As guitarras que aparecem logo na primeira música deste disco, “Reach Out”, fazem pensar que Scott Stapp está interessado em fazer, com sua banda, algo bem mais pesado e consistente do que aquilo que fazia no Creed. Ele próprio, quando começa a cantar, demonstra mais vigor e intensidade vocal, confirmando que sua ex-banda já era mesmo. “Fight Song”, a segunda, também com um arranjo que privilegia o peso das guitarras, é a prova de que o disco vai muito bem, e aí é preciso dar crédito à (desconhecida) dupla Aristides Rincon e John Curry, impecável em evoluções, riffs e solos, num desempenho que nem pode ser comparado às incontáveis baladas que o Creed despejava nas FMs.

Mas é o próprio Scott quem recua e define certos momentos em que sua incursão vocal volta a parecer com a fase Creed, e, também, se coloca como mero clone de Eddie Vedder. Ele parece fazer isso de propósito, quando não em baladas típicas, como a faixa-título, no começo de boas músicas, caso de “Hard Way” ou “Justify”, cujo intimismo guitarrístico é de fazer inveja ao soturno pós punk oitentista. Esse procedimento de colocar o vocal em destaque no início das músicas pode até ser interessante, mas não quando repetido como neste disco. Scott tem como buscar outras alternativas, o que nem é tão complicado, honra seja feita. Uma delas está na baladaça “Surround Me”, que a rigor é muito mais uma peça radiofônica do que uma balada propriamente dita.

Somando-se os pós e contras deste reinício de carreira, percebe que há poucas músicas realmente legais - como “You Will Soar” - e que a intenção é boa e a banda também. Mas Scott acaba dando pra trás e joga fora a chance de fazer uma boa banda de hard/heavy rock por conta de seus vícios (ou intenções mesmo) junto ao mercado, que lhe deram sustentação no passado. Ou seja, ele precisará de mais tempo para se definir. O curioso é que, depois da separação do Creed, o disco da parte que ficou com o guitarrista Mark Tremonti, o Alter Bridge, acabou ficando menos pesado do que o lado de Scott. Quem diria…

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