Som na Caixa

U2

The Unforgettable Fire/The Joshua Tree
(Universal)
Publicado na Revista Billboard Brasil número 5, de fevereiro de 2010

u2unforgettablefireDepois dos três primeiros discos, o U2 prossegue com a linha de relançamentos de luxo. “The Unforgettable Fire” (1984) veio na cola do sucesso de “War”, carregando o peso de ter que atingir um novo patamar. Embora seja um grande álbum, não conseguiu. Com um jeitão experimental, apontou para vários caminhos, em parte por conta dos produtores Brian Eno e Daniel Lanois, que assumiram o lugar de Steve Lillywhite. Eno vinha trabalhando com a “ambient music” de artistas como Harold Budd (com quem gravou “The Pearl” no mesmo ano), e tinha ele próprio lançado “Apollo” (1983), o que ajudou a mudar a rota do U2. O choque só não foi maior porque o grupo trazia no bolso músicas muito boas. Além da faixa-título, temos “A Sort of Homecoming”, que aparece numa versão ao vivo turbinada por Tony Visconti, (produtor de “Live and Dangerous”, do Thin Lizzy), e noutra com Peter Gabriel fazendo backings; “Wire”, sucesso nas pistas, em dois remixes; “Bad”, uma das melhores performances ao vivo; e a imbatível “Pride (In The Name of Love)”, mais enguitarrada. Outros destaques do CD bônus são “Yoshino Blossom”, com piano siamês de “New Year’s Day”, “Disappearing Act”, finalizada só no ano passado, e as quatro faixas do EP “Wide Awake In America”.

u2-joshuatreeO grande salto na carreira do U2 viria com “The Joshua Tree”, de 1987, quando os irlandeses atravessaram o oceano para conquistar a América com um disco… americano. Bono parece outro cantor e a banda deixa a imagem pós punk. As letras politizadas que marcaram discos como “War” e “The Unforgettable Fire” abrem espaço para recados universais como “I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “Where The Streets Have No Name”. Junto com as guitarras e a batida marcial, violões e harmônica. Se “Joshua Tree” é o maior sucesso do U2, The Edge considera as sobras o “melhor trabalho do grupo não publicado”. Os extras do CD bônus são os mesmos da edição de 20 primaveras. Há “Silver And Gold”, com Keith Richards, Ron Wood e Steve Jordan, do disco contra o racismo na África do Sul; “Spanish Eyes” e “Walk to the Water”, que todos conhecem sem saber de onde; “Wave of Sorrow (Birdland)”, outra finalizada na remasterização; e “Drunk Chicken/America”, com leitura do poeta Allen Ginsberg. Estas duas edições vêm em embalagens de luxo com luva de papelão, acompanhadas por libreto de 36 páginas com fotos inéditas da época, textos de jornalistas, dos produtores e de The Edge, que organizou tudo. Coisa para fã mesmo.

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