Em apresentação épica, Queen relembra sucessos do passado e mostra sintonia com novas gerações
Formação enxuta, com Paul Rodgers nos vocais, trouxe ainda músicas novas e hits das carreiras solos dos integrantes; em estado de graça, platéia aplaude até solo de bateria. Fotos: Alexandre Grand / Divulgação In Press (1 e 3) e Daryan Dorneles (2, 4 e 5).

Paul Rodgers e Brian May entraram no palco com a corda toda, em coregrafias ensaiadas
Uma versão reformada do Queen com o vocalista Paul Rodgers se apresentou ontem no HSBC Arena, no Rio, para um público estimado em 6 mil pessoas. O que parecia ser um evento revivalista acabou se mostrando um espetáculo de rock inimaginável nos dias de hoje, seja pela qualidade do repertório ou pela robusta duração do show. O big bang que aparece no telão gigante no início simboliza um recomeçar improvável para uma banda que tinha como marca registrada o carisma de um vocalista sem igual. Mas o Queen sempre foi, também, uma reunião de gênios polivalentes, e essa versão em parceria com Paul Rodgers reafirma uma impecável divisão de tarefas.

O tradicional giro de pedestal de microfone de Paul Rodgers
Num início que foi direto ao assunto, com destaque para “I Want It All” e “I Want To Break Free”, era impossível, no entanto, não olhar para o palco sem imaginar a figura de Freddie Mercury. Fosse nos clássicos passos de “Another One Bites The Dust” ou no modo único de segurar o pedestal pela metade, a marca registrada do Queen estava lá, e chegou mesmo a parecer no telão, na trivial “Bijou” e fazendo um tecnológico “dueto” com Rodgers na mais que clássica “Bohemian Rhapsody”, uma ópera-progressiva cantada em uníssono pela Arena.

Brian may se emocionou com a cantoria do público carioca
O que se conclui em exatas duas horas e meia de espetáculo é que um show do Queen é tudo que um bom show de rock deve ser: boas canções, grandes sucessos, refrões para se cantar junto, e, sobretudo, guitarras em todas as músicas. Não tem firula; é solo em todas elas e ponto final. A exceção, por assim dizer, está quando a banda vai se reunindo na ponta da plataforma que se projeta sobre o público para tocar algumas músicas em clima de fanfarra – entre elas a inesperada “’39”. O momento é encerrado com um extraordinário solo de Roger Taylor, cantando em seguida, ele próprio, a dramática “I’m In Love With My Car”.

Rodgers e May dominaram o palco como poucos no mundo do rock
Quando a banda fechou o set com “Bhoemian Rhapsody”, era natural que o bis fosse turbinado com o apelo de “We Will Rock You”, com Brian May empunhando a guitarra num chamado para o rock; e “We AreThe Champions”, seguramente a balada mais marcante já feita por uma banda em todos os tempos. Num ginásio construído para a prática de esportes, milhares de braços erguidos davam o tom épico de uma apresentação histórica e seguramente atemporal.

Depois de duas horas e meia de pura emoção, Roger Taylor, Brian May e Paul Rodgers se despedem em grande estilo
1- Hammer To Fall
2- Tie Your Mother Down
3- Fat Bottomed Girls
4- Another One Bites The Dust
5- I Want It All
6- I Want To Break Free
7- C-lebrity
8- Surf’s Up… School’s Out
9- Seagull
10- Love Of My Life
11- ‘39
12- I’m In Love With My Car
13- A Kind Of Magic
14- Say It’s Not True
15- Feel Like Makin’ Love
16- We Believe
17- Bijou
18- Last Horizon
19- Under Pressure
20- Radio Ga Ga
21- Crazy Little Thing Called Love
22- The Show Must Go On
23- Bohemian Rhapsody
Bis
24- The Cosmos Rockin’
25- All Right Now Free
26- We Will Rock You
27- We Are The Champions
Tags desse texto: Paul Rodgers, Queen