Som na Caixa

Rush

Snakes And Arrows
(Warner)
Publicado na Bizz 214, de junho de 2007

rushsnakesSe o Rush muda a cada quatro discos, “Snakes And Arrows” inaugura uma nova fase, atropelando o inseguro “Vapor Trails”, de 2002, contaminado pelos traumas familiares vividos pelo baterista Neil Peart. O disco é um coletivo de belas canções e arranjos precisos, no qual a virtuose está a serviço do bom gosto. É, também, conciso como nas fases mais recentes - o poder de síntese do trio atingiu a excelência. “Far Cry” é um single de refrão simples e faz par com “Good News First”, mas há músicas mais elaboradas, como “Workin’ Them Angels“, uma das mais cativantes, a tensa “Spindrift”, que lembra a transição 70/80, e ainda três instrumentais - “Main Monkey Business” é estupenda. O guitarrista Alex Lifeson abre mão de solos arrojados e investe em marcações típicas do blues (“Way The Wind Blows”), deixando espaço para as estripulias de Geddy Lee. Como vocalista, Lee se adapta bem às limitações impostas pela idade, e Peart mantém a pegada consolidada nos últimos tempos com a marca da simplicidade. “Snakes And Arrows” é um álbum que não se encerra em si próprio, fala mais alto a cada audição e recoloca o Rush nos trilhos. Nem a capa esquisita atrapalha.

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