto. Resultado: com menos de 15 minutos disponíveis, o Crashdiet praticamente passou despercebido pelo Palco Ar, sem tempo sequer para empolgar com um de seus refrões pegajosos cantados a quatro vozes. Uma pena. (Clique aqui para ver como foi o show completo do grupo no Rio)

Crashdiet: prejudicado e praticamente não notado no festival

Crashdiet: prejudicado e praticamente não notado no festival

Set list completo Avenged Sevenfold:

1- Nightmare
2- Critical Acclaim
3- Welcome to the Family
4- Beast and the Chalot
5- Buried Alive
6- Afterlife
7- God Hate Us
8- Unholy Confessions
9- Almost Easy

Set list completo Crashdiet:

1- Breakin’ The Chainz
2- Rebel
3- So Alive
4- Riot In Everyone
5- Generation Wild

Veja também: Rage Against The Machine no SWU

Veja também: Los Hermanos no SWU

Veja também: The Mars Volta e Infectious Grooves no SWU

Veja também: Queens Of The Stone Age no SWU

Veja também: Pixies e Yo La Tengo no SWU

Veja também: Cavalera Conspiracy no SWU

Veja também: Linkin Park e Incubus no SWU

Tags desse texto: , ,

Comentários enviados

Sem comentários nesse texto.

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado