Fazendo História

‘Prog metal’ volta ao Rio

Depois de oito anos, Dream Theater promete tocar por três horas. Publicado no Jornal do Brasil, em 9 de dezembro de 2005.

No começo havia o heavy metal e o rock progressivo. Na segunda metade da década de 80 nasceu o Dream Theater, banda que consolidou o prog metal, subgênero da música pesada que fundiu os dois estilos. Hoje, o grupo americano se confunde com o termo, e se dá o luxo de experimentar álbuns às vezes mais pesados, noutras mais progressivo, com músicas subdividias em partes distintas, como nas suítes dos anos 70. É o caso de “Octavarium”, faixa com exatos 24 minutos de duração que dá título ao mais recente disco da banda. Lançado em junho, o álbum, que chegou ao número 36 da parada da revista americana Billboard, é a base da turnê latino-americana do Dream Theater, que chega hoje ao Rio, no Claro Hall, na Barra.

- O ‘Octavarium’ vai na direção da música progressiva, mas ao mesmo tempo nos preocupamos em não fugir do nosso estilo. Assim, o disco tem partes pesadas também - contou o vocalista James LaBrie, por telefone, de Santiago, no Chile, onde a banda tocou para cerca de 20 mil fãs na terça-feira.

O Dream Theater volta ao Rio depois de oito anos. Na turnê de 1997, houve problemas como empresário brasileiro, razão apontada pelos fãs para o fato de o grupo não ter mais dado as caras por aqui. Mas LaBrie atribui a ausência aos altos custos para transportar a parafernália da banda.

- Uma turnê do Dream Theater tem muita produção, temos milhares de equipamentos viajando conosco e isso custa muito dinheiro. Para tocar no Rio não estamos levando tudo o que geralmente carregamos para as turnês, porque sairia muito mais caro - explica o vocalista.

Segundo ele, entretanto, os fãs não terão motivo para reclamar, já que a principal diferença está num telão e em alguns efeitos de luz. Mesmo porque o show, que conta com demonstrações de virtuose de todos os músicos, pode chegar a três horas de duração. Completam a banda John Myung (baixo), John Petrucci (guitarra), Mike Portnoy (bateria) e Jordan Rudess (teclados). Apesar de a banda definir o repertório a cada noite, uma coisa é certa, “Octavarium”, a tal música de 24 minutos, está incluída.

Na platéia, em geral, os fãs ficam conferindo se os músicos conseguem reproduzir fielmente aquilo que foi gravado no disco. James LaBrie não se intimida:

- Estamos aptos a fazer no palco tudo que gravamos em estúdio, mas também somos humanos e nem sempre atingimos o máximo.

A turnê latino-americana termina na próxima terça, na Venezuela. No Brasil, além do show de hoje, a banda se apresenta sábado e domingo em São Paulo. No show de domingo, uma surpresa. Ao invés do repertório apresentado na turnê, o Dream Theater tocará um álbum clássico do rock progressivo, na íntegra.

- Só fazemos isso quando temos duas datas numa mesma cidade. É uma noite especial para os nossos fãs - explica LaBrie, que não entrega qual será o disco.

No show de Buenos Aires, no final de semana passado, a banda optou por um álbum próprio, “Scenes From a Memory“, e em outubro, em Amsterdã, o escolhido foi “Dark Side Of The Moon”, do Pink Floyd.

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