O Homem Baile

Down By Law para poucos

Baixa presença de público ontem, no Circo Voador, não desanimou a banda americana, ícone do hardcore melódico; Cólera tocou grandes hinos do punk Brasil e Confronto foi discreto.

downbylaw2Esperava-se um público maior para uma clássica noite de punk rock reunindo ícones dos anos 90 e 80, no Circo Voador, mas se as catracas pouco giraram, o Down By Law não se importou e fez um bom show, com cerca de uma hora de duração, para um público seleto que conhecia todo o repertório da noite. Se bem que a coisa demorou para engrenar.

Foi só na quarta música, “Burning Heart”, que a platéia começou a cantar tudo junto com a banda. O vocalista/guitarrista Dave Smalley estava devendo essa desde a última turnê, quando os brasileiros pediam durante o set, e ele resolveu, dessa vez, tocá-la em todos os shows. Em “No Equalizer” as rodas de pogo aumentaram, mas foi em “The Last Brigade”, do primeiro CD do grupo, que o bicho pegou pra valer. Cantada pelo guitarrista Sam Williams III, a música, ao vivo, ganhou velocidade, realçada por um bom trabalho de guitarra.

Em “Best Friends” ele voltaria a se arriscar em outro belo solo, quebrando a sequência (por vezes monótona) de rapidez aliada à boas melodias. Ela veio emendada com a clássica “Nothing Good On The Radio”, ou quase isso, já que Dave praticamente faz comentários entre as músicas, quebrando um pouco o ritmo da apresentação. Show de hardcore é bom quando tudo é tocado junto, rápido e sem muito blá blá blá. Em “All American” Dave convidou ao palco o guitarrista André (Nitrominds e Musica Diablo) para tocar. Ele tirou de letra, já que, da última vez, fez toda a turnê pelo Brasil com o grupo. A música é uma espécie de ode aos valores americanos somados nos dois hemisférios, na máxima “somos todos iguais”.

“Show bom é aquele em que, no final, estamos cansados e o público está cansado também”, disse Dave Smalley antes de encerrar a noite, com a boa “Superman” e “500 Miles”, cover mais que clássico do Toy Dolls. Antes do bis, uma briga infantil no meio do público chamou mais a atenção do que o encerramento do show. Mesmo assim Dave mandou uma de sua banda anterior (Dag Natsy), para delírio dos fãs “das antigas”, e prometeu voltar logo. Com uma frequência tão baixa, será que eles voltam mesmo?

Na abertura, o Cólera, com a formação clássica, tocou uma saraivada de hinos do punk rock brasileiro. “Medo”, “Subúrbio Geral”, “Pela Paz Em Todo o Mundo” e “Quanto Vale a Liberdade” foram algumas das mais cantadas da noite. Na turnê de 30 anos de estrada, o trio parece um tanto cansado, e já não emenda uma música na outra como nos bons temos. Pouco importa: continuam tocando com muita vontade aquilo em que acreditam. Hoje o grupo ainda toca em Cabo Frio e Macaé (na mesma noite) e amanhã em Niterói. É mole?

Espremido entre as duas grandes atrações, o Confronto teve o menor público da noite, e acabou tocando por menos de 30 minutos. Foi o suficiente para ver que, dentro do crossover que a banda pratica já há dez anos, o metal tem ganhado um espaço considerável.

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