No Mundo do Rock

Todas as línguas do metal

De volta ao Rio depois de 14 anos, o grupo americano Manowar vai tocar “Father”, música gravada em 16 idiomas, incluindo uma versão em português. Matéria publicada hoje no Jornal do Brasil. Foto: Divulgação.

"Morte aos infiéis" - Manowar apresenta no Citibank Hall a turnê Death to infidels: no primeiro show no Rio desde 1996, clássicos como "Courage" e "Brothers of Metal"

"Morte aos infiéis" - Manowar apresenta no Citibank Hall a turnê Death to infidels: no primeiro show no Rio desde 1996, clássicos como "Courage" e "Brothers of Metal"

Poucas bandas são tão fiéis aos fãs como o Manowar, ao menos no discurso. Na prática, vão além da retórica com atitudes como a assinatura de um contrato com o próprio sangue no lugar da tinta. Longe do Rio desde 1996, o grupo americano volta hoje, dentro da “Death to infidels tour” (algo como Turnê da morte aos infiéis), que deve trazer sucessos como “The gods made heavy metal”, “Heart of steel”, “Courage” e “Brothers of metal”.

– Estamos prontos para invadir o Rio, beber todas as cervejas e pegar todas as garotas, diverte-se o baixista Joey DeMaio, líder e figuraça da banda, por telefone, ao Jornal do Brasil, lembrando que, quando se apresentou no extinto Imperator, no Méier, o grupo chamou dezenas de incautas para a festa, no palco e nos bastidores.

DeMaio é pregador da ideologia do grupo, que, além das garotas e cervejas, inclui fisiculturismo (já que são “guerreiros do metal”), motos envenenadas, mitologia, e, claro, o “verdadeiro heavy metal”, que só o Manowar é capaz de tocar.

– A maioria das bandas oferece lixo aos fãs, e é pior quando dão o mesmo lixo a cada disco – alfineta DeMaio. – O Manowar faz cada disco diferente, fãs e banda crescem juntos.

A nova faceta é a balada “Father”, gravada no EP “Thunder in the sky”, lançado no ano passado, em nada menos que 16 idiomas, incluindo o português.

– Queremos nos comunicar melhor com os fãs, e já estamos acrescentando novas versões, em ucraniano, chinês… Vamos chegar a 20 línguas – adianta DeMaio.

Quem mais sofreu com a empreitada foi o vocalista Eric Adams, que precisou da ajuda de especialistas em cada idioma, em gravações que duravam duas semanas por música. O responsável pela letra em português é o brasileiro Manoel Cristiano de Arruda, que há oito anos trabalha no site do grupo.

– Tive a honra de traduzir a música. Fiquei muito feliz que eles tenham escolhido os fãs brasileiros para participar desta homenagem – comenta Arruda.

Sobre a turnê pelo Brasil, iniciada ontem, em São Paulo, e que também passa por Belo Horizonte, amanhã, DeMaio não dá detalhes.

– Vocês devem ir para descobrir como será o show, mas não cheguem perto do palco, porque senão vamos estourar seus miolos – exagera o baixista.

A “ameaça” tem fundamento: o Manowar bateu três vezes o recorde de banda que toca mais alto em todo o mundo, e detém a marca de show mais longo de todos os tempos, obtida em 2008, na Bulgária, quando cerca de 20 mil pessoas viram o grupo tocar por exatas 5h10.

– Todos enlouqueceram e não queriam que parássemos, estavam prontos para 10 horas – recorda DeMaio.

O baixista ressalta que a dedicação ao público não se esgota em efeitos pirotécnicos, vistos em muitos shows e festivais do gênero.

– Qualquer idiota acende um fogo, grande coisa! Mas ninguém toca guitarra como Karl Logan e baixo como eu toco. Ninguém canta como Eric Adams ou toca bateria como Donny Hamzik – gaba-se DeMaio, confirmando que Scott Columbus continua afastado e que o baterista original vem ao Brasil em seu lugar.

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