O dilema de quem fez sucesso dentro do poppy punk é conseguir se manter no mercado sem cair nas repetições do gênero. O Green Day se jogou de cabeça na política com “American Idiot”, e aqui Tom DeLonge, vocalista e guitarrista do platinado Blink 182 aproveita as férias (sem data prevista para retorno, depois de desentendimentos sérios com os outros dois integrantes) para dar um gás no seu novo projeto. É difícil desassociar uma coisa da outra quando a voz é a mesma, mas fora isso não há muito em comum entre as duas bandas. O Angels And Airwaves busca inspiração no rock oitentista, que o faz soar parecido até com o U2 daquela época, onde a ênfase na guitarra discreta à The Edge é latente, bem como os coros vocais e teclados grandiloqüentes típicos de superproduções de Depeche Mode ou Peter Gabriel. O resultado varia de acordo com a qualidade das músicas, compostas por Tom. Se inspiradas, como “The Adventure”, “The Gift” e a pesada “The War”, a coisa vai bem. Quando não, caem na tal repetição. Tom DeLonge conseguiu fazer um disco apenas razoável, cujo mérito é mostrar uma eventual alternativa ao punk adolescente de FM.

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