Som na Caixa

Ecos Falsos

Descartável Longa Vida
(Monstro). Íntegra da resenha publicada na edição 50 da Revista Zona de Obras - Zaragoza - Espanha.

ecosfalsosdescartavelPara se entender o Ecos Falsos é preciso saber que o mais importante para a banda é a palavra. Não que se trate de um grupo cabeçudo repleto de letras pentelhas, mas porque o quarteto se preocupa com a mensagem, e faz do meio… o meio mesmo, veículo de idéias do tipo lugar incomum. E isso ajudado pelo fato de somente o baterista não cantar, o que ajuda a enfatizar o conteúdo das letras.

Exemplos? A pérola “eu só sou sentimental quando eu me fodo”, de “Sobre Ser Sentimental”; “Eu me sinto como um russo no cinema americano”, que resume a frustração looser de “Eu Nunca Ganho”; e “O meu coração não reconhece a luz do dia”, de “Réveillon”. A parte musical, embora atire para tudo o que é lado, guarda certa identificação com grupos mais recentes do rock internacional. Há o minimalismo do Queens Of The Stone Age em “Findo Milênio” e na boa “A Última Palavra em Fashion”, o gás do Foo Fighters em “Dois a Zero”, e assim por diante.

Não se descarta, também, uma inspiração no rock independente nacional, ao menos esteticamente falando. O resultado é um rock dos bons, original, que produz, só neste CD de estréia, três hits instantâneos: a colante “Nada Não”, “Findo Milênio”, com cantoria à Pink Floyd, e “Réveillon”. Mas que por vezes pode, também, soar indigesto. Alheio a análises mais didáticas, o Ecos Falsos ainda tira onda com as participações especiais de gente do naipe de Tom Zé, Fernanda Takai (Pato Fu) e Serginho Serra (Ultraje a Rigor).

Tags desse texto: ,

Comentário

Seja o primeiro a comentar!

Deixe o seu comentário

Seu email não será divulgado