Fazendo História

Twisted Sister
Deu zebra… e oncinha também

Era para ser pura nostalgia de gosto duvidoso. Mas a emoção do rock falou mais alto. Cobertura do show do Via Funchal, de novembro de 2009, publicada na Billboard Brasil número 3, de dezembro do mesmo ano. Foto: Reprodução/Internet.

twistedsisterA fauna que circulava do lado de fora já valeria a noite. Pessoas em modelitos do início dos anos 80, calças de lycra justíssimas, camisetas de cores berrantes ou com estampas de zebra/oncinha e cintos metálicos. Lá dentro, depois da abertura da banda/paródia Massacration, um dos maiores símbolos do exagerado hard rock oitentista faria seu début no Brasil – estreia mesmo, por incrível que pareça. Com todos os integrantes da formação original, o Twisted Sister, também com a clássica indumentária, queria tanto fazer festa quanto o público. E, se no passado alguns fãs podem ter sentido vergonha de assumir a paixão pelo grupo, desta vez saíram todos do armário.

O guitarrista Jay Jay French, de tão animado, filmava tudo como um adolescente, e chegou a pedir ao público um “parabéns pra você” para sua filha, que completava 16 aninhos naquela noite. Foi atendido, claro. Dee Snider, embora não reconhecesse a própria cabeleira, colada na cabeça pelo suor, não cansou de dizer que se tratava do melhor público para o qual já tocara. Não estava brincando. Que o digam os braços erguidos, em coreografia que parecia ensaiada, durante “We’re Not Gonna Take It”, ou o coro metálico no fechamento do set, em “I Wanna Rock”. Também, pudera, eram dois dos maiores hinos da música pesada em todos os tempos.

Para uma banda que se orgulha de não tocar músicas novas, a inclusão de “30”, que comemora os 25 anos do lançamento do álbum “Stay Hungry”, até que foi uma surpresa, no único momento em que a platéia se aquietou. Porque a festa não podia mesmo parar, e “You Can’t Stop Rock ‘N’ Roll” acabou virando símbolo de uma noite surpreendente. Dee Snider ficou de queixo caído com a introdução de “The Price” levada à capela (sem acompanhamento instrumental) pela plateia, O que era para ser apenas um show revivalista se converteu num dos melhores espetáculos do ano.

O Twisted Sister voltou ao palco duas vezes, primeiro para a ótima “Come Out And Play”, e depois para fazer uma enorme apresentação de todos os integrantes, como se ninguém quisesse que aquele momento terminasse. Tudo filmado por Jay Jay, incluindo a despedida final de Snider, depois da porrada “S.M.F.”. Ele prometeu voltar, mas só no inverno, para não ter sua cabeleira arrasada. Mas, também, quem mandou se esquecer de incluir na bagagem o ventilador turbo, apetrecho indispensável para uma verdadeira banda de hard rock?

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