Rock é Rock Mesmo

Segue o jogo

Tempos de Kissmania, agenda de shows lotada e o eterno duelo/dueto como aquele que, sabemos todos, é o senhor da razão

Meus amigos, ainda estamos em setembro, mas os olhos já alcançam novembro. Pode parecer lugar comum – e é – mas não há como não reconhecer que estamos diante de mais uma enxurrada de shows internacionais por estas plagas. Lugar comum, sim, porque é só acabar o verão lá no Hemisfério Norte e pimba! Começam a desembarcar por aqui tudo que é banda doidinha para faturar um bocado e para encantar aquele que – dizem eles – é o melhor público do mundo. O sol se esconde lá e o rock brilha aqui. Ao vivo.

Desnecessário dizer que o brasileiro gosta é de shows, do espetáculo, da festa. E o rock é, como apregoa o Kiss, entre outros, festa. Prova disso é que uma das seções mais lidas aqui no Rock em Geral é justamente a Filipetagem, que como o nome diz, anuncia os detalhes de cada show. Todo mundo que é fá de rock quer saber que banda vem tocar aqui, quando, onde e quanto vai custar. Ao mesmo tempo, quem respira cultura pop vive a se lamentar que quase não há shows de grupos internacionais no Brasil, como se isso fosse verdade. E ainda, quando vê uma nova banda que acabou de surgir longe de passar por aqui, reclama aos borbotões. Reclama-se muito nesse meio, aliás. Já falei tanto disso que vieram reclamar comigo.

Mas falava de shows e era sobre isso que queria comentar. Sem querer, contudo, acabei citando o Kiss e aproveito para dizer que atravesso severamente uma fase Kiss. Explico. Em abril o grupo de mascarados aportou no Rio depois do clássico show de 1983, e pela primeira vez no Brasil desde 1999, quando esteve no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Comemorando 35 anos do álbum “Kiss Alive”, tocou um repertório da época, mesmo já tenho alinhavado uma pá de músicas para um novo disco de inéditas, surpreendentemente prometido para esse ano, depois de Paul Stanley dizer que não fazia músicas novas porque os fãs só queriam escutar as antigas. Depois, acabei tendo a oportunidade de assistir à primeira parte do DVD triplo “Kissology”, que é um mergulho profundo nos primórdios da banda, antes de virar lenda e ser considerada trash por muitos. E ainda está aqui do lado a parte 2 da mesma série, dessa vez com quatro disquinhos, esperando eu arrumar um tempinho (tempão, né?) pra colocar pra rodar.

Falei do tempo e já estaco. Não consigo manter um relacionamento razoável com este ser mitológico e inatingível. Por mais que passe o dia acorrentado na frente desse monitor por onde vejo o mundo moderno passar, sempre acho, ao terminar o dia, que ficou faltando alguma coisa. Quando produzo um pouco menos então (em dias de preguiça e relaxamento), aí é que a culpa é animal. Sim, meus amigos, não pode mais ficar parado, já profetizava o sábio Fábio Kalunga há milênios. Sábio Fábio. Bonito isso. O problema é que a chave dos cadeados que cerram essas correntes está bem aqui ao lado, mas, como diria José Roberto Wright na final do carioca de 1985, segue o jogo. Ou por outra, partida encerrada. Afinal, quem mandou se meter a fazer, sozinho, o trabalho de todos? Segue o jogo, ora pois.

O leitor de longa data já deve ter percebido que esta Rock é Rock Mesmo anda meio atrasada. O que acompanha o twitter, então, mais ainda, mesmo porque lá eu não posso muda a data como faço sorrateiramente aqui. O atraso é tanto que, no planejamento mensal – lindo isso – já anotei que preciso, no lugar de uma, escrever duas colunas por semana até que o atraso seja zerado – se é que ele vai ser. Como diria o outro – haja citações – na impossibilidade de se acabar com algo, é preciso minimizá-lo ao máximo. Assim como a falta de tempo ou a impossibilidade de compreensão e de se relacionar com o bastardo. Calma, tempinho amigo, calma.

Adotei a medida, mas não sei se conseguirei cumpri-la. Outras já foram tomadas e nada mudou. Outras já foram tomadas e estão valendo. No primeiro caso, me esforço para manter vivo o projeto uma resenha por dia, mas fala muito pra chegar ao final do mês com trinta textinhos sobre discos ou vídeos. No segundo, orgulho-me de manter atualizada a menina dos olhos dessa nova fase do site: O Rock Como Ele é. Ta lá, um por semana, sem tirar nem por. Não que dê para publicar testos fantásticos em todas as vezes, mesmo porque nem sempre se pode ser Deus. Mas vale a regularidade. Perde-se no mata-mata e ganha-se nos pontos corridos. Segue o jogo.

Queria falar dos shows de novembro e acabei numa introspecção dos diabos. Não importa porque nesse super outubro – tá escrito aqui na agenda, enquanto ouço “Poison”, com Alice Cooper – serão duas colunas por semana e tempo é que não vai faltar. Escrevo isso, inclusive, para combinar com ele. A gente briga, mas a gente não se larga. A gente é feliz e é a vida que segue. Segue a vida; segue o jogo.

Até a próxima, e long live rock’n’roll!!!

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