Fazendo História

Em retorno triunfal, Los Hermanos mostra no Rio que mantém séquito de fãs

Cobertura do show do Los Hermanos dentro do Festival Just a Fest, realizado em março de 2009, na praça da Apoteose, Rio. Publicado no dia 21 de março de 2009, no UOL Música. Foto: Philippe Lima/AgNews.

hermanosapoteoseQuase dois anos depois de ter tocado ao vivo pela última vez, em três concorridas apresentações na Fundição Progresso, no Rio, o Los Hermanos reapareceu na noite desta sexta-feira (20) na Praça da Apoteose, na abertura do Festival Just a Fest, que teve ainda shows do Kraftwerk e do Radiohead. Quando o quarteto subiu no palco pontualmente às 19h, grande parte das 24 mil pessoas que encheram o local já estava presente.

Sucessos antigos, como “Pierrot”, “Bárbara” e “Anna Júlia”, não entraram no repertório. Enterrando de vez o disco de estreia, o mais longe que o grupo chegou foi na inclusão de “Cher Antoine”, jamais tocada ao vivo segundo Rodrigo Amarante, e de “Cadê Teu Suin?”, que não fazia parte do repertório de shows bem antes de a banda encerrar as atividades, em junho de 2007. Detalhes que não fizeram diferença alguma para os saudosos fãs dos Hermanos.

Os versos da conhecida “Todo Carnaval Tem Seu Fim” e da ótima “O Vencedor”, que abriram a noite, foram cantados praticamente em uníssono por fãs emocionados que guardavam expressão de choro a cada palavra dita por Marcelo Camelo. Era evidente já no início - e em todo o show - que o grupo, acrescido do baixista Gabriel Bubu e do tradicional naipe de metais, tinha ensaiado pouco e tomava cuidado para não mudar andamentos ou mesmo atravessar a cada música.

“Último Romance” ganhou um andamento mais lento, dificultando a cantoria por parte do público. Curiosamente a música vinha sendo cantada pelos órfãos da banda no encerramento dos shows do Little Joy, a outra banda de Rodrigo Amarante, durante a recente e bem sucedida turnê pelo Brasil. Já em “Além do Que Se Vê”, Camelo deixou de cantar para ouvir a voz da massa. E não se decepcionou.

Com o ainda afiado diálogo musical, o grupo pouco falou com o público. “É muito bom estar aqui com vocês”, disse Marcelo Camelo logo no início. “Tamô aqui, uai”, sacou Rodrigo Amarante, num “mineirês” atípico, assim que encerrou a primeira de suas partes como vocalista. Ele ainda agradeceria a sorte de estar presente num festival em que o Radiohead foi a atração principal.

Do repertório de 17 músicas, a maioria saiu do disco “Bloco do Eu Sozinho”, considerado o responsável pela guinada dos Hermanos do rock para a MPB. Caso de “Assim Será”. Depois dela boa parte da platéia levantou o grito de “volta Los Hermanos”, que seria repetido outras vezes. Foi a deixa ideal para o hit “Cara Estranho”, um dos pontos altos do show.

Outro bom momento foi com “Condicional”, aplaudida antes mesmo de acabar. Após três canções de andamento mais lento, veio “A Flor”. “Muito obrigado, vocês são demais!”, disse Camelo, em tom de despedida, depois de 70 minutos da mais pura nostalgia. Aos fãs, só resta esperar por outra apresentação eventual, porque reunião de verdade não parece estar nos planos dos barbudões.

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