Fazendo História

Entrevistão
Jimmy, do Matanza

O vocalista do Matanza sempre carregou a fama de mau. Hoje mais calmo, longe do álcool tão cantado em suas músicas e caindo na estrada com o quarto álbum da banda, Jimmy debuta na tela da MTV comandando o “Pimp My Ride Brasil”. Publicado na Revista da MTV número 74, de julho de 2007. Foto: Divulgação.

jimmy“Quero ser muito escroto, tô muito a fim de ser escroto. To a fim de que neguinho olhe pra mim horrorizado. A pilha era essa, a gente tava de saco cheio, era uma época em que o grande lance era um sonzinho assim, assado, tinha muito Los Hermanos, um clima muito babaca, um ‘indiezinho’ brasilerinho escrotão. Aí, a gente falava: ‘Vamos arrumar briga e fazer um disco assim, música pra beber e brigar’”.

Seu nome não é Jimmy. De onde veio esse apelido?

Tinha o Acabou la Tequila, a banda dos malucos que estudavam com o meu irmão. Essa turma de colégio era muito engraçada, era o meu irmão, o Bacalhau, do Autoramas, o Kassin (produtor), o Renato, do Canastra, o Donida (guitarrista do Matanza), o Pedro Sá (guitarrista que gravou “Cê”, o último disco de Caetano Veloso), o Maurício, do Mulheres Que Dizem Sim, que hoje está no F.U.R.T.O, todos numa turma só de colégio. Quando eu entrei a banda já exista, eu já era grandão, maior que todos os caras, mas era o mais novo. E eles diziam: “Cala a boca, Dimenor”. Aí, pegou e começaram a me chamar de “Dimi”, e ficou essa merda. Meu nome mesmo é Bruno Munk London; o Munk é húngaro e o London é polonês.

De irlandês você não tem nada?

Porra nenhuma.

Você começou na área musical com o Tequila?

Eu tinha uma banda de blues chamada Dry Martini Blues Band, era tosco pra caralho. Como não conseguia cantar e tocar ao mesmo tempo, na hora de cantar eu botava o baixo para o lado e depois pegava ele de novo. Um dia disse pros caras do Tequila que queria entrar na banda. Era o Bacalhau na bateria, o Donida no baixo, Renato (Martins) na guitarra e o João Calado, que hoje toca chorinho com a Tereza Cristina, no teclado. Ele saiu e entrou o Kassin pra tocar guitarra. Quem passou a cantar foi o Renato. O Kassin trouxe o Leo Massacre Completo, e passou a ser duas baterias. O Bacalhau foi pro Planet Hemp e entrou o Nervoso. Eu entrei antes do João Calado sair, mas nunca fiz porra nenhuma. Era uma banda estranha pra caralho, não tenho muito orgulho de falar que era do Acabou la Tequila. Era uma banda meio vergonhosa.

Mas todo mundo que saiu dali faz uma parada legal.

Só que o Acabou la Tequila não era maneiro, dava merda pra caralho, o maior estresse. Não gostavam de fazer show, não era astral, não era maneiro… Tanto que o Matanza aconteceu quando o Donida falou pra mim: ”Vamos fazer uma banda pra fazer show, pegar a estrada, porque o Acabou la Tequila é o maior estresse”. Eram os primórdios do Matanza, que ainda se chamava Stormy Gore Trooper. Era eu, Donida, Kadu e Diba, metade do Dash (veterana banda carioca). O Kadu só durou um ensaio, porque ele era roadie do Planet Hemp e tinha show pra caralho, aí entrou o Nervoso.

Como o Matanza foi montado?

Era pra fazer uma banda pra gente se divertir, até hoje isso norteia a gente. Na hora de decidir alguma coisa ficamos com aquilo que vai ser mais divertido. Óbvio que com 12 anos de banda, quatro discos, uma porrada de coisa dá merda direto, mas até hoje a gente se diverte pra caralho. Inventamos coisas pra fazer com que o show seja maneiro pra todo mundo, apesar de ser aeróbico pra cacete, dar o maior trabalho. No Acabou la Tequila o Donida conviveu com compositores muito fodões, aprendeu pra caralho. E a gente aprendeu como fazer. Número 1: Ramones. A gente cola uma música na outra, faz um show rápido, curto e a porradaria comendo.

E esse negócio de country hardcore?

Foi muito honesto, eu e o Donida gostávamos de country, Willie Nelson e Johnny Cash…

Por que não fizeram country então?

Porque é difícil pra caralho. Tem que tocar banjo, steel, tem que saber cantar, e isso a gente não sabe fazer. E eu não acho que a gente tenha inventado o country hardcore, acho que nós reparamos no lance, porque os caras já eram hardcore, só faltava distorcer a guitarra e colocar bateria. Quando a gente fez o country hardcore, foi uma linha de harmonia, as letras têm muito a ver com as paradas de faroeste, Johnny Cash e tal. Como é difícil pra caralho e os caras são virtuosos, juntamos as duas coisas, a parte do Johnny Cash que era o Ramones do country, com músicas simples e letras geniais, e esses virtuosos. Só que aí o Donida foi gostar de black metal, e coisa foi para outro lado, porque também a gente não ia conseguir ficar fazendo isso a vida inteira. Hoje a gente gosta de música irlandesa, que é o pai do country.

E a história das letras?

No início era só falação de merda. Era “Eu Não Bebo Mais”, “Ela Roubou Meu Caminhão”, éramos muito isso, muito de verdade pra gente. Bebíamos pra caralho, naquele momento só fazia sentido falar disso. Eu tenho o maior orgulho disso, realmente acho que a gente inventou um estilo, eu não conheço banda que faça country hardcore. Conheço uma porrada de maluco que faz country rock, southern rock… Aquele disco, o “To Hell”, só com músicas do Johnny Cash, é um disco de country hardcore. Tocamos 13 músicas de 13 maneiras diferentes de misturar country com hardcore, não com rock. Aquilo ninguém fez. Se nós tivemos um momento do ápice do country hardcore, é aquele momento. E o mérito é do compositor Donida, que eu considero um maluco brilhante, fora do normal.

Em que estágio está a banda hoje?

Hoje em dia é uma banda estabelecida, faz entre 70 e 100 shows por ano. Conseguimos ter a logística toda para a banda funcionar bem. O grande momento do Matanza, onde eu pude falar “realmente temos uma banda”, é quando eu consigo chegar em todos os shows descansado, tenho uma estrutura suficiente para conseguir fazer todos os shows bem, sem perrengue, dormindo bem, num lugar direito, sem rodar 18 horas de van e voltando pra casa com o dinheiro no bolso. Eu não faço um show de merda há muito tempo. O que coroou esse negócio foi a abertura para o Motörhead, em São Paulo. Colocaram no ingresso que o Matanza ia tocar às 19h, mas pediu pra gente tocar ás 20h. Às 19h40 tava o Via Funchal inteiro mandando o Matanza tomar no cu. Todo mundo nervoso (a gente tinha levado uma equipe grande), e eu dizendo “Tá tranqüilo, relaxa”. Chegou no horário eu subi no palco, mandei todo mundo ir tomar no cu, disse que eu também tinha ido lá pra ver o Motörhead, mas eles teriam que nos engolir, e fizemos um show foda, sem parar, pau dentro, só hardcore. Neguinho ficou amarradão, 6 mil pessoas cantando as músicas.

Demorou para o tal perrengue acabar?

O primeiro disco era na Abril (extinta gravadora), que acabou quatro meses depois de lançarmos, e o disco foi pro lixo, não existiu. A gente fez o segundo, que é o “Música Para Beber e Brigar”, só que a gente tava muito doido, bebum mesmo. Aí não é um disco em que a gente trampa bem, não consegue arrumar um empresário maneiro. Demos a sorte de estar na gravadora que eu tenho certeza que é a mais foda do Brasil, que é a Deckdisc. Nesse momento do terceiro disco eles poderiam dizer que fazer um disco com músicas do Johnny Cash, em inglês, era um tiro no pé, e sugerir fazer um acústico, um ao vivo. Eles aprovaram e sugeriram um DVD e o lançamento do primeiro dualdisc (CD e DVD juntos, num só disco) do Brasil. Depois viemos com esse quarto disco, que lançamos com um escritório maneiro, fizemos um disco do caralho, o melhor resultado de áudio que a gente já teve.

E tá dando o retorno para a gravadora, que investiu tanto?

Falar de retorno de venda de disco é uma parada doida. Vendo a moral que eu acho que eles têm ao apresentar o portifólio com o Matanza dentro, a gente dá muito retorno. Eu sei que o Rafael (Ramos, produtor) fala com orgulho: “Estão aqui os quatro discos que eu produzi, esse som, essa música”. Eu tenho certeza que esse tipo de retorno é bastante palpável.

E qual é o projeto do Matanza agora?

Acabamos de fazer uma parada muito legal, um projeto do Donida que foi o Matanza Comix, é um orgulho. Agora queremos fazer um DVD no fim do ano, porque o show da banda está do caralho, é hora de mostrar. A idéia é não fazer um DVD em um lugar só, mas uns quatro diferentes, pra neguinho ver como os shows são legais. Queremos mostrar, por exemplo, Goiânia. Em todos os lugares no show do Matanza o bicho pega, mas em Goiânia pega pra caralho, é foda.

E essa história de “música pra beber e brigar”, essa coisa politicamente incorreta? Todo mundo da banda é assim, ou vocês são personagens?

Isso é muito o jeito de como a gente quer que as pessoas nos entendam. Quem entender a piada, tá entendendo a banda; quem não entender a piada, vai se sentir ultrajado, insultado, e é exatamente isso que gente quer fazer: mandar esse babaca ir tomar no cu. Então funciona perfeitamente, porque a tradição da música irlandesa, por exemplo, é o “drink and fighting music”, ela se chama isso, é um tipo de música. Os caras falam merda, é pra sair na porrada ou então você é viado, não no sentido de ser homossexual, mas viadinho. Estamos aqui tentando remeter a essa bela vertente do rock, que neguinho parece que não lembra muito bem, que é o rock de falar merda à vontade, não se preocupar com o que estão achando.

Vocês já sofreram algum tipo de preconceito?

A grande vantagem do Matanza, antes de mais nada, é que ninguém tem coragem de falar nada pra gente, porque neguinho não tem culhão. Até os malucos que escrevem e falam mal, na hora de falar comigo dizem que é do caralho. Quando fizemos o “Música Para Beber e Brigar”, a gente via muita babaquice. Se a música não remetia as raízes, não ressuscitava o jongo não sei das quantas, não era cultura. E de não querer usar a parada americana porque é americano é filho da puta. Sinto muito se o Bush é um imbecil, mas o hambúrger dos caras é do caralho, Johnny Cash é um gênio, country music é genial, o rock dos malucos é o melhor do mundo. O Elvis nasceu lá. Eu aceito Elvis como meu Salvador, nada me faltará.

E o que você fazia nessas horas?

Nesse momento era uma vontade de levantar e falar: “Meu irmão, para com essa merda”. Que puta babaquice ter que ficar sendo maneirinho, fazer música maneirinha, não poder falar merda, não poder ser escroto… Quero ser muito escroto, tô muito fim de ser escroto. To a fim de que neguinho olhe pra mim horrorizado. A pilha era essa, a gente tava de saco cheio, era uma época em que o grande lance era um sonzinho assim, assado, tinha muito Los Hermanos, um clima muito babaca, um indiezinho brasilerinho escrotão. Aí a gente falava: “vamos arrumar briga e fazer um disco assim, música pra beber e brigar”. E nunca deixamos de ter essa pilha, vamos ficando mais velho e mais ranzinzas. Se a gente tava a fim de arrumar briga com o “Música Para Beber e Brigar”, com “A Arte do Insulto” não estamos a fim nem de dar idéia: ouve o disco aí e não fica de onda não.

Vocês tiveram algum problema de não ter a música tocada por causa disso?

Tocar em a rádio a gente nunca tocou, desde o primeiro disco. Na rádio Cidade o cara falou, na época do “Ela Roubou Meu Caminhão”, que ele tinha que escolher entre o CPM 22 e o Matanza, e falou que não queria ver o filho dele ouvindo música mandando tomar no cu, de birita. Isso foi bom pra nós, porque poderíamos ter decidido fazer um disco bundão, mas mandamos tomar no cu, porque bundão daqui a seis meses não existe mais, e quem fez o que queria tá aí. Eu fico feliz que tenha sido o CPM 22, porque apesar de eu não gostar da música, eu gosto muito dos caras, o Badauí é um grande brother. A gente mandou muito bem no segundo disco, poderíamos ter feito um disco de merda pra tocar na rádio e não fizemos. Não vai tocar porque a gente fala merda? Então vamos falar mais merda ainda, se continuar não tocando, foda-se, tem 20 mil malucos lá no orkut que se amarram e todos os shows estão lotados.

E, depois de tudo isso, por que você decidiu parar de beber?

Foi a junção de algumas coisas. Eu realmente sempre bebi demais, e é foda porque a gente sempre falou nas nossas músicas que beber muito não é bom, nas letras quem bebe só se fode. O Matanza deixou de fazer muita coisa na nossa carreira por causa de bebida. Não fizemos porque estávamos de ressaca, ou fizemos mal porque estávamos bêbados. E também deixou de ficar divertido, tava biritando pra caralho, na maior rotina de cerveja pra cacete, bebia umas dez, quinze cervejas, fica meio doidão, saía pra dar um rolé, depois mais quinze cervejas, ia pra casa, dormia, acordava no dia seguinte de ressaca, tomava mais quinze cervejas, tava ficando sem graça.

Você sempre bebia mais cerveja?

Eu gosto de cerveja, uísque, gin tônica. Já bebi muito conhaque e uns drinques que a gente inventa, tipo o “Reign In Blood” (título do clássico álbum do Slayer), que é catuaba com cana. Como uísque e gin tônica não dá pra beber sempre eu bebia muita cerveja. A coisa foi que o show do Matanza é físico pra caralho, e esse show agora tem 29 músicas. Quando você começa a fazer três, quatro shows por semana, não dá pra encher a cara quinta-feira, no primeiro show, e querer chegar no domingo vivo. E também tem o lance da saúde mesmo, aí juntou as coisas. O problema é que eu não sei brincar, não sei tomar um chopinho, sempre gostei do gosto de bebida, mas sempre bebi pra ficar bêbado, e isso dá muito trabalho, no dia seguinte eu fico muito fodido, tenho umas ressacas violentas. Fui me acostumando a não biritar nas paradas e agüento mais a night, vejo os shows, coisa que antigamente eu não fazia. Hoje me lembro do que aconteceu, para quem passou uns 18 anos enchendo a cara, esse último ano foi a maior doideira, acho que eu me lembro de todos os shows que eu fiz.

Isso atrapalha a imagem da banda?

Eu tô cagando pra isso, e neguinho escreve comentando o show: “Porra, o Jimmy tava doidão, teve uma hora em que ele bebeu outra cerveja”, e eu faço o show com 20 águas no palco. Neguinho vê o que quiser, e eu não deixo de ser o que sempre fui, continuo falando merda, fazendo merda, no momento sem cerveja, porque ainda bebo de vez em quando. Nessas horas, no dia seguinte eu lembro porque tinha parado de beber.

Como você escuta música hoje em dia, compra CD ou baixa?

Ganhei um iPod, desses com vídeo e música. Acho que quem quebrou a indústria do disco não foi o mp3, foi a Apple lançando o I-Pod, porque ele é muito foda. Depois é que veio esse monte de tocador de mp3. Vida de músico é 99% de espera e 1% de trampo, a gente passa o dia inteiro no aeroporto, no hotel, na passagem de som, é tempo pra caralho. E o China (baixista do Matanza) fala muita merda, nos diverte bastante, mas não dá pra ficar na “TV China” o dia inteiro. Então eu ouço música pra caralho.

Você baixa ou pega dos seus CDs?

Todos os meus CDs eu tenho no I-Pod, mas eu baixo música pra caralho, coisas novas, pra ouvir e ver se é bom, achar os lances doidos, as raridades.

O que você tem ouvido ultimamente?

Eu tenho ouvido mais Frank Sinatra do que qualquer coisa, sempre gostei pra caralho, mas tô num momento Frank Sinatra violento. Até as velharias que eu tava ouvindo de blue grass e irish já tão meio novas porque eu tô ouvindo coisa mais velha ainda. Tô começando a ouvir um disco que eu comprei que é um disco de estudo, com temas de gaitas de fole com levada de bodram, esse instrumento de percussão irlandês, que é tipo um pandeiro grande que os caras usam uma baqueta em curva pra tocar. Só ouço música velha, música nova não ouço há muito tempo. Uma banda nova que eu ouço é o Molotov, bom pra caralho.

E do Brasil? Você não produzia algumas bandas?

Eu continuo produzindo, não tenho estúdio agora, mas tô fazendo no estúdio do (Alexandre) Griva. Eu já fiz umas faixas do Autoramas, o disco anterior do Canastra, fiz um disco do Uzomi, muita coisa do Monstros do Ula Ula, que eu acho uma banda legal pra caralho, só que é um bando de bebum, são o Matanza ontem. Mas fico amarradão ficar no estúdio, é uma parada que eu realmente queria fazer mais, com mais tempo e mais banda que eu achasse legal pra fazer. Sou punheteiro de equipamento, fico ali com muito prazer.

E o programa novo aqui na MTV, como é?

É o “Pimp My Ride Brasil”. O americano é um programa para reformar carros, mas o nosso não, é pra deixar o carro “pimpadão”, mexendo só na parte estética. É pra fazer com que o carro tenha uns lances muito doidos que tenham a ver com a personalidade do dono. Então se o maluco é um cinéfilo, vamos fazer o carro do cara um cinema grande, com todas as maluquices que o cinema pode ter, com máquina de pipoca…

E qual o seu papel?

Eu sou o apresentador dessa merda. Eu gosto muito de carro, então eu não consigo não me meter na parada, não falar: “Deixa eu ver o projeto, como tá ficando essa porra?”. Claro que tem uma equipe gigantesca que toma conta dessa merda toda, as oficinas, os mecânicos.

Como você foi chamado pra fazer esse programa?

Eu dei a idéia de um programa maluco, que acabou não acontecendo. Era pra levar neguinho num show tosco e depois num show fodão, e juntar o artista pobre e o artista rico, os dois num carro, pra conversar e mostrar as diferenças e as semelhanças entre músicos ricos e pobres. Porque não tem underground e mainstream em relação à criatividade, a diferença é quem ganha muito dinheiro é quem não ganha. Mas era um programa com uma logística difícil. Aí eles deram a idéia de fazer o “Te Vi Na Balada”, de levar o cara na noite. Fizemos um, numa balada country em Jundiaí. Depois me ofereceram um lance de carro, e isso é comigo, eu me amarro, passo o dia inteiro assistindo os programas de carro. Gosto de muscle car, de carro americano fodão que bebe muita gasolina e roda pra caralho. A minha vida inteira eu tive um Opala que eu tratei muito melhor do que a mim mesmo e só fui me desfazer dele há pouco tempo, porque não tinha mais como eu ter aquele carro gigante na garagem e não dava pra usar ele como carro normal. Quando falaram em programa de carro, topei na hora. E eu não tenho - sem qualquer tipo de modéstia, até porque não acho que isso seja gastar onda - nenhuma vergonha, adrenalina de ligar a câmera e falar. Ao contrário, falo qualquer merda, não tenho essa viadagem de se tá filmando ou se não tá, se tá no palco ou não tá. Eu seguro minha onda lá, falo minhas bobagens, e funciona como programa.

Com tem sido as gravações?

Muito legais, a produção escolhe três participantes por programa e desses três eu escolho um para ser o cara que vai ser “pimpado”. O programa é patrocinado pela Volks, então os carros têm que ser Volks, e o cara tem que estar com a documentação em cima. A nossa grande preocupação ao escolher é com que essas pessoas sejam um personagem rico, para que a gente possa deixar o carro ficar maneiro. Não adianta botar um carro com CD e DVD, isso você faz com qualquer um. Fodão mesmo é aquele carro que, para o maluco, fica muito foda. Essa preocupação com o personagem, a escolha do carro tem muito a ver com isso.

Sua relação aqui com a MTV se fortaleceu com o “Rockgol”, né?

Tem muito a ver com o programa. Eu fiz o “Rockgol” de praia uns quatro, cinco anos atrás, só teve essa edição na areia, foi legal pra caralho, neguinho ficou amarradão. As entrevistas do Matanza já rendiam, eu já tinha uma abertura, e a parada foi só crescendo. Eu me dou muito bem com o pessoal, gosto de todo mundo na MTV. Tem sido do caralho.

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Comentários enviados

Existem 3 comentários nesse texto.
  1. Carol em maio 2, 2010 às 21:45
    #1

    Amo o Jimmy do Matanza. Ele é do Caralho…
    Um dos maiores caras que já conheci…
    Tenho orgulho disso, ele é simplesmente foda; bonito; inteligente. O Matanza sem sombra de dúvidas é uma banda de muito sucesso, mas não é pra qualquer um, não, é uma banda pra quem gosta de falar, ouvir e que não tá nem ai pra essa merda!

    Beijos

  2. Nick Albuquerque em junho 26, 2012 às 0:03
    #2

    Matanza é do caralho, fui no show dos caras um vezinha só na loucura porque na época eu era de menor ainda… E adorei, virei uma puta fã da banda e quero que eles voltem logo para Recife para bebermos e brigarmos mais um monte.

  3. Joneyson em setembro 18, 2013 às 3:20
    #3

    Sempre achei Matanza uma porcaria. Mas essa entrevista foi boa. É legal saber que por trás desse cara que sempre achei um babaca existe uma rotina de banda normal. Apesar de continuar achando ele um playba. hehehe

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