Em 1986 Phil Collins, que no passado fora promovido de baterista a vocalista do Genesis, já tinha uma proeminente carreira solo. Daí a surpresa do público de Montreux ao vê-lo de volta às baquetas na banda de Eric Clapton, o que resultou numa verdadeira aclamação depois de “In The Air Tonight”, um de seus grandes hits, generosamente incluído no set. O fato ofuscaria qualquer artista, menos Eric Clapton. É que o deus da guitarra tem uma intensa forma de lidar com o palco, não só pela perícia instrumental, mas por cantar com a entonação dos velhos blueseiros e saber como poucos aliar simplicidade e brilhantismo. À época Clapton vinha abrindo mão de bandas superpopulosas para ir de baixo, bateria, teclado e guitarra. A alternativa resultou numa apresentação formidável, não só nos clássicos, mas em músicas novas. Caso de “Tearing Us Apart”, que se tornaria o irresistível hit do álbum seguinte, “August”, que teve a produção do mesmo Phil Collins e recolocou Clapton nas paradas; e da espetacular “Wanna Make Love To You”, que mais tarde entraria no histórico box “Crossroads”. O encerramento com “Further On Up The Road”, tocada depois de “Cocaine”, “Layla” e “Sunshine Of You Love” (como pode um único artista deter três dois maiores riffs da história do rock?), fez todo mundo lá na Suíça esquecer quem era o tal baterista cantor.

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