Se o termo hard rock ainda remete à ensolarada Califórnia com muitas garotas, carrões, laquê no cabelo, caras e bocas, é preciso rever os conceitos conhecendo a banda suíça Gotthard. Longe de ser uma novidade no meio - o grupo existe há dezesseis anos -, só conseguiu projeção mundial com o lançamento de “Lipservice”, em 2005. “Passamos por várias mudanças, trocamos de empresário e gravadora para atingir lugares aonde não tínhamos ido e aqui estamos, de cara nova”, conta o vocalista Steve Lee, quando a banda passou pela segunda vez pelo Brasil, onde tocou no Live N’Louder Festival. Na primeira, no início do ano, só fez shows promocionais.

A mudança permitiu que o som do Gotthard, calcado no estilo clássico dos anos 70/início dos 80, se firmasse em “Lipservice”. “Esse é um disco que tem uma boa mescla do hard rock europeu com o americano, mas vai mais no estilo inglês de bandas como Whitesnake e Deep Purple daquela época”, conta Lee, sem esconder seus ídolos. Não se trata, no entanto, de algo datado ou conservador. Basta ver a baixa média de idade do público do grupo – o DVD “Made In Switzerland” mostra isso – para identificar a renovação dos fãs. “Todo o tipo de música está voltando, há muitos garotos tentando entender o que os pais deles ouviam, e isso faz o hard rock voltar com força”, comemora.

Sobre novas bandas que dão uma piscadela para o gênero, como The Darkness e Backyard Babies, Lee dá de ombros: “Eles não fazem muita coisa diferente do que nós fazemos, só têm a sorte de virem de países onde o rock’n’roll é muito mais respeitado do que na Suíça”, comenta. O Gotthard continua numa extensa turnê mundial e só deve lançar disco novo em meados de 2007. Até lá o mundo continua revendo os conceitos sobre o hard rock. Antes tarde do que nunca.

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