Música Que Não Existe

Soturnus Skullcrusher

Veteranos não deixam o metal morrer na capital do Piauí e apostam em uma das suas vertentes mais extremas

soturnusAchou complicado o nome? E a foto? Difícil? Então imagine o logotipo desse grupo lá de Teresina, no Piauí, e som que os caras fazem… Nem é preciso ser especialista para saber que se trata de metal dos mais extremos. E em se tratando de metal, na hora de identificar a zorra tudo fica mais fácil. Enquanto boa parte das bandas novas se esquiva de admitir de onde vem o som que eles estão fazendo, temendo comparações e rótulos indesejáveis, no metal ocorre exatamente o contrário: os caras se definem logo como alguma coisa – com muito orgulho – para não deixar dúvidas.

Pois tá lá na página do MySpace.com do Soturnus Skullcrusher: death core. Só que, para entender o Soturnus Skullcrusher, é preciso saber que, antes, existiu o Skate Aranha, banda formada em 2007 para ser um “supositório sonoro violentamente aplicado na veia da sociedade desavisada”. O grupo mistura hardcore com punk rock e metal extremo, de um jeito – acreditem – agradável, com letras em inglês e português, essas as melhores, como a impagável “Vai Morrer”. A formação? Alex No Pollution (voz), J.J. Not Dead (guitarra), Junior Mortal Thrash (baixo) e Torment (bateria). Com a desistência de Alex e Torment, no início do ano, J.J. montou o Soturnus Skullcrusher, pra não ficar parado.

Só que, para entender um pouco mais o Soturnus Skullcrusher, é preciso saber que o guitarrista J.J. Dead é (ou foi) Josh S., que entre 2000 e 2006 tocou, junto com o baterista Juliano Lima (o Torment) na dupla de vanguarda Lado2Estéreo, misturando guitarras pesadas, bateria e efeitos de toda ordem, vindo de samplers, sintetizadores, pedais, percussão e o escambau. O duo agradou tanto aos moderninhos de plantão que chegou a tocar numa das edições do TIM Festival, em 2005, e lançou o CD “Sambaquetortoeoutrosritmos”. Os dois, num típico momento “traidores do movimento”, haviam deixado de lado o Monasterium, clássica banda de metal pesado dos anos 90. Depois, numa atitude “o bom filho à casa torna”, colocaram um ponto final no Lado2Estéreo e desandaram a tocar pauleiras de todas as extirpes.

Não é preciso ser fiel leitor do Livro Sagrado para concluir que Josh optou pelo Demo com o Soturnus Skullcrusher. Além do death core assumido na web, se você perguntar Josh responde que as influências principais são Mystifier, Sarcofago (do álbum “INRI”), Sex Trash, Rovsvett, Rattus e Samael (só do “Worship Him”). Ele, que aqui também canta, Júnior Mortal Thrash (agora no baixo) e Pablo Necroso (bateria), em dois meses de banda, já fizeram dois shows e gravaram com um microfone um ensaio que está no MySpace.com. São quatro músicas: “Verminoso”, “Infernal Mysteries”, “Sweet Fever” e “The Realm Of Satan”. Deu pra sentir o drama?

A idéia não é deixar barato, mas gravar um CD completo esse ano ainda e fazer uns shows pelo Brasil. Tanto que o logo foi feito pelo belga Christophe Szpajdel, notório criador de arte para bandas de black e death metal (Emperor, Enthroned), e a capa está sendo desenvolvida por um artista japonês. E é de Szpajdel a mais bem sacada definição do som do Soturnus Skullcrusher: caatinga metal. Ah, esses europeus…

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Comentários enviados

Apenas 1 comentários nesse texto.
  1. Arthur A. em maio 25, 2009 às 13:50
    #1

    FUDIDOOOO!

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