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Jonas Brothers abre turnê brasileira pelo Rio em clima de histeria coletiva

Cobertura do show do Jonas Brothers realizado na Praça da Apoteose, no Rio, dia 23 de maio de 2009. Publicado originalmente no UOL Música. Foto: Publius Vergilius/UOL.

jonasbrothersrjCerca de 19 mil pessoas começaram a chegar na tarde deste sábado (23) na Praça da Apoteose, no Rio, para assistir ao primeiro show do Jonas Brothers no Brasil. O trio, sensação entre adolescentes e pré-adolescentes, reuniu uma platéia familiar. Os pais se misturavam entre os gritos agudos dos adolescentes –meninas em sua maioria– cada vez que a imagem dos irmãos aparecia no telão. O som mecânico que antecedia o show era de clássicos do rock de grupos como The Who, Lynyrd Skynyrd e Thin Lizzy.

Não por acaso, a gravação de “We Will Rock You”, do Queen, anunciou o início do show. Logo que a banda começou a tocar, os três irmãos apareceram com a queda de um pano branco que deixava transparecer as suas silhuetas, talvez o momento em que a Praça da Apoteose tenha registrado o nível de ruído mais alto. Nick empunhava uma guitarra, Kevin estava com um violão e Joe Jonas assumiu os vocais. Ao todo, foram 19 músicas em cerca de 1h20 de emoção e histeria por parte da platéia mirim.

No palco, os irmãos Jonas mostram que o grupo é a mais perfeita tradução do termo “boy band de guitarras”. Escorados por uma banda de bons músicos e a participação de um naipe de metais e de duas violinistas, eles tocaram os hits consagrados em produções da Disney e canais infantis, mas fazem um espetáculo essencialmente rock. Enquanto Joe, com a voz mais forte, é o líder nato, Kevin toca guitarra o tempo todo e Nick –que, apesar de mais novo, viu o grupo ser montado à sua volta– se reveza em vários instrumentos.

Em “Video Girl”, ele assume uma segunda bateria e duela com Jack Lawless, o baterista do grupo –a música terminou com o riff de “Seven Nation Army”, do White Stripes, reproduzido pelo naipe de metais. Em “Little Bit Longer”, já na segunda metade do show, um piano branco é levado ao palco para ele protagonizar um momento que beira o piegas, mas emociona até pais e mães que erguem os filhos nos ombros.

Em “Lovebug”, uma das últimas da noite, é Kevin quem aparece com uma guitarra idêntica à de James Hetfield, do Metallica, mostrando o lado rock do grupo. Mas eles também têm a porção “boy band”, realçada quando Nick, antes de um solo, desnudou um ombro da camiseta ou soltou um beijo ao ar para arrancar suspiros do público.

O trio entrou no palco a toda velocidade e tocou quatro músicas seguidas antes de falar com os fãs. Numa delas, a fraca “Shelf”, já na passarela que conduz ao meio do público, Kevin e Nick erguem suas guitarras na pose consagrada por bandas de heavy metal. “Vocês estão prontos para se divertir essa noite?”, pergunta Joe, exigindo uma resposta ainda mais alta. É a vez de “Godnight And Goodbye”, na qual Nick e Joe fazem acrobacias dignas de ginastas olímpicos.

Outro momento emocionante, que antecedeu Nick e seu piano, aconteceu quando os três cantaram e tocaram violão em “Gotta Find You”, na frente da passarela do palco, acompanhados pelos violinos. Em seguida, eles receberam a cantora teen Demi Lovato em “This Is Me”, que ficou famosa no cinema e fez o show de abertura. A melhor música da noite foi “Tonight”, uma das poucas apresentadas só pela banda –que ainda tem John Taylor (guitarra), Greg Garbowsky (baixo) e Ryan Listman (teclados), além do baterista Lawless– e que pode facilmente ser identificada como rock pós anos 2000.

A música inédita da noite foi “Paranoid”, o novo single que deve puxar o próximo álbum do trio, “Lines, Vines And Trying Times”, prestes a ser lançado. É outra que flerta com o novo rock, só que com sua fatia mais dançante, conectada aos anos 80. A plateia cantou várias das músicas, como “Hold On”, “Play My Music” e “S.O.S.”, já no bis. Os três voltaram ao palco com camisas número 10 da seleção brasileira e os respectivos nomes gravados nas costas. Antes do encerramento, apresentaram cada integrante em clima de premiação hollywoodiana. O público, ainda jovem, pode até não carregar esse show na memória, mas Nick, Joe e Kevin seguramente não irão se esquecer dessa noite.

Demi Lovato se destaca na abertura

Não parece que Demi Lovato, cuja carreira também foi impulsionada por produções da Disney, tem apenas 16 anos. Em pouco mais de meia hora, ela mostrou surpreendente desenvoltura no placo, além de ser boa cantora. Ficou também surpresa ao descobrir que o público conhecia suas músicas de cor. “Eu jamais pensei que teria a oportunidade de vir ao Brasil, e prometo voltar quando lançar meu novo álbum”, disse, mostrando a camisa da seleção brasileira que também trajava sob a jaqueta preta.

A banda dela toca pop rock e a própria Demi usa o teclado, mas as músicas, em geral, são fracas. Só no hit “Don’t Forget” e em “Two Worlds Collide”, que teve pequenos solos de cada integrante, é que a cantora mostrou que pode colher resultados mais promissores.

Antes do sol se por, a Praça da Apoteose viu a banda Cine tocar com uma péssima qualidade do equipamento de som. O grupo é a última sensação brasileira na internet e, por conta disso, assinou contrato recentemente com a Universal. O foco deles são as guitarras dos anos 90, de grupos de poppy punk como o Blink 182, com teclados do tecnopop oitentista. Mesmo novos na cena, o quarteto segurou a onda em menos de meia hora de show.

Veja o setlist divulgado pela organização do show do Rio de Janeiro:

“That’s Just The Way We Roll”
“Shelf”
“Hold On”
“BB Good”
“Goodnight And Goodbye”
“Video Girl”
“Gotta Find You”
“This Is Me”
“Still In Love With You”
“Tonight”
“Year 3000″
“Paranoid”
“A Little Bit Longer”
“When You Look Me In The Eyes”
“Play My Music”
“Lovebug”
“Burnin’ Up”

(bis)
“Hello Beautiful”
“S.O.S.”

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