Fazendo História

Heavy metal: quem é o pai dessa criança rebelde?

Box para uma matéria histórica – capa + dez páginas – com o Black Sabbath, a propósito da turnê de reunião da banda, em 1998. Publicado na Rock Press número 17, de dezembro do mesmo ano.

É sabido que o termo “heavy metal” foi citado pela primeira vez em uma letra de música pelo grupo americano Steppenwolf, banda que ganhou fama por ter composto o tema do filme “Easy Rider”, em 1969. O termo “heavy metal thunder” foi utilizado para caracterizar o ronco que as envenenadas motocicletas guiadas por Dennis Hopper e Peter Fonda faziam. No entanto, foi o escritor William Burroughs que utilizou-se da expressão pela primeira vez, em seu livro “Naked Lunch”, editado em 62.

“Odeio o termo heavy metal, porque qual é a conotação musical que ele tem? Metal pesado? É chumbo? Onde é que a música entra no lance?” questiona Ozzy Osbourne, entre uma entrevista e outra. O heavy metal enquanto música começou a existir quando dois guitarristas, Link Wray e Dick Dale, começaram, na década de 50, a exigir cada vez mais de suas guitarras e amplificadores. Dick Dale trabalhava em parceria com Leo Fender, e estourava cada novo modelo de amplificador que o amigo fabricava. Sem esses dois guitarristas o heavy metal seria tecnicamente inviável.

Na década de 60, bandas como The Who, Kinks, e um pouco mais tarde, Cream, já faziam um som mais pesado e distorcido. Foi na década de 70, no entanto, que bandas como o Led Zeppelin (com raízes acústicas no blues), Deep Purple (com uma certa influência sinfônica) e Black Sabbath (com um pé no inferno), desenvolveram o que levou definitivamente o nome de heavy metal.

É impossível negar a influência de todas essas bandas, e de outras não citadas. Mas é óbvio que quem começou essa história toda de música pesada, de camisetas pretas e jeans rasgados, de anéis, colares e correntes, foi o Black Sabbath, sobretudo na sua fase mais profícua. E foi Ozzy Osbourne quem perpetuou esse verdadeiro culto, enquanto a banda esteve praticamente fora de cena. É preciso dar a César o que é de César. E a Sabbath o que é de Sabbath.

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